A aluna do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Angelita, nos traz uma resenha do artigo sobre como pensar a acessibilidade em
artigos periódicos, que conversa bastante com as atividades que a mesma
desenvolve profissionalmente.
"O artigo nos provoca a pensar no compromisso do
bibliotecário em formação com a acessibilidade informacional, desde suas
premissas: “Se a razão de ser de uma unidade de informação é seu interagente, a
razão de ser de uma fonte de informação é o seu leitor.” (2020, p. 107). Os
pesquisadores abordam os conceitos envolvendo acessibilidade desde a legislação
até os instrumentos que possibilitem que o acesso pleno das pessoas com
deficiência aos conteúdos web.
Com foco na produção de artigos periódicos
acadêmicos, o texto nos orienta como dialogar com os diversos sujeitos que
buscam os serviços informacionais, pautando a acessibilidade atitudinal como
porta de entrada para todas os demais recursos de acessibilidade. Os
pesquisadores deixam explícito que
“(...) a acessibilidade atitudinal é a mais
complexa de ser aplicada, pois está diretamente ligada ao comportamento humano,
tanto individual como coletivo, e os demais eixos de acessibilidade estão
relacionados a esta, pois é a atitude que impulsiona a remoção das demais
barreiras.” (2020, p. 111).
Para os bibliotecários em formação,
principalmente aqueles que pretendem atuar como gestores dos serviços, a
acessibilidade atitudinal deve ser referência para quando demandados a planejar
os recursos financeiros e humanos da instituição para que a promoção da
equidade seja uma realidade cotidiana, tanto por parte das demandas dos
usuários quanto por parte da oferta de profissionais. Com políticas
institucionais equânimes em toda a estrutura dos serviços de informações, é
possível que mais pessoas com deficiência também se tornem profissionais
bibliotecários.
Por fim, o artigo nos brinda com informações
objetivas acerca dos recursos de acessibilidade e tecnologia assistivas. Ainda
que não se proponha a ser um manual, o que os autores explicitam ao longo do
texto, as informações nele contidas são fundamentais para o exercício cotidiano
desde a nossa formação, pois produzimos informações em nossas redes sociais e
trabalhos acadêmicos. Levar em conta esses recursos não apenas nos torna
profissionais acessíveis, mas nos convida a promover diálogos e estratégias que
viabilizam uma sociedade para todas as pessoas, independente das condições
físicas, sensoriais e intelectuais dos sujeitos.
Façamos desse artigo umas das referências durante
a formação de bibliotecários e demais profissionais de serviços de informações,
pois os autores nos provocam até as últimas linhas quando nos lembram que
Se a
leitura é um dos hábitos mais democráticos e, naturalmente, um direito do ser
humano, assegurá-lo a todos igualitariamente deve estar no radar de todos os
profissionais que atuam direta e indiretamente com a produção e disseminação da
informação e conhecimento; portanto, todos são agentes naturais da inclusão por
essa vertente. Paradoxalmente, mesmo estando no século XXI, com avanços
tecnológicos alcançados, continuamos enfrentando as barreiras que impedem o
acesso à produção das fontes de informação para todas as pessoas, considerando
as suas necessidades informacionais de acessíveis. (2020, p. 121)
A cada ano, ao meu ver, cabe aos profissionais dos
serviços de informações se lançarem ao desafio de acompanhar as mudanças
conceituais tanto em termos de métodos de catalogação quanto em relação a
inserção das novas percepções de sujeitos que também são alteradas em escalas
globais (embora não com na mesma temporalidade em que as relações avançam em
termos de garantia de direitos). A esses
profissionais cabe não apenas se qualificar tecnologicamente, mas também a atualizar
os saberes que correspondem às mudanças das relações humanas para que todos os
sujeitos sejam vislumbrados nos processos de recuperação da informação. A
acessibilidade atitudinal vinculada às demais estratégias de acesso à produção
de informações é um conhecimento aliado nesse processo."
Fonte: RODRIGUES,
José Carlos; SOUZA, Salete Cecília de. Como pensar a acessibilidade em artigos
de periódicos: tendências em design universal para pessoas com deficiência
visual. Em SILVEIRA, Lúcia da; SILVA, Fabiano Couto Côrrea da. Gestão Editorial
de Periódicos Científicos - tendências e boas práticas. Florianópolis: Edições
do Bosque/UFC, 2020, p. 105-125. DOI https://doi.org/10.5007/978-65-87206-08-0/4
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