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Adriana Maria de Souza |
Eu fazia magistério na época e sempre realizava minhas pesquisas acadêmicas na “Biblioteca Pública Paulo Setúbal”, situada no bairro da Vila Formosa em São Paulo. Eu adorava ir até a biblioteca e passava horas e horas no ambiente. Havia um funcionário excelente lá que conhecia todo o acervo e, além de me ajudar em minhas consultas, sempre indicava uma literatura, o que me mantinha fiel e assídua à biblioteca. Gostava tanto de estar entre os livros, que na escola me ofereci para cuidar do acervo da biblioteca que ficava no segundo andar e que fora organizada por um professor que ficava em período parcial para a retirada de materiais pelos alunos. Infelizmente não deixaram que eu ficasse e a biblioteca permanecia fechada nas ausências do professor. Após um ano, soube que seria desativada e, que de acordo com a direção, não era procurada pelos alunos. Eu fiquei desapontada e triste a ponto de ir conversar com a direção que nada fez para modificar a situação, a escola perdeu sua biblioteca e ninguém se importou!
No penúltimo ano do curso, comecei a pesquisar sobre a área de Biblioteconomia e utilizei uma enciclopédia que tinha em casa sobre profissões e Biblioteconomia e Documentação estavam lá. Fiquei maravilhada e busquei me informar sobre as instituições em São Paulo que ofereciam o curso. Conversava com as minhas amigas do colégio e elas ficavam horrorizadas com o meu interesse. Dizendo coisas, como: “que profissão é essa?”, “o que te levou a escolher esse curso?”, “faça Direito, Administração, Jornalismo, essa área não é reconhecida”. Outros, no entanto, diziam que era para eruditos, pessoas que gostavam de estudar e ler muito, sendo necessária muita dedicação e disciplina. E assim, fui realizar a inscrição na FESPSP e chamei a minha amiga de infância para me acompanhar. Ela quase não acreditou ao ver o Casarão, disse que sentiria medo em estudar num lugar como aquele, e se eu realmente tinha certeza da escolha que havia feito.
Ninguém acreditava no meu interesse pelo curso, mas eu sim. Fiquei muito feliz ao saber que eu havia conseguido entrar na Faculdade e fazer o curso que eu tanto queria, não foi fácil deixar a docência na época, pois eu já lecionava. Entretanto, não imaginava que o curso iria me propiciar a oportunidade de voltar a lecionar, minha outra grande paixão. Posso dizer seguramente que sou grata e realizada pelas escolhas de carreira que abracei e as exerço com amor e entrega.
“Dar a ver, dar a ver mais do que se poderia esperar, dar a ver outra coisa que não se espera.”
Montesquieu em "O gosto".
Adriana, boa noite
ResponderExcluirVocê pode me dizer como é a prova do processo seletivo da FESP. E no curso de Biblioteconomia existem muitas matérias que tenham matemática?
Grato
Fabio
Você é um exemplo de Bibliotecária para mim.
ResponderExcluirNossa! Como tinha cara de metida.
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