Paula
Oliveira, ex-aluna de graduação e pós-graduação da FESPSP, nos mandou um curta
com o título “A vingança do bibliotecário”.
Em
um estilo trash terror, uma jovem
acaba tendo um pesadelo que, presa em uma biblioteca, ela comete o “pecado
capital” de quebrar o silêncio com um grito apavorado. Após isso ela é assombrada
por uma série de figuras, inclusive a de uma simpática bibliotecária que pede
em tom macabro o “Silêncio”.
O
curta retrata um dos estereótipos do bibliotecário: uma senhora de idade, saia
longa, coque na cabeça, óculos na ponta do nariz, guardando os livros e pedindo
silêncio, não havendo brecha para interação ou compreensão.
Para
nós bibliotecários, ao ver tal curta, achamos engraçado, quase sem lógica, pois
isso está bem longe da nossa realidade, certo?
O
mundo mudou e a biblioteca também. Houve sim uma época em que bibliotecas eram
lugares quase sagrados, de silêncio absoluto e com punições severas para
aqueles que ousassem perturbar o ambiente. Hoje, porém, a biblioteca abriga
acervos diferentes, públicos diferentes e plataformas diferentes, então porque
o tratamento não seria diferente?
É
fácil encontrar bibliotecas que quebrem esse velho paradigma que nos acompanha
como se fosse uma maldição. A Biblioteca São Paulo, por exemplo, teve
como iniciativa se tornar mais do que uma simples biblioteca, ela se tornou um
verdadeiro ponto de encontro, uma local para se socializar, para relaxar e,
claro, ler um bom livro.
Não
podemos impor velhos pensamentos há uma geração nova que pede outro tipo de
tratamento.
Se
adaptar não é errado, é necessário,
mesmo assim ainda conseguimos encontrar bibliotecas onde o estereótipo do
bibliotecário rabugento de olhar reprovador é uma realidade. Uma realidade essa
que deve ser combatida.
Você
já se perguntou o motivo da graduação em nossa área ser tão pouco conhecida? Ou
porque nossas atividades serem um mistério para nossos usuários?
Como
disseminadores da informação é uma falta gravíssima que nem consigamos fazer o marketing da nossa profissão, ou quebrar
esses velhos paradigmas que nos perseguem. É nosso dever com a nossa profissão
mostrarmos para os nossos usuários, e para nós mesmos, quem somos e o que
fazemos.
Por
quais motivos estamos aqui afinal?
Enquanto
nos apegarmos a velhos costumes e temermos os avanços tecnológicos e sociais da
nossa área, e da própria humanidade, sempre seremos o bibliotecário pavoroso
que irá matar aquele que esquecer o livro, ou então falar um pouco mais alto,
ou – Deus me livre! – devolver o livro a prateleira no local incorreto.
Está
na hora de nos perguntarmos como gostaríamos de ser lembrados no futuro. Como
pessoas inteligentes, dedicadas ao seu trabalho, dispostas a cumprir a
disseminação da informação, antenadas em técnicas que auxiliem nosso usuário,
ou então assim...
Colaboração na Matéria: Paula Oliveira.
Texto perfeito!
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