Andréa Andira é graduanda do 6º semestre de
Biblioteconomia e resolveu contar para gente como foram suas férias no mês de
julho em Londres onde ela foi para estudar inglês.
━A minha aventura começou em Londres com
uma boa desculpa de estudar inglês. Bem, não que eu não quisesse estudar,
afinal o inglês sempre foi uma pedrinha no meu sapato. O que quero dizer é que
me matricular num curso de duas semanas em Londres foi uma estratégia para unir
o útil ao agradável. Muito bem sucedida, aliás.
Passado o choque de chegar sozinha
na megacidade, tendo que me virar com um inglês mequetrefe, só o que fiz foi
aproveitar. Cada segundo.
A turma da escola era bem variada.
De estilos, de faixa etária. Só não tão variada de nacionalidades. Sim, meus
amigos, 70% da galera era de brasileiros! E aquele velho conselho “fuja dos
brasileiros pra treinar o inglês” foi quase impossível de seguir. A gente até
simulava umas conversas em inglês, mas não o tempo todo.
As aulas ocorriam na parte da manhã
ou à tarde, portanto, eu tinha meio período livre pra fazer muitas coisas. E
fiz! Museus, galerias, parques, pubs, livrarias, lojas. Uma comilança sem fim!
Meu Deus, quem foi que disse que Londres era ruim pra comer? É cara, mas com
uma variedade incrível. Comidas de toda parte do mundo!
Londres foi a parte mais badalada
da minha viagem. As meninas do curso, divertidíssimas. A Rê, minha amiga do
trabalho, com quem passei três dias sensacionais…
Southbank
Centre, pólo cultural às margens do Tâmisa
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Auge de Londres: andar de bicicleta
pelo centro da cidade; tomar um chá inglês num pequeno pátio do imenso Palácio
de Hampton; descobrir que não fui a única com dificuldades de entender o inglês
britânico; caminhar pelo Covent Garden; ouvir os melhores sons nas ruas de
Notting Hill; participar de uma performance com Marina Abramovic; me perder nos
becos do mercado de Camden Town; visitar a expo de HQ na British Library; ver
os maravilhosos acervos da Nacional Gallery, do British Museum e da Tate
Modern, em especial a expo de Matisse. Sim, visitar museus foi uma prioridade
pra mim.
Neal’s
Yard, em Covent Garden
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Entrada
da British Library
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Aí, parti pra Paris. Já sem o peso
de estudar, ter horários, lições de casa. Era somente curtir minhas férias. Aluguei
um apartamentinho perto da Place d’Itale, do lado do metrô.
Nossa, achei tudo tão diferente de
Londres!
Em Londres, tudo era mais certinho,
limpinho, com regras. As pessoas num dia a dia de cidade grande, correndo.
Somente no fim do dia é que a gente as via relaxarem. Os pubs enchiam. É um
ritual. Sair do trabalho e passar no pub antes de ir pra casa. Com os dias
estendidos então… Escurecia perto das dez da noite. Uma festa!
Agora, Paris, não sei. Parece que a
festa é constante. Me pareceu mais leve, menos estressante. E também menos pulsante.
Talvez seja pelo meu estado de espírito, de férias total, não sei explicar. Ou
é o estado de espírito parisiense, mais boêmio, mais leve...
No
alto de Montmartre
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Lá não tinham as boas conversas e
as risadas com a turma de Londres, mas tenho que admitir que me diverti muito
também. Tomei muito vinho, saboreei muitos crepes, me perdi algumas vezes e
passei vergonha dando risada sozinha na rua. Juro, não pirei! Só descobri que
sou uma ótima companhia pra mim.
Jardim
do Museu de Rodin
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Auge de Paris: caminhar ao longo da
margem do Sena e ver que no verão muitas coisas interessantes acontecem por lá;
descobrir Montmartre e sua vista incrível; ver um concerto no Jardim de
Luxemburgo; encontrar o café de Amelie Poulain; conhecer os sensacionais
acervos de Louvre, D’Orsay, Quai Branly, L’Orangie, Museu de Arte Moderna,
Rodin, Pompidou. Sim, visitar museus foi uma prioridade pra mim.
Terceira e última parte da viagem.
Lisboa.
A expectativa era grande. Não sei
por que, mas sempre quis muito conhecer um pedaço de Portugal. No início houve
um estranhamento. Mais do que isso, fiquei de implicância com a cidade. Talvez
porque num primeiro momento Lisboa não se mostra uma cidade bonita. Poluição
visual, ruas mais sujas. Mas passou.
Foram os dias mais bonitos e
ensolarados de toda a viagem.
Detalhe
de fachada em Lisboa
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E nas minhas andanças fui descobrindo os
encantamentos que essa cidade possui. Pra isso é preciso subir muito
morro, escadinhas intermináveis. Mas tudo isso é garantia certa de uma bela
vista!
Uma
das muitas vistas em Lisboa
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Nossa, quantas vezes me embasbaquei
de ver, entre ruelas, o rio Tejo ao fundo.
É muita miragem! Tudo meio escondidinho. Apenas os
curiosos descobrem essas maravilhas. De longe, das três, Lisboa foi a cidade
que mais me proporcionou essa sensação visual.
Entre
os prédios, o Tejo
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Fora isso, a sensação de estar
mais perto de casa é impagável. Falar o português. Em Lisboa também tomei muito
vinho, tomei muita ginjinha, um licor tradicional e delicioso, comi bacalhau,
salmão, polvo. Ou seja, me acabei!
Auge de Lisboa: comer pastéis de
nata no café da manhã; tomar vinho no final da tarde no terraço do Castelo de
São Jorge; subir, até não aguentar mais, a trilha que leva ao Castelo dos
Mouros, em Sintra; passear no trenzinho de Sintra; assistir a um concerto da Orquestra
de Sopros do Conservatório Nacional e ao show do French Swing Café no Largo São
Carlos; caminhar pelas ruazinhas e becos de Alfama; andar de bonde no centro;
apreciar os azulejos que cobrem os prédios e as casas; conhecer os acervos do
Museu Berardo e do Museu de Arte Contemporânea do Chiado; ver a expo de arte
contemporânea no Centro de Arte Moderna Gulbenkian; achar, sem querer, a
Mostra’14 de Arte, uma ocupação num antigo prédio no Cais do Sodré, com muito
artista bom. Sim, visitar museus foi uma prioridade pra mim.
E posso dizer que foi uma das
melhores imersões em arte que já fiz.
Desde o início, conhecer museus era um dos principais
motivos desta viagem. Eu só não sabia que iria dar conta de tantos museus,
galerias e monumentos nesse período. 30 dias no total. Foi incrível!
Termino dizendo que a experiência
de viajar só é única. Tirar um tempo pra si, ficar com seus pensamentos, passar
por vexames e nem ligar, porque ninguém te conhece… Aliás, a sensação de
anonimato é uma coisa que me fascina. Em Londres isso era intenso. No metrô,
ninguém te olha na cara. Você pode cutucar o nariz, coçar o bumbum, ninguém tá
nem aí. Ô coisa boa!
No mais, muita risada sozinha,
muita reflexão e infindáveis planos. Uma boa e feliz viagem pra mim!
Colaboração
na Matéria de Andréa Andira Leite, graduada em Artes
Visuais e especialista em Estudos de Museus de Arte. Graduanda do 6º semestre
da FABCI/FESPSP. Há 16 anos trabalha com documentação de arte e organização de
acervos museológicos. Atualmente é documentalista no Núcleo de Salvaguarda do
Museu Afro Brasil.
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