A
discussão entre físico e digital não é nova, muito pelo contrário, já discutida
em diversos meios de comunicação (inclusive na própria monitoria) ela se torna
pauta novamente, desta vez com uma visão para acervos diferentes dos que geralmente
lidamos.
Primeiramente
é importante retomar onde essa discussão tem inicio: com a evolução da
tecnologia o suporte físico começou a
compartilhar sua função com leitores digitais, máquinas avançadas que forneciam
programas de visualização de materiais em telas planas, sendo ela do seu
computador, celular ou tablet.
O
que antes era uma moda se tornou um nicho de trabalho, hoje dificilmente você
encontrará livros que lancem sem a sua versão digital, as vezes os mesmos vem
somente em versão online, caso do
famoso 50 tons de Cinza que só
ganhou sua versão impressa após o sucesso estrondoso nos Estados Unidos.
Porém,
não foram só os livros que ganharam versões completamente digitais. A Adobe,
uma famosa produtora de programas de computador não vende mais qualquer CD ou
DVD de seus produtos, todos eles podem ser adquiridos após uma rápida compra
online com seu cartão de crédito. Após realizar a negociação lhe é entregue um
link para download assim como uma key,
ou seja, uma chave de acesso intransferível que registra o seu IP, fazendo com que você possa desinstalar e reinstalar o programa em seu computador
sem problemas, porém, se você tentar fazê-lo em duas máquinas simultâneas o
código de acesso se tornará inválido para uma delas.
Esse
tipo de avanço tecnológico é incrível e assustador, sabendo que estamos sendo registrados por programas o tempo todo,
nos faz perguntar até que ponto a rede
nos conhece?
Um
programa estrangeiro promoveu uma pegadinha com transeuntes em que prometia
“ler o futuro deles”. As pessoas entravam na tenda do suposto vidente e davam o
seu nome, em seguida o vidente começava a lhe passar diversas informações: nome
dos pais, lugares em que a pessoa visitou, até mesmo recados íntimos!
Assustados as pessoas perguntavam ao vidente como ele sabia tanto e então
a pegadinha revelava seu segredo. Ao lado, em uma parte oculta da tenda, um
homem estava com um notebook e o facebook aberto, através da rede social e do
nome do entrevistado ele conseguia todas as informação adivinhadas.
O
problema do digital é exatamente este, você se torna exposto a uma rede
instável e insegura.
Insegura
sim, porque por mais que você tenhas cuidados, anti-vírus e outras diversas
formas de proteção, hackers, crackers
e programas maliciosos estão infestando a rede
somente esperando por um pequeno deslize para invadir a sua máquina,
contaminá-la e, por que não, apagar todo o conteúdo da mesma?
Pensando
menor também podemos falar da instabilidade de servidores, seu desaparecimento de uma hora para outra, assim como as informações que
se perdem nos confusos caminhos até as nuvens.
A
insegurança versus o conforto e a praticidade, porque não podemos ignorar que o
digital vem para fazer exatamente isso, tornar prático.
Para
que levar um livro pesado de 800 páginas quando pode-se acessar de forma
rápida, leve e compacta em seu celular ou tablet? Esses são os desafios de
hoje, mas não estamos aqui para falar apenas de livros.
A
plataforma digital se tornou popular
em outros setores também, podemos citar o da música, por exemplo. Apesar da compra de CD’s ainda existir, ela
está aos poucos se tornando obsoleta, já que, os aparelhos sonoros dos dias de
hoje não fazem a leitura desse suporte, e ele se torna – assim como os amados
LP’s – apenas um item de coleção para os mais apaixonados por um determinado
artista ou banda.
O
download de material digital, e aqui
estamos ainda falando de música, já é uma praticamente extremamente popular. No
começo era uma forma de pirataria,
usuários poderiam fornecer em servidores músicas para download de forma
gratuita, assim privando os artistas de qualquer lucro em cima de seu trabalho.
Percebendo
que tal prática se tornava cada vez mais popular as grandes gravadoras pensaram
em uma forma de combater a pirataria
digital criando o download oficial das músicas de seus artistas
conveniados. De forma legal e com preço muito mais acessível, a nova forma de
comércio musical se popularizou, apesar de ainda existir o download não
permitido de material com direitos autorais.
Outro
local em que a mídia digital ganhou mercado foi o de games. Hoje é normal que consoles de ultimas gerações ofereçam seus
jogos de forma física (por meio da compra em lojas) ou então digital (por meio
de um loja do próprio console).
Através
do uso da internet pelo vídeo-game, o jogador pode entrar na loja online da
produtora do console onde os jogos estarão disponíveis para download após o
pagamento de um valor muito abaixo do que o da mídia física.
Baseada
nesses mesmos conceitos uma empresa criou uma loja totalmente digital para jogos com a plataforma PC (personal
computer). A Steam oferece
jogos gratuitos e pagos, sendo os pagos muito mais baratos do que a mídia
física original. Todos os jogos são legais, respeitando os direitos autorais
das fabricantes, e depois de muitos eles finalmente resolveram oferecer a opção
de pagamento em real, devido a grande demanda de consumidores brasileiros.
Estamos
passando por um período de transição com essa nova era tecnológica em que novos
recursos surgem a todo o instante visando maior conforto, isso não quer dizer que
devemos abandonar os velhos utensílios que usamos por décadas, na verdade se
fosse escolher uma resposta adequada para a pergunta: “Digital ou físico?”,
essa seria “Nenhum dos dois!”, pois não acredito que eles existam sem o outro,
penso que seu equilíbrio está no fato de se complementarem.
Se interessou?
Confira o link da pegadinha do falso vidente: http://www.youtube.com/watch?v=0TdHj9vruwU
Interessante o post, mas creio que estamos todos muito assustados com as novas mídias e estamos nos esquecendo de uma questão que talvez seja mais simples e que independe se o suporte é físico ou digital. A classificação e a catalogação destes acervos não muda e os bibliotecários tem total condições de trabalhar com ambos. Os ambientes digitais estão muito carentes de profissionais da informação com habilidades para organizá-lo e me parece que os bibliotecários estão ainda, enxergando o suporte digital como uma barreira, quando na verdade, uma pequena adaptação (e que não passa por grandes conhecimentos em tecnologia) bastaria para explorar este mundo tão vasto.
ResponderExcluirMuito bem colocado Giancarlo. Infelizmente ainda temos muitos bibliotecários que se negam a trabalhar com a tecnologia, o que é uma pena, principalmente quando pensamos em integração e acesso.
ExcluirA adaptação é sempre necessária, afinal, somos seres em constante evolução, certo?
Logo teremos uma matéria sobre os profissionais do meio digital.
Obrigada por acompanhar o blog!