Inauguramos
hoje nossa coluna mensal Carreiras
onde iremos postar a respeito de uma unidade de informação diferente com o
objetivo de esclarecer para alunos de biblioteconomia, bibliotecários e
cientistas da informação os diferentes locais onde podemos exercer nosso
trabalho.
A
biblioteca escolar é um dos centros de informação mais conhecidos em nossa área
e para a comunidade em geral. Já conhecida em muitas escolas particulares, ela
se torna obrigatória após a sanção
da lei 12.244/10 em 2010 que estipula que todas as instituições de ensino públicas
e privadas devem possuir uma biblioteca até 2020, trabalho difícil já que 72,5%
das escolas públicas do país NÃO possuem bibliotecas. Na verdade, dados apontam
que teriam que ser construídas 53 bibliotecas por dia para que essa lei fosse cumprida (fonte: Planetasustentável).
Pensando
nisso o Instituto Ecofuturo lançou a campanha Eu quero minha Biblioteca em
que informa as prefeituras a respeito dos recursos disponíveis para a criação e
manutenção de bibliotecas escolares.
Lembrando
sempre que Biblioteca é diferente de
Sala de leitura, alternativa de
muitos diretores escolares para suprir a necessidade de se contratar um
bibliotecário registrado, já que, ao se denominar o espaço de sala de leitura se renega a necessidade
de um profissional graduado e habilitado para tal serviço.
Mesmo
sendo uma unidade de informação com suas divergências, problemas e polêmicas
ela é também uma das mais ricas, importantes e primordiais fontes de
informação, principalmente para jovens estudantes que cada vez mais se
distanciam da leitura tradicional (com suporte em livro).
Como
então chamar atenção das novas gerações para a leitura?
Como
discutido no post Bancas de Jornais,existe futuro? os
jovens de hoje em dia se interessam por materiais diferentes, literaturas
diferentes e como bibliotecários é nosso trabalho nos adaptarmos aos seus
gostos e buscarmos o que eles desejam. Lembrando sempre que nós trabalhamos para o nosso usuário, sempre pensando
em suas necessidades e desejos.
Levando
em conta tudo isso não é difícil, ao entrar em uma biblioteca escolar, você
encontrar, além dos títulos clássico da literatura brasileira e portuguesa,
nomes desconhecidos de romances infanto-juvenis, contos fantásticos, histórias
em quadrinhos e mangás.
A
biblioteca escolar de hoje não pode, assim como nenhuma outra, parar de evoluir
e mudar. Não estamos falando sobre esquecer tudo que já aprendemos antes nas
aulas do curso de Biblioteconomia, e sim aproveitar nosso conhecimento e modelá-lo ao novo tempo em que vivemos
e aos nossos novos usuários com suas mentes voltadas para um mundo diferente do
qual fomos criados.
A
aluna Sylvia Tristão, aluna do 3º
semestre de Biblioteconomia, trabalha há cinco anos na biblioteca do Colégio Miguel de Cervantes e nos fala
um pouco a respeito de sua experiência trabalhando em biblioteca escolar.
MC: Como é
trabalhar em uma biblioteca escolar?
ST: Eu
sou suspeita para responder essa pergunta, adoro trabalhar com crianças,
jovens, o ambiente escolar é, para mim, um aprendizado! Além de nos trazer
vida.
MC: Quais são
as principais atividades de um bibliotecário em uma biblioteca escolar?
ST: As
atividades que eu exerço na biblioteca escolar do Cervantes são: arquivo em
geral, tanto de livros, periódicos, DVDs, CDS, etc; toda a elaboração de
cartazes, mural informativo; atendimento ao público em geral, no meu caso,
alunos de 04 á 17 anos, professores, pais/mães de alunos, alunos do curso de línguas,
e a comunidade próxima. Atendimento telefônico, por e-mail, cadastro de alunos,
funcionários e pais; atendimento à editoras, autores de livros, solicitação de
material e todo auxilio à bibliotecária responsável.
Em
seu site o Colégio Miguel de Cervantes define a biblioteca como “[...] porta
de acesso ao conhecimento, à cultura e à informação”. A aluna Sylvia
leva isso em mente em todos os dias de trabalho, sempre se dedicando ao máximo
para atender seu publico e incentivar o seu usuário a ler mais.
MC: Você acha
que os jovens de hoje se interessam por bibliotecas? Pela leitura em geral?
ST: Olha
o jovem hoje em dia está muito ligado à tecnologia, e lá na escola, como os alunos
têm leitura obrigatória, não gostam muito de ler não, são poucos os que se
interessam, mas eu adoro conversar com eles, indicar livros, conto um pouco dos
livros e eles acabam se interessando. Acredito que é primordial levantar da sua
mesa, entrar no acervo, que lá possuímos um acervo de 60.000 exemplares, e como
leio livros desde infantil, adulto, todo tipo de leitura, passo um pouco dos
livros pra eles, e só o fato desse contato, já faz toda a diferença e consigo
maravilhas...
MC: Qual é o
material mais requisitado na biblioteca fora o didático?
ST: Os
adolescentes solicitam muito romances, principalmente as meninas. Apesar de
toda evolução são cada vez mais apaixonadas, e amam historias de amor. Alguns
poucos gatos pingados pedem a leitura obrigatória para o vestibular, como
Senhora, Memórias de um sargento de milícias, etc.
Ficou
interessado? Confira abaixo a cartilha do Eu
quero minha biblioteca, e fique por dentro da luta por bibliotecas em todas
as instituições de ensino do país.
Colaboração na Matéria: Sylvia Tristão.
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