Música e Livros é uma coluna escrita por Bruno Carvalho, ex-aluno de Biblioteconomia da FESPSP, que fala a respeito de bandas e o que elas leem, mostrando que música e livros tem tudo a ver!
Este mês Bruno entrevista Andrea Martins, vocalista da banda baiana, Canto dos Malditos da Terra do Nunca.
Andréa Martins faz música desde pequena. “Eu costumava escrever umas coisas e cantava. Quando aprendi a tocar violão, senti necessidade de musicar aquilo que vinha na cabeça.” Da cabeça da vocalista passando por sua voz e direto para as mãos de Helinho, Danilo, David e Leo, a melodia do Canto dos Malditos na Terra do Nunca nasce inesperada, com vida própria. “Parece que tudo vai sendo gravado na cabeça, no inconsciente, e de repente sai. Tem melodia que chega batendo brutal no peito”, diz Andréa. A banda existe desde 2003. Após 7 anos separados, estão de volta! À pedido de nossos queridos fãs que insistiram para que voltassemos com a formação da banda, nos reunimos e, para celebrar esse retorno, estamos preparando o novo CD da banda! Estamos tão empolgados que recentemente lançamos o clipe da música inédita "O Sol de Lá", que foi escolhida para ser a primeira faixa do CMTN do novo disco de estreia.
Pessoal vale a pena também conferir essa reportagem da Revista Rolling Stone sobre a banda: http://goo.gl/lAZOgw.
Este mês Bruno entrevista Andrea Martins, vocalista da banda baiana, Canto dos Malditos da Terra do Nunca.
Andréa Martins faz música desde pequena. “Eu costumava escrever umas coisas e cantava. Quando aprendi a tocar violão, senti necessidade de musicar aquilo que vinha na cabeça.” Da cabeça da vocalista passando por sua voz e direto para as mãos de Helinho, Danilo, David e Leo, a melodia do Canto dos Malditos na Terra do Nunca nasce inesperada, com vida própria. “Parece que tudo vai sendo gravado na cabeça, no inconsciente, e de repente sai. Tem melodia que chega batendo brutal no peito”, diz Andréa. A banda existe desde 2003. Após 7 anos separados, estão de volta! À pedido de nossos queridos fãs que insistiram para que voltassemos com a formação da banda, nos reunimos e, para celebrar esse retorno, estamos preparando o novo CD da banda! Estamos tão empolgados que recentemente lançamos o clipe da música inédita "O Sol de Lá", que foi escolhida para ser a primeira faixa do CMTN do novo disco de estreia.
Pessoal vale a pena também conferir essa reportagem da Revista Rolling Stone sobre a banda: http://goo.gl/lAZOgw.
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Bruno de Carvalho e Andréa Martins |
Bruno de Carvalho (B.C.): Qual a influência literária nas composições da
banda?
Olha, não existe uma influência específica, direta, acredito
que tudo aquilo que a gente absorve naturalmente vai ser uma influência
consciente ou inconsciente na nossa expressão seja através na música, da arte…
Acredito mais na mistura de influências porque o mais interessante disso é que
você é o filtro entre o que absorve e o que externaliza e isso vai ser
diferente pra cada pessoa, muito de acordo também com as outras coisas que elas
entram em contato e daí existe uma expressão como resultado desse encontro de
influências.
B.C.: O que você costuma ler?
Eu gosto de ler Saramago, João Ubaldo, Caio Fernando
de Abreu, Clarice Lispector, Paul Auster etc..
B.C.: O rock incentiva a leitura?
Olha, não necessariamente, digo, não acho que é uma
conseqüência do rock ou das pessoas que ouvem rock, mas acredito que "teoricamente"
incentiva talvez a você questionar, a você buscar e ai claro esse caminho vai
ser diferente pra cada pessoa.
B.C.: Você considera válido a utilização de músicas de
rock no ensino de história e literatura?
Acho válido sim, se for uma música interessante, com
uma letra interessante acho que não deixa de ser material de ensino e
inspiração.
B.C.: A música incentiva a leitura?
Acredito que
uma arte incentiva a outra de alguma forma, tudo que é fonte de inspiração, de
expressão, de liberdade faz circular essa energia umas com as outras.
B.C.: Você acha que as bandas de rock de hoje são
preocupadas com o conteúdo da letra, em relação a escrever uma boa composição?
ou só aparência, preocupação com a vestimenta? Você acha a década de 80 ( rock
nacional) a que mais valorizava o conteúdo das letras?
Olha, acho que depende do ponto de vista.. Acho que
sempre teve de tudo, mas essa época 80 meio pós-ditadura, e até época da
ditadura mesmo as músicas eram os meios de expressão da época muito por que não
havia tanta liberdade em outros meios, então acredito que era um tipo de transporte de expressão dos jovens digamos
assim.. Talvez hoje exista uma liberdade maior por outros meios e a música
perdeu um pouco esse peso de "ter o que dizer" como revolução etc.. Mas
acho que o interessante é ter de tudo, é ter espaço pra o que é bom quem queira
fazer poesia com a música, quem queira usar pra questionar, a música só pra
dançar, curtir etc..
Acho super
interessante por ser um meio de transporte de comunicação da geração, onde você
entra em contato com essa troca de idéias de vários universos diferentes por um
acesso fácil e rápido… fora essa construção "do it youself" que é
essencial como incentivo das pessoas colocarem em prática suas idéias e
projetos principalmente nos tempos atuais onde as coisas são geradas nessa
correria independente.
B.C.: Há
citações de livros nas músicas , de trechos de livros? Alguma música que você
escreveu foi inspirada em algum livro que leu?
Não há por enquanto citações diretas nas músicas.
B.C.: O nome da banda foi inspirado em livro ?
Assim, não
exatamente, digo… não no livro em si, mas eu estava lendo na época o
"Canto dos Malditos" e junto com "Terra do Nunca" a gente
achou que o nome conseguia nos representar, representar a sonoridade da banda. O
nome da banda é uma dupla homenagem: ao livro "Canto dos Malditos",
de Austregésilo Carrano Bueno (que inspirou o filme Bicho de Sete Cabeças), e à "Terra do Nunca" (Neverland) de
"Peter Pan" (do autor britânico J. M. Barrie), um mundo imaginário
onde a realidade se confunde com a fantasia.
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