A pesquisa que desenvolvi no PIBIC 2020/2021 serviu como pontapé
inicial para minha monografia, que contém uma proposta de itinerário formativo
de implantação de biblioteca escolar no contexto do Novo Ensino Médio. A
reforma educacional desse segmento determina que parte da grade curricular
(40%) seja formada por cursos escolhidos pelos estudantes, inclusive técnicos.
Partindo da hipótese de que, nesta modalidade, bibliotecários podem
atuar como docentes dos cursos ofertados, conduzi uma investigação do
cenário paulistano em duas frentes: competências dos graduados em
Biblioteconomia e dimensões da necessidade de bibliotecas em escolas de
Ensino Médio.
Antecipando parte dos resultados, posso adiantar aos leitores do blog
que o que temos estudado em nosso curso dialoga com as habilidades que os
estudantes do Ensino Médio devem desenvolver nos itinerários formativos
técnicos. No novo currículo estadual para o Ensino Médio, esse tipo de
itinerário está estruturado em eixos como pesquisa científica, processos
criativos, mediação e intervenção sociocultural e empreendedorismo.
Estudantes dos semestres finais certamente conseguirão relacionar disciplinas
cursadas com cada um desses eixos.
Na segunda parte da pesquisa, mapeei as bibliotecas escolares
existentes em instituições de Ensino Médio em São Paulo (SP) por rede de
ensino (pública X particular) e por área da cidade (região, prefeitura regional e
distrito). Nesse tópico, não há surpresa na rede nem nas áreas com mais
bibliotecas, mas creio que nem todos imaginam que há mais escolas
particulares de Ensino Médio do que públicas em São Paulo, parte delas sem
biblioteca e com plenas condições de ofertar um itinerário como o proposto no
meu TCC.
Desde que comecei a pesquisa, a aplicação do Novo Ensino Médio, que
permanecia incerta devido à pandemia, passou a ser certeza, visto que o
Ministério da Educação publicou, em julho de 2021, um cronograma que exige
a oferta de itinerários por parte das escolas a partir de 2022. Isso significa que,
nesse exato momento, as instituições se desdobram no sentido de elaborar
itinerários formativos. Defendo que os bibliotecários apoiem esse trabalho, que
não será fácil nem estará terminado em pouco tempo.
Se assim fizermos, poderemos demonstrar aos gestores escolares que
implantar uma biblioteca pode ser um projeto realizado com participação ativa
dos estudantes e por meio do qual eles poderão aprender a gerenciar, em
alguns aspectos – acadêmicos e profissionais, por exemplo – seu próprio
projeto de vida, outra dimensão explorada no Novo Ensino Médio.
Essa pesquisa deu origem ao artigo Uma biblioteca em cada escola:
bibliotecários como docentes de itinerário formativo do Novo Ensino Médio,
orientado pela professora Valéria Martin Valls, cujos resultados completos
serão apresentados no 10º Seminário de Pesquisa e Extensão, em novembro
de 2021, evento para o qual convido a todos. Nos vemos lá!
Nádia R. L. de Oliveira
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