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Mostrando postagens de outubro, 2021

29 de outubro: dia nacional do livro

Pensemos em facilitar o acesso a essa mídia que resiste, prática e durável, ao tempo e àqueles que tem medo da alteridade.

A biblioteca no filme Asas do Desejo, de Wim Wenders

  Uma colega sugeriu que eu escrevesse sobre a biblioteca nesse filme muito famoso, de 1987. É uma história que se passa na Berlim ainda dividida pelo muro, marcada pelo trauma coletivo e pela devastação do pós-guerra, mesmo que tenha se passado tanto tempo. Trata de anjos que circulam entre as pessoas ouvindo seus pensamentos - em alemão, em francês, em inglês, em japonês, em turco. Eles ouvem os pensamentos das pessoas nos vagões de trem, na rua, em suas casas; às vezes são pensamentos felizes, mas na maioria delas, não; claro, há também os artistas e os poetas - esses têm pensamentos diferentes dos outros. São criaturas distintas. Um deles é um velhinho que aparece durante o filme - ele é um narrador das histórias da humanidade, a memória, a reelaboração do trauma. Como o albatroz de Coleridge, é uma criatura estranha na terra, feia, atrapalhada. Se só, como esses anjos, pudéssemos ouvi-lo pensar, saberíamos que ser extraordinário ele é, como voa alto. A biblioteca, nesse filme, se

Dia dos professores: palavras de Wellington Ferreira Rodrigues

Desde o primeiro dia em que foi decretada a pandemia e o início para as atividades remotas, a incerteza fez parte de nosso cotidiano. Todo o planejamento acabou indo por terra e, diante deste novo fato, foi necessário grande esforço de ambos os lados para adaptações a esta situação. Creio que empatia, bom senso e equilíbrio foram as principais características a serem trabalhadas para passarmos por tudo isso. Mesmo distantes, conseguimos produzir bons resultados: vejam só, muitos alunos conseguiram finalizar as suas atividades e tarefas nas disciplinas, alguns até defenderam os seus TCCs.  Por parte dos docentes foram produzidas e realizadas participações em diferentes lives e aprendemos a utilizar os novos recursos disponíveis para interações virtuais.  Ah, e no meu caso, consegui ajudar a Júlia Lacerda a concluir o seu TCC e também participei de algumas bancas como parecerista! Confesso que este período não tem sido fácil, mas tento me esforçar para entregar o meu melhor aos alunos e

Dia dos professores: palavras de Valéria Valls

  Fonte da imagem: Facebook – reunião dos professores (31/07/2021) Em março de 2020, quando a pandemia começou, confesso que (acho que como a maioria das pessoas), não achei que fosse algo tão assustador e que fosse durar tanto. Felizmente no curso de Biblioteconomia da FESPSP já utilizávamos o AVA – Ambiente Virtual de Aprendizagem desde 2011, numa utilização mais básica, mas de qualquer forma o fato de termos a plataforma e os estudantes e docentes acostumados com essa realidade nos ajudou muito. Não perdemos um dia de aula sequer, migramos do ensino presencial para o ensino remoto emergencial e assim transcorreu o 1º semestre de 2020. Meses difíceis. E a pandemia foi se acirrando, o número de mortes infelizmente aumentando e nós continuamos nossa luta, tentando não desmotivar nossos estudantes, mas em vários momentos com muita dificuldade para enfrentar os desafios pessoais e profissionais e a nossa própria insegurança. Falar para a câmera, quase sempre com pouca interação da turm

Aula presencial de representação descritiva na biblioteca com a professora Isabel Ayres Maringelli

Depois de um ano e meio distante, foi realizada uma aula prática na Biblioteca. No dia 08 de outubro o pessoal do 3. Noturno compareceu em peso para a aula prática de Representação Descritiva I. O foco foi a catalogação de gravação de vídeo em DVD. O manuseio do AACR2 foi uma experiência única para os alunos que até então só haviam consultado a versão digital. O contato presencial foi uma oportunidade para estreitarmos os laços estabelecidos no mundo virtual. 

Apresentação do trabalho do professor Charlley Luz

     O professor Charlley Luz está publicando, pela Feed Consultoria, o trabalho Será o documento a linha do tempo?       Houve uma live realizada com a LTI-UFBA para o lançamento do livro, acessível através do link: https://www.youtube.com/watch?v=mVJ-i9jJbKo&ab_channel=LTIDigital-UFBA      O trabalho também pode ser baixado aqui: https://www.amazon.com.br/SER%C3%81-UM-DOCUMENTO-LINHA-TEMPO-ebook/dp/B09DBZS99Q/ref=sr_1_1?__mk_pt_BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&dchild=1&keywords=ser%C3%A1+um+documento+a+linha&qid=1630963876&sr=8-1      Confira a programação do ENANCIB 2021, onde o trabalho será apresentado: https://enancib2021rio.ibict.br/programacao-2/

A biblioteca e o museu de Bacurau

  Em 2019, uma pergunta que todos se faziam era: “você assistiu Bacurau?”. Bacurau, filme dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles (uma direção dupla e, portanto, dialógica e colaborativa) é um filme que tem como protagonista uma comunidade: não é uma personagem, mas toda a comunidade de Bacurau, uma pequena localidade no sertão de Pernambuco. É um filme sobre resistência: resistência a um entorno autoritário e hostil, o Estado brasileiro. Numa estória que a gente conta, cada elemento tem outros significados que contribuem para a mensagem geral e nada é por acaso. Logo no início do filme, quando da chegada de uma moradora no caminhão pipa, vemos as ruínas da escola pública perto da placa que diz “Bacurau 17km - se for, vá na paz”. A escola pública está ali, a 17 km da cidade, em ruínas, onde também vemos uma antiga carcaça de um camburão policial. Bacurau está e não está inserida no Estado - porque o Estado não a incluiu. Ela, no entanto, resiste. A verdadeira escola d