Cristiane Laudemar e Tanúsia Nascimento,
bibliotecárias recém-formadas pela FESPSP, vieram apresentar seus TCCs na
terça, dia 11 de março, à noite, em meio às comemorações da semana do Dia do
Bibliotecário (12 de março). As profissionais conversaram com alunos de todos os semestres sobre as oportunidades que a faculdade oferece, desde de participar de projetos sociais à nos preparar para o mercado de trabalho de maneira consciente e com um cuidado especial com o lado social.
Cristiane Laudemar é bibliotecária
formada em 2013 pela FESPSP e continua a fazer história com sua presença e
atitude inigualáveis: em sua palestra sobre o “Núcleo Clovis Moura FESPSPRETO”,
que ajudou a fundar e coordenou desde então, a “Cris” que enchia os corredores
da faculdade com sua alegria e otimismo encantou, novamente, um público atento
e curioso.
Cristiane nos contou sobre o surgimento
do Núcleo incentivado pelo nosso livreiro Adão, tudo começou como um grupo de
estudos que tomou dimensões surpreendentes como a criação da Biblioteca Clovis
Moura e a pagina no face muito visitada atualmente, conta com o sistema
“Pergamum” para catalogação, mesmo sistema da Biblioteca FESPSP e trabalho
voluntário efetuado pelos próprios alunos como um aprendizado e prática da
parte técnica, auxiliados pelas professoras das disciplinas correspondentes
valendo horas para as atividades complementares.
Com um TCC inédito e de destaque como um
dos melhores de 2013, Tanúsia Nascimento conversou com o público apresentando
muitos bons argumentos sobre a carência de literatura específica sobre a
cultura afro-brasileira entre os pequenos leitores das escolas públicas.“Disseminação
da literarura infantil afro-brasileira”, apresentado pela Profª Maria Ignês,
representou uma oportunidade de abordar a temática muito pouco conhecida em
nosso país e discutir o preconceito, trazer à tona a discriminação, as
diferenças sociais que existem em nosso no Brasil, ainda pouco discutidas por existirem de forma velada.
Tanúsia nos apresentou a questão da
literatura infantil afro-brasileira que necessita ser trabalhada nas escolas,
em nossa sociedade e em nossos lares, para preparar nossas crianças para as
diferenças e proporcionar cidadãos conscientes, diminuindo assim o preconceito
e discriminação seja de raça, credo,
gênero...
Temos a Lei 11.645 de 10 de março de
2008, que entrou em vigor no exercício do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e
Cultura Afro-brasileira e Indígena”.
A literatura infantil afro-brasileira é
muito pouco difundida, não temos uma identificação com os personagens
existentes na literatura em geral, pois não retratam a realidade do povo
brasileiro que é composto em sua maioria por negros. Onde e como se encontram
os poucos personagens negros que conhecemos?
Essa temática tem que ser falada,
pesquisada, abordada para não ficar no esquecimento e para diminuir as sequelas
da escravidão negra em nossa sociedade e para que essa parcela da população
possa resgatar sua história, sentir orgulho dela e de si mesma.
O trabalho das duas vem ao encontro
dessa necessidade e a FESPSP nos brinda nessa semana do Bibliotecário com essas
apresentações, que despertou no público presente grande interesse e
participação.
Em comemoração
ao Dia do Bibliotecário (12 de março), tivemos palestras sobre os TCC's de
destaque em 2013 com Denis Maimoni “A sustentabilidade, permacultura e as
bibliotecas comunitárias” e Grazielli de M. Silva “Modelo de gestão de
Biblioteca comunitária”, complementando com o processo de pesquisa, o papel do
orientador, dificuldades enfrentadas e sugestões para os futuros
bibliotecários.
Segundo
Maimoni, permacultura é um termo que está dentro da sustentabilidade que quer
dizer cultura permanente. Agrega vários conceitos de mudança,"design”de
agricultura, para fazer algo sustentável de forma que cada elemento do local
tenha mais de uma função. Por exemplo, se você faz uma casa ao lado de uma
horta, como fosse uma estufa, ela serve de ar condicionado para a casa. Se você
fizer na parede, você tem um isolamento acústico e térmico, e além disso você
tem outras coisas que podem favorecer, como a compostagem.
Ainda segundo
Maimoni, as bibliotecas comunitárias não têm um
padrão de infraestrutura, geralmente elas são um lugar improvisado que é criado
por iniciativa da comunidade mesmo e que carece daquela informação e daquele
espaço para interagir. Elas precisam tanto desse apoio da comunidade, ou de uma
empresa ou ONG que as adote e ceda livros, ceda o espaço.
Assim o seu trabalho vem para propor
opções e ações sustentáveis que respeitem as necessidades da comunidade, da
biblioteca, do acervo e a preservação do mesmo.
Profissionais
e pesquisadores em Ciência da Informação têm afirmado que a biblioteca
comunitária é uma área pouco estudada na Biblioteconomia, e até hoje não existe
um modelo de gestão. Nesse sentido, o tema do TCC de Grazielli é uma proposta
de modelo de gestão para esse tipo de biblioteca. Essa gestão proposta
refere-se não somente aos processos organizacionais desse tipo de biblioteca,
mas também à atuação da comunidade e nos processos culturais propostos por ela.
Em seu TCC
Grazielli, fez dois estudos de caso demonstrando como a gestão define o sucesso
ou insucesso desse tipo de projeto, é importante o acompanhamento posterior
periódico para garantir o sucesso, buscar parcerias, doações e a participação
da comunidade com o que eles tem a oferecer, propondo que passem seu
conhecimento adiante, ensinando uns aos outros, assim sentem-se úteis o que
proporciona uma integração e incentiva a participação na biblioteca.
Colocou em
prática a teoria de seu TCC, montando uma biblioteca comunitária com campanha
entre amigos para arrecadação de livros, contando com ajuda de voluntários para
organização e implementação efetiva.
Ambos tem como proposito contribuir com o
sucesso das bibliotecas comunitárias de maneira consciente, contribuindo com
sugestões e modelos para possível implementação.
Segundo
Grazielli é preciso “casar com o orientador” e Denis sugere “ler muito e ter um
bom planejamento” ambos ressaltam escolher um tema com que o aluno se
identifique, fatores fundamentais para o sucesso do TCC.
Sugestões de leitura infantil:
Bia na África– Ricardo Dregher
Lendas da África – Júlio Emílio Brás
O cabelo de Lelê – Valéria Belém
Referências:
MOURA, Clovis. Dicionário da Escravidão Negra no
Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004.
http://monitoriafabci.blogspot.com.br/2013/08/tcc-2013-denis-maimoni-e.html#moreacesso em 18/03/2014
http://monitoriafabci.blogspot.com.br/2013/08/tcc-grazielli-e-gestao-de-bibliotecas.html#more
acesso em 18/03/2014.
http://monitoriafabci.blogspot.com.br/2013/11/aluna-da-fespsp-inaugura-biblioteca-em.html#more
acesso em 18/03/2014.
Ficou interessado? Então saiba mais
em:
Matéria por Roselene Mariane de Medeiros, aluna do 5º semestre
noturno da FaBCI.
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