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Curando (biblioteconomicamente) com Lola – A “cereja do bolo” da Curadoria.



Olá, queridxs!

Para celebrar a chegada da Primavera, preparei um post muito lindo para vocês! Vou falar da coisa que mais me encanta na Curadoria de Conteúdos.

A ideia básica de que Curadoria é selecionar, filtrar, organizar e apresentar é o que acaba “confundindo” com o Serviço de Referência, de modo geral. Mas, esse “bolo tem uma cereja”, que apenas a seleção de itens pertinentes e relacionados a determinado assunto não contempla (o meu TCC visa ser uma “cerejeira biblioteconômica” s2 haha).


Fonte: http://blogabcmicrocamp.com.br/dicas/cakes/


A Curadoria tem um jeito mais “lúdico” de apresentar o tema, por isso utiliza recursos como a Semiótica, por exemplo, com o intuito de internalizar o conteúdo e apresenta em forma de narrativa, “contando uma história” (como a Curadoria de Arte, sabe?!). 

Vou explicar esse conceito a partir de um vídeo sobre exercício curatorial da área das artes. Eu achei bem bacana, pois ele mostra como um grupo de objetos pode se relacionar de diversas formas e que cada estrutura narrativa criada a partir destes, conta uma história diferente, ou seja, o mesmo grupo de objetos, dependendo de como é estruturado, dos objetivos, da ordem, das simbologias atribuídas a este, tem resultados totalmente diferentes. 

No vídeo, o autor selecionou 10 objetos distintos e fez uma composição, separando, no inicio, por forma geométrica (critério de classificação que ele escolheu). Depois de separar os itens, aí que vem a mágica da coisa. Ele escolhe um tema e começa a utilizar o que ele tem à mão para contar uma história, atrelando os objetos a significados e explicando como isso pode se relacionar ao que ele quer falar. Gente é muito bacana! Ele faz algumas combinações a partir de critérios que ele estabelece. A mesma coisa pode significar várias coisas a partir de um contexto.

Segue o vídeo para quem ficou curioso. Dura uns 10 minutos, mas não precisa ver TUDO para compreender o conceito (a não ser que queira hehe eu gostei bastante, mas sou suspeita pra falar haha):


Se ele apenas selecionasse e classificasse, bastaria a organização inicial por categorias, mas para a Curadoria, isso não basta. Ela tem que CONTAR ALGO COM aquilo que selecionou.

Por isso também que a Curadoria de Conteúdos não se limita a formatos. Para “contar essa história”, ela utiliza vários recursos como vídeo, áudio, material bibliográfico, imagens... tudo junto!

“Ai, Lola, mas pacote informacional (em D.S.I. – Disseminação Seletiva da Informação) também oferece isso!”

Sim, o OBJETO, mas a narrativa NÃO! Para MIM, esse vídeo mostra MUITO que selecionar e classificar é uma ETAPA, mas não é o produto final.
Tem que selecionar, filtrar e organizar?! TEM!!! Isso sem dúvida! Mas não para por aí.

“Lola, não entendi patavinas! O que isso tem a ver com informação/conteúdo?”

Tá, vamos lá. 

Digamos que o usuário se interesse por determinado tema. Aí, primeiro, claro, o curador vai SELECIONAR os conteúdos referentes ao tema. Depois, vai filtrar, para que fique o melhor conteúdo (aqui, é BEEEM o que o Serviço de Referência faz mesmo. Não vou me prolongar muito em Serviço de Referência hoje, vou deixar para a próxima ;) ). Beleza! Está tudo arrumado, bonitinho, de acordo com o perfil do usuário, referente ao tema, com boas fontes, aquela maravilha toda que a Lola AMA s2 haha Nisso, vem a parte II, que é... TCHARAM!!! O que distingue a Curadoria!

Esse material acaba se tornando, digamos, os “ingredientes”, mas não é o bolo pronto (gente, juro que não estou com fome ao escrever esse post! Haha Mas, achei que essa metáfora viria a calhar).

Tendo isso disponível, o Curador vai definir O QUE ELE QUER CONTAR a partir dali. Qual a história, como vai significar os elementos informacionais de modo a expressarem o que ele quer dizer (a Semiótica entra aqui!) e terem sentido no contexto, como vai estruturar/diagramar isso... A Curadoria tem um objetivo ALÉM de apenas “suprir” a demanda informacional, ela quer trazer algo NOVO a partir dali, mas sem deixar de responder a questão inicial.

Seria como... hummm... como se eu pegasse tudo o que responde a sua pergunta e fizesse um “mosaico” com tudo isso, e esse mosaico, além de ter todas as informações, é a “figura” de uma outra coisa.

Tipo a obra do artista plástico Vik Muniz do Barak Obama:  


Fonte: https://artistcollage.wordpress.com/2013/01/03/is-obama-the-most-inspiring-president-for-artists/agsa-illustration-2/)


Digamos que os itens que compõem a imagem seriam o material selecionado sobre “Os E.U.A. durante os anos 2009-2016”, e a intenção do curador fosse falar sobre Barack Obama.

 Se os itens estivessem separados e descritos, ok, fariam sentido estar ali, e a seleção dos mesmos estaria justificada. Por exemplo, o Monte Rushmore (perto da orelha do Obama haha), ainda mais com a bandeira do país, remete aos E.U.A., assim como muitos outros itens ali, porém, todos eles agrupados de forma que visualmente formem o rosto de Barack Obama, já contam uma história sobre o elemento central, sem descaracterizar os itens, mas cumprindo sua função. 



Detalhe: Monte Rushmore
 

Ufa!
Estou esclarecendo para confundir e confundindo para esclarecer, né?! Haha

Lola, pra quê essa trabalheira toda?! Dá logo a informação pra pessoa e ponto!

Poderia até ser, mas a ideia da Curadoria não é apenas “dar a resposta”, ela quer instigar, ir além, quer apresentar um “fio-de-Ariadne” para sair do labirinto da mesmice informacional. A proposta é, além de responder a questão, estimular expansão do conhecimento, aguçar a curiosidade. 

O que me faz ir até um pouco além nessa minha imagem do Obama: se a pessoa estava inicialmente interessada apenas no Obama, vai começar a olhar as imagens e tentar entender porque elas estão ali, porque elas formam a imagem dele, porque ESSAS imagens. Ao mesmo tempo que muitos fatos e imagens icônicas reunidas formam o rosto dele. As coisas se relacionam o tempo todo formando uma história.

E outra, (provando que eu estou lendo toda a minha bibliografia do TCC HSUAHSUAHSUASHSAUHSAU), como disse o Wurman s2: “Para serem lembrados e adquiridos, os novos conhecimentos devem estimular a curiosidade de alguma forma”.

Essa ideia de trazer o novo partindo de algo que já interessa a pessoa, agregando mundos, transforma “universos em multiversos”.

Eita! Pronto, já dei nó em cabeças demais por hoje haha Mas, acho que a ideia de explicar porque a Curadoria de Conteúdos não encerra na seleção ficou mais clara.

Até o próximo post e #VamosQueVamos com o TCC!!!

Beijos,
Lola


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