Primeiramente gostaria de deixar um muito obrigado aos participantes da
coluna “Onde estão os bibliotecários?” e
parabenizar a todos pelo dia do bibliotecário (12 de Março), e que tanto essa,
quanto as outras entrevistas já realizadas, sirvam para que nós enquanto
bibliotecários possamos refletir os vários campos de atuação existentes em
nossa área, a importância de se manter atualizado e lutar por essa classe tão
importante para a sociedade como um todo.
Nesse mês trago uma entrevista com o Thiago Marcondes de Almeida (32
anos), formado em 2009, não
atuante na área devido a morar no Canadá (país este que não reconhece o
bacharelado em biblioteconomia - reconhecem apenas o diploma).
“Aqui temos o Técnico em Documentação onde para obter o diploma são três
anos de estudo. A opção mais viável seria voltar a Universidade e estudar por
dois anos para obtenção do título de mestrado. Todas as pessoas que possuem um
bacharelado “em qualquer área” pode fazer o mestrado em Biblioteconomia
e exercer a profissão, caso seja aceito pela instituição. Sendo assim, quero
fazer o mestrado em biblioteconomia na Universidade de Montréal caso seja
aceito para abrir novas oportunidades de trabalho e atuação”.
Mesmo diante tal realidade, ele atuou voluntariamente numa biblioteca,
fator este que o ajudou a ter uma melhor recolocação no mercado de trabalho.
“... O trabalho voluntário é bem reconhecido aqui e é através deste que
é possível criar um ciclo de contatos, com pessoas da mesma área, ou mesmos
interesses, fazendo com que se torne mais fácil conseguir um emprego na área. Independente
da colocação profissional, falar as duas línguas (francês e inglês) é requisito
obrigatório (principalmente nas cidades de Ottawa e Montréal), motivo este que
me faz cursar um intensivo para preencher essa lacuna. Na maioria dos
estabelecimentos comerciais que você entra aqui em Montréal, os atendentes
começam com a frase "Bonjour Hi", daí você escolhe em qual
língua quer seguir na conversa. Rs”.
A biblioteconomia para Thiago é algo que está arraigado em sua
identidade pessoal e profissional, é uma profissão que o faz muito feliz e que
ele não se arrepende de ter escolhido, para se realizar profissionalmente o
mesmo menciona que só falta a atuação dentro de uma biblioteca ou um arquivo “...
É isso que venho buscar aqui no Canadá”.
Quanto à biblioteconomia, ele acredita que não deve ser mudada em sua
essência, desse modo evita-se que se forme outro curso, o que pra ele deve ser
mudado é a conscientização dos governantes no Brasil quanto à importância do
profissional da informação na sociedade, é necessário que se invista em
melhores infraestruturas e melhore a remuneração de tais profissionais.
“Mesmo morando há pouco tempo aqui, vejo uma grande diferença do Brasil,
e estamos muito atrasados”.
No que se refere aos profissionais ele menciona a importância de
manter-se atualizado não só quanto às novas tecnologias, mas, quanto às novas
exigências do mercado. É imprescindível também participar de congressos, trocar
ideias com profissionais ligados a área, só assim é possível colher frutos
profissionais e para a profissão.
Para ele, a FESPSP mudou sua
trajetória profissional 100%, afinal a partir de sua formação, conseguiu
excelentes oportunidades de trabalho, podendo então colocar muito do que aprendeu
em prática, mesmo durante o curso, fator este que a seu ver fez muita diferença
em sua carreira profissional.
Aos novos profissionais ele dá as boas vindas, deixando a seguinte
mensagem:
“Desde o instante em que comecei a fazer biblioteconomia na FESP até os
dias de hoje, só houve progressos em minha vida. Vejo um momento favorável para
nossa classe tanto no Brasil como no Canadá! Se vocês já fizeram
a escolha de fazer Biblioteconomia, optando pelo que gosta, estão no caminho
certo. Não irão se arrepender! Sejam bem-vindos!”.
Responsável por esta entrevista: Grazielli de Moraes
Muito interessante.Agora a pergunta que não quer calar rsrs.Como foi parar no Canadá?E como se consegue arrumar um emprego por aí,por exemplo.Imagino que algumas pessoas gostariam de trabalhar fora do Brasil na nossa área.
ResponderExcluirFernando
Olá Fernando! Desde minha adolescência que eu já sonhava em morar Canadá, foi dessa maneira que vim parar aqui. rs Achei que receberia uma equivalência para trabalhar como Técnico em Documentação, mas no final acabou não dando certo. Aparecem boas ofertas de emprego para bibliotecário porém a exigência além do mestrado, é que o candidato fale e escreva bem nas duas línguas oficiais. O modo mais fácil de entrar na área pelo menos no começo é como Auxiliar de Biblioteca, tendo como exigência apenas o nível secundário. O jeito é recomeçar e ter muita paciência. Espero ter respondido sua pergunta. Abraços!
ExcluirQue interessante! Sempre penso em ir pra fora do país exercer a profissão, nem que seja por pouco tempo. Não fiquei contente que o Canadá não reconheça rsrsr Mas já dá uma ideia para um novo poste: Que tal falarem sobre os países que aceitam o nosso diploma de bacharel e onde o mercado também está movimentado fora do Brasil? Gostaria muito ^^
ResponderExcluirExcelente comentário Sthéfani, espero que se anime para escrever uma nova coluna aqui no blog.
ExcluirBeijos!!!