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Coluna: BiblioPedagogia - Biblioteca Escolar e Biblioteca Universitária. Por Isabela Martins.


Olá biblioamigos!

Vamos bater mais um papo sobre BiblioPedagogia?

Hoje gostaria de conversar sobre as obrigatoriedades da biblioteca escolar e universitária, e sobre o quanto isso ajuda ou atrapalha.

Fonte: Site Pixabay

Desde 2010 temos a Lei Federal 12.244, que dita que toda escola deve ter uma biblioteca, com pelo menos um livro por aluno, e gerenciada por um bibliotecário. E temos, desde 2004, a Lei 10.861, que instaura o Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior, que dentro do rol de obrigatoriedades, estão às conhecidas visitas do MEC para avaliação das bibliotecas universitárias (veja também o TCC da Ana Carolina Silva sobre “As implicações da avaliação do INEP/MEC nas bibliotecas universitárias federais do Rio de Janeiro”). Quer dizer: para a biblioteca escolar, temos apenas uma lei. E para as bibliotecas universitárias, todo um planejamento e ação monumentais para verificar locais que, caso não estejam de acordo com as normas, impedem a instituição de continuar a oferecer cursos superiores.

Enxergo nisso uma grave inversão.  O aluno chega à universidade, às vezes sem nunca ter pisado em uma biblioteca escolar anteriormente. De que adianta? É um problema histórico: o espaço universitário tem mais investimentos do que a escola básica desde a época da ditadura militar. Milanesi fala sobre isso em seu texto "A formação do informador".

E para não ficar colocando a culpa na História, ou nos isentar dela, temos essas duas leis citadas no 1º parágrafo, que são contemporâneas.

O grande problema: é tudo na base da porrada, tiro e grito. Se não tem lei não é feito. Se não é multado nada muda. Como nós bibliotecários podemos mudar essa situação? Como nós, a linha de frente nessa batalha, podemos fazer com que Bibliotecas escolares sejam tão importantes quanto as Bibliotecas Universitárias?

No dia 20 de Março, o bibliotecário Cristian Bayern foi à FESPSP (veja vídeo da palestra no link), falar sobre políticas públicas. Num determinado momento ele falou: "são heróis essas pessoas (bibliotecários), eles não ganham nada, não ganham 1 real do MINC. Se eles estão fazendo aquele trabalho é porque eles sentem investidos (por isso). (É) quase uma vocação sacerdotal, mística. O cara tá lá sofrendo aos borbotões." É exatamente isso. Temos independentemente da situação, trabalhos monumentais. Pois, mesmo uma Biblioteca Universitária sofre com o desprezo dentro das Instituições. Precisamos além de trabalhar com a nossa matéria prima (a informação) nos fazer importantes, precisamos explicar a que viemos.

Precisamos realmente de muita disposição para encarar o dia-a-dia nas Instituições, nunca parar de estudar e se atualizar, se manter ativo na profissão através de sindicatos e conselhos regionais... Ufa, realmente dá trabalho ser bibliotecário! Mas vale a pena...

E você, o que acha? Biblioteca Escolar é menos importante que Universitária? Precisamos fazer o que para o nosso trabalho ser valorizado? Comente e Compartilhe!



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