Olá, queridxs!
Antes de qualquer coisa, agradeço
à Marina pela oportunidade de estrear essa coluna nova por aqui, espero
contribuir de uma forma bem bacana. ;)
Vamos lá:
Quando comentei com a Marina a
respeito da minha proposta para essa coluna, disse que os assuntos que
abordarei se referem à Cibercultura, web 2.0 e afins...
“Ué, Lola, mas... se sua temática
é high-tech... COMO ASSIM o título do post ser o nome do cara da CDU?!”
Calma, jovem!
Tem tudo a ver (acreditem!).
Que Paul Otlet, em parceria com
Henry de La Fontaine, foram os desenvolvedores da Classificação Decimal
Universal (CDU) no começo do Século XX, isso a galera da Biblioteconomia já
sabe (se ainda não sabem, saberão em breve, carxs calourxs!). Poréééém, a CDU é
um detalhe de um projeto IMENSO.
Paul Otlet tinha como intuito
reunir o conhecimento global, de forma organizada, e acessível. Ele acreditava
que isso permitiria que a Paz Mundial fosse possível, uma vez que a diversidade
histórica/cultural/científica se reuniria, sem conflitos, e isso
conscientizaria a humanidade de que isso seria possível para a sociedade no
geral.
Isso é um resumo do “sonho de
Otlet”. No decorrer das postagens, falo mais a respeito. Por hoje, quero
introduzir a ideia de internet e o que Paul Otlet tem a ver com isso.
No “Tratado da Documentação”,
escrito por Otlet em 1934, ele esquematizou um mecanismo o qual consistia em...
hum... Como eu AINDA não tenho fluência no idioma francês para transcrever
diretamente do Tratado de Documentação, transcreverei o trecho de um
documentário sobre Paul Otlet, no qual falam a respeito, e farei meus
comentários nos colchetes:
“Aqui o espaço de trabalho já não
está mais entulhado de livros. No lugar disso, uma tela e um telefone no seu
alcance. Mais longe, em um edifício imenso, estão todos os livros e informações
[a ideia de edifício - espaço físico - era abordada, provavelmente, pela ideia
do conteúdo digital ainda nem ser levada em consideração. Se só o fato de uma
possível transmissão já era uma inovação surreal para a época, quem dirá o
documento “sem corpo”!]. A partir daí, a página para ser lida, a fim de saber a
resposta para a pergunta feita por telefone [“Ok, Google”... Soa familiar?!], é
feita para aparecer na tela. A tela pode ser dividida ao meio por quatro, ou
mesmo por dez, se vários textos e documentos tem que ser consultados
simultaneamente [várias abas abertas!]. Haveria um alto-falante, se a imagem
tiver que ser complementada por Informação verbal, e esta melhoria pode
continuar, até o ponto de automatizar a chamada para os dados na tela. Cinema,
fonógrafos, rádio, televisão: estes instrumentos tidos como substitutos para o
livro [para Otlet, o conteúdo multimídia seria uma evolução do livro. Atento a
respeito de uma coisa: o que “LIVRO” significava para Paul Otlet?! Se ele
considerava fonte de informação primária - independente do formato e suporte -
faz muito sentido essa afirmação]. As obras mais poderosas para a difusão do
pensamento humano. Será como uma biblioteca irradiada e o livro na televisão.”
Assista ao vídeo original aqui.
Esse
ponto de vista de que o material multimídia substituiria o que conhecemos como
livro, aponta para a ideia de fonte de informação. Eu, Lola, não excluo o
material bibliográfico como fonte de informação, PORÉM, eu acredito no
seguinte: na contemporaneidade, nós temos muito mais recursos informacionais -
que se ampliam mais a cada dia! - os quais não podem ser ignorados. Desde a
época que fiz o curso técnico em Biblioteconomia, sempre afirmei que acreditava
na leitura como algo muito além da leitura de material bibliográfico. Para mim,
leitura é muito mais observação, percepção, interpretação e assimilação do que
“apenas” interpretar um texto compreensível à sua capacidade cognitiva. É isso
TAMBÉM, mas, creio que fazemos leituras o tempo todo [Olá, semiótica! s2 haha],
de formas, pessoas, sons... enfim, DO MUNDO!!! Quem dirá então realizar leitura
de material multimídia, de desencadeamento de tendências observadas em redes
sociais, e muito mais!
A questão é... como o profissional
da Informação pode realizar a integração disso tudo, a fim de atender o usuário
da melhor forma possível?!
Bom, Paul Otlet tinha (entre
outras coisas) a proposta de organizar e facilitar o acesso... e, realmente,
por maior que seja a disponibilidade dos conteúdos atualmente (principalmente
na web), eu não vejo facilidade no acesso devido a inúmeros fatores, entre eles
a falta de organização, falta de estrutura, excesso de fontes (sem critério
para consulta), dificuldade do usuário em relação à carência de familiaridade
com os mecanismos de busca para realizar pesquisas, etc.
A estrutura Biblioteconômica funciona,
basicamente, de forma a organizar a informação para facilitar o acesso e
disponibilizá-la (documentação) e na promoção dos conteúdos/cativar
usuários/apresentar novos conteúdos (Serviço de Referência).
"Nossa, Lola, mas é
impossível organizar todo o conteúdo da web!!!"
Oxi, jovem, e eu falei
isso?!
Nem em uma biblioteca como a
Library of Congress você encontra todos os materias bibliográficos do mundo
catalogados e disponíveis... quem dirá dar conta de organizar a bagunça da web!
PORÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉM, em uma escala
muito menor, é possível selecionar, classificar, organizar, significar e
disseminar materiais de qualidade sobre determinado assunto (lembra a Curadoria
de Conteúdos, tema do meu TCC?! Claro! Haha É uma alternativa para possibilitar
isso!).
A escala é muito menor?! Sim! Mas,
se cada um fizer um pedacinho, podemos conseguir muito.
Colaboratividade, minha gente!
Será o tema do próximo post, e o início da integração da Cibercultura nessa
coluna (que é algo muito além até! Preparem-se!).
Beijos, até lá!
Lola
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