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“Curando” (Biblioteconomicamente) com Lola – Curadoria de Conteúdo.




E dando continuidade às matérias sobre o bibliotecário como curador, temos mais uma super contribuição da Paola Marinho, nossa Lola (aluna do 6º Semestre/Noturno e parte da equipe MC). Confiram:


   

Olá, queridxs! Tudo bem?! Espero que sim!

Minha pesquisa segue a todo vapor (uhulll!!!) e, como já introduzi a temática das minhas postagens na publicação anterior, “bora” ao que interessa porque, né, como dizia Ranganathan: poupe o tempo do leitor ;)

 
Esses dias eu tenho reestruturado o meu trabalho para que ele fique EXATAMENTE o que eu quero apresentar, e uma das coisas que tenho feito esses dias é mergulhar no universo da Curadoria.

De antemão, já aviso que o título do meu trabalho foi alterado, pois o termo “Curadoria da INFORMAÇÃO” não contemplava os meus objetivos, uma vez que minha proposta não se limitava a esse tipo de Curadoria (em um segundo momento eu falo a respeito dos tipos de curadoria, não se preocupem!).

 O tipo de Curadoria que vai de encontro com a minha proposta (pelo menos até o momento) é a chamada “Curadoria de Conteúdo”. Digo “até o momento” porque eu ainda estou pesquisando e estruturando o trabalho, ou seja, é passível de alterações no decorrer da pesquisa, por isso mesmo, hoje falarei um pouco a respeito da Curadoria de Conteúdo
 
Comentei com a Dani (aqui da Monitoria) que essa coluna acabou indiretamente sendo um help para mim, assim como também me ajudou a ter uma conduta mais sustentável na minha pesquisa, porque muitos conteúdos disponíveis a respeito de Curadoria são informais, então não posso utilizá-los no meu trabalho acadêmico, porém eles são válidos e informativos, então, também não é algo a ser desperdiçado (nem minha pesquisa e tempo empregados para busca-los e lê-los). Logo, trago para vocês alguns dos meus pareceres, descobertas e etc., sobre alguns conteúdos que achei a respeito do tema.

Senhoras e senhores, vamos à #CuradoriaDeConteúdo em um panorama breve (o mais breve que consegui, juro! Haha):

Esses dias, marquei um encontro com a minha querida parecerista Thais Campas para conversar a respeito de Curadoria, principalmente o ponto de vista da área de Comunicação a respeito do assunto. Entre muitas coisas, uma das mais importantes é que o curador não é produtor de conteúdo! 

“Mas, Lola, e o produto da Curadoria? Isso não foi desenvolvido pelo curador?”

CALMA!

Vamos pensar no Curador de Arte para ficar mais fácil de visualizar o conceito. Um curador de arte, embora todo aquele contexto e etc., seja sim, fruto do que ele desenvolveu, as obras que compõem a exposição não são necessariamente dele. Ele faz o arranjo, dá o sentido, cria a narrativa..., mas ele não é necessariamente o artista (embora, assim como Gustav Courbet fez no século XIX, alguns artistas sejam curadores das suas próprias exposições, de forma a criarem a forma como querem que o público entenda o que ele está expressando ali. Nesse caso, ele foi o artista E curador da exposição).

 Com a Curadoria de Conteúdo isso também acontece, só muda o “objeto”.

A publicitária Thiara Deusdedith¹, da agência AGORAPULSE, publicou um conteúdo de Charli Day sobre as diferenças entre criação e curadoria. Para Charli Day, na Criação de Conteúdo, o conteúdo é próprio, autoral, enquanto a Curadoria de Conteúdo é uma seleção feita de diversas fontes relevantes para um tema específico. 

Para ele, as vantagens da Curadoria em relação à criação é a de que na Curadoria economiza-se tempo (já que a criação depende de inspiração, desenvolvimento, entre outras coisas), amplia o conhecimento do Curador (uma vez que este terá que pesquisar, analisar fontes e conteúdos, compreender a temática para desenvolver a narrativa...) e gera rede de relacionamentos, pois em muitos casos é necessário ao curador entrar em contato com especialistas e/ou pesquisadores que abordem o tema.

André Siqueira², da agência Resultados Digitais, apontou como a Curadoria de Conteúdos pode ser interessante para as empresas. Ele comenta justamente sobre a facilidade em encontrar informações na internet, e o quanto isso gera dificuldade em selecionar o que é realmente relevante, e é aí que a Curadoria entra. André fala sobre a SENSIBILIDADE HUMANA (#MuitoAmor) necessária para a seleção dos itens, uma vez que os algoritmos recuperam resultados próximos do conteúdo desejado, porém, não fazem uma análise profunda do tema. 

Pertinência, profundidade, qualidade e atenção ao perfil do leitor são os pontos destacados na funcionalidade da Curadoria como ferramenta útil ao usuário. Uma Curadoria de qualidade, segundo o autor, ”ajuda na construção de uma audiência”, uma vez que o público, por encontrar material selecionado de forma assertiva, dinâmica e prática, provavelmente volte para buscar novos conteúdos. 

 Uma das coisas que li em vários textos, foi o alerta em relação a atribuir as autorias e evitar o plágio. Isso, nós de Biblio já temos “gravados no DNA”, né, galera! Haha É algo que dominamos e que eles (profissionais de Marketing, em sua maioria), estão percebendo a importância e até criando códigos de conduta, como fez Maria Popova³, fundadora do site Brainpickings.org, para que sejam padronizadas as citações de fontes. 

Olha o site do tal código: http://curatorscode.org/ (mais coisa para eu estudar... #SOCORRO!!! haha).

Teria muito mais para falar a respeito, mas vou deixar para os próximos posts (senão essa postagem vira mais um TCC!!! Hahaha)

Enfim, eu falo, gente: é uma área de Biblio?! NÃO! PORÉM, nosso conhecimento sobre fontes de informação, estudo do usuário, Serviço de Referência, Classificação, Indexação e mais algumas habilidades técnicas que adquirimos na graduação podem, SIM, nos tornar aptos para realizar Curadoria (principalmente por NÃO SER CRIAÇÃO, mas, sim, SELEÇÃO – coisa que fazemos “pra dedéu”, né!).

“Ah, então é só chegar selecionando que já sou Curador?!”
Na-na-ni-na-NÃO!!! 

Mais uma vez eu ressalto: justamente o meu TCC é para explicar como o Bibliotecário PODE exercer essa função, mesmo não sendo uma área nossa. Somos “convidados” nessa casa, não familiares. Embora tenhamos coisas em comum, mas Serviço de Referência NÃO É Curadoria, porém, é uma das áreas da Biblioteconomia que nos proporciona expertises que podem ser adaptadas e integradas a determinadas técnicas para que possamos atuar com isso e (em claro português) fazer o serviço direito, mesmo não sendo nosso campo técnico de formação. E, calma, em dezembro isso estará bem nítido, ouso dizer: CRISTALINO! Haha (Assim espero!).

Como “faixa bônus”, deixo esse conteúdo do poeta pernambucano José Juva a respeito de Curadoria, que poderia facilmente ser confundido com um texto meu haha Sério! Fiquei muito surpresa quando li. Vale a pena conferir: http://outroscriticos.com/curadoria-em-literatura-possibilidades-curativas/

Um trecho para dar um “gostinho de quero mais”:

O escritor, desculpem-me o óbvio, escreve – é isto que podemos esperar dele. O curador mobiliza, favorece a circulação, é ponte. A partir de sua sensibilidade e técnica, faz os recortes de uma obra, concebe diálogos e tece fios de Ariadne para os labirintos da compreensão, articula várias obras e autores num evento, numa publicação: propõe, organiza, ordena, associa, classifica, disponibiliza, entre outras coisas. E fazer isto é atribuir valor, interpretar o mundo, lançar um olhar, realizar apontamentos, estimular a fertilidade das trocas de ideias. E assim fiquei pensando no curador como uma espécie de demiurgo.

O texto é encantador e muito claro, delicioso! Por mim, colocaria muito mais dele aqui, mas, já basta o que eu escrevi, que já é muita coisa. haha

Bom, por enquanto, é isso.

Beijos, até o próximo post!
Lola

Referências



2-    https://resultadosdigitais.com.br/blog/curadoria-de-conteudo-por-que-as-empresas-devem-ou-nao-fazer/

3-    http://www.ideiademarketing.com.br/2013/05/10/a-importancia-da-curadoria-de-conteudo/



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