Vilma Silva Butym |
Formada pela FESPSP, Vilma
Silva Butym se dedicou por dois anos para ser aceita por uma universidade
americana e complementar seus estudos em Biblioteconomia para exercer a profissão.
Na entrevista abaixo, gentilmente concedida para a MC, Vilma detalha sua trajetória
e faz um panorama do exercício da profissão nos Estados Unidos.
MC: Conte um pouco sobre a sua formação na FESPSP e sua
trajetória profissional até chegar aos Estados Unidos.
VILMA: Iniciei meu bacharelado na FESP em 1998 e me
formei em 2001. Minha primeira experiência em biblioteca aconteceu nos meus 17
anos de idade. Eu fiz colegial profissional em secretariado na ETE Albert
Einstein. Na metade do colegial consegui um trabalho como secretária na
FUNDACENTRO, especificamente, na biblioteca. É uma biblioteca jurídica e saúde
ocupacional. Lá, pela primeira vez, vi como uma biblioteca funcionava. Embora
tenha sido contratada como secretária apenas, tive a oportunidade de ajudar um
pouco também na biblioteca. Dali não parei mais. Entrei na FESP, consegui um
estágio na Voight, depois em um centro de informação de uma agência de
propaganda, e finalmente na Graded – uma escola americana. Trabalhei na Graded
por 3 anos como Assistente de Biblioteca. Quando comecei na Graded estava no
meu segundo ano na FESP. Após me graduar, recebi a informação que não havia possibilidade
naquele momento de promoção. Então, aguardei por 2 anos, mas a promoção não
saiu e aconteceram mudanças administrativas na escola, então, decidi vir para
os Estados Unidos. Meu tio morava em Tampa, Flórida. Vim, comecei um curso
privado em inglês para aperfeiçoar o que já tinha aprendido no Brasil. Fiz CCAA
por 4 anos durante o tempo em que estava na faculdade.
MC: Fale um pouco sobre a sua trajetória nos Estados
Unidos, especificamente antes da aceitação para este mestrado.
VILMA: Cheguei nos EUA, comecei meu curso privado de
inglês na Tampa Language Center, e depois
de 8 meses comecei a ensinar portugués para estrangeiros no centro de línguas.
Como eu tinha em mente adquirir mais conhecimentos sobre bibliotecas, consegui
um estágio em uma escola particular chamada Independent
Day School. Eu ajudava na biblioteca com tudo que precisavam. Ao mesmo
tempo estava realizando outros trabalhos para aumentar a renda. Tambem fiz
muitos trabalhos voluntários em diversas bibliotecas publicas em Tampa. As
bibliotecas publicas aquí são riquíssimas!!!
Depois de alguns anos se passarem, comecei meu mestrado na Universidade
do Sul da Flórida (University of South Florida – USF).
MC: Por que você decidiu seguir no mestrado?
VILMA: Porque aqui nos
EUA o curso de Biblioteconomia é um curso de mestrado e NÃO bacharelado. Nos
EUA uma pessoa faz bacharelado em qualquer área, por exemplo, direito. Daí, se
quiser se transformar em uma bibliotecária (o), basta fazer o mestrado em
Biblioteconomia.
MC: Sobre a sua aceitação: como foi o
processo? O seu diploma de graduação foi validado nos Estados Unidos?
VILMA: Para ser aceito
em qualquer universidade/faculdade nos EUA, o candidato tem que submeter seu
histórico escolar para avaliação e também tem que fazer o teste TOEFL, para
provar proficiência na língua inglesa. Meu histórico escolar do bacharelado no
Brasil foi traduzido e avaliado por um departamento específico licenciado pelo
governo americano. Depois dessa avaliação, o departamento chegou à conclusão de
que o conteúdo do curso de bacharelado que fiz no Brasil, seria o equivalente a
qualquer curso de bacharelado nos EUA. Por isso, pude seguir adiante, preencher
o formulário de matrícula para faculdade e começar a estudar. Em alguns casos,
o conteúdo do curso feito fora dos EUA não é o equivalente ao curso no país, daí
é preciso começar do começo mesmo: bacharelado novamente. Eu fui privilegiada e
pude apenas continuar meu ensino. Para concluir tua pergunta: sim, meu diploma
foi validado aqui nos EUA.
MC: O que os profissionais brasileiros
devem fazer para serem aceitos em um mestrado nos Estados Unidos?
VILMA: Cada caso é um
caso. Eu diria que a primeira preocupação é achar um curso de bacharelado que
seja aprovado pelo Ministério da Educação como um curso no exterior. Agora, eu
não sei como isso pode ser feito no Brasil. Aqui nos EUA a gente tem que fazer
a avaliação de conteúdo do curso. É claro, precisa falar inglês nível universitário.
Então, se alguém tem interesse em estudar nos EUA, tem que fazer curso de inglês
e tirar o TOEFL, com nota elevada.
MC: Quais são os melhores
cursos/universidades para ser tentar esta vaga?
VILMA: USF
na Flórida. Não é porque eu estou estudando lá, não. É por que é a maior
faculdade do Sul da Florida e é bem conceituada em várias áreas. Vários
projetos científicos nacionais são realizados na USF. Agora, basta ir ao
website da ALA American Library Association (ALA), que lá eles oferecem uma lista
de universidades idôneas que tem o mestrado em Biblioteconomia licenciado
pela própria ALA.
MC: Como está o campo de trabalho nos Estados Unidos?
Sabemos que há universidades investindo muito na modernização de suas
bibliotecas, mas as públicas não têm tantos investimentos assim e os
bibliotecários ainda reclamam dos baixos salários. Isso é
fato?
VILMA: Aqui, diferentemente do Brasil existe uma cultura
do livro e leitura. A biblioteca pública é super rica e equipada. Quanto ao
campo de trabalho, é bem vasto, porém, com um pouco de concorrência. Ainda não
saí para, realmente, procurar um trabalho como bibliotecária, por isso não
posso dizer com precisão. A informação que tenho vem de pesquisas online
apenas.
Para o áudio completo da entrevista com Vilma envie um email para monitorcientificofabci@fespsp.org.br
Magah e Vilma, que entrevista maravilhosa! Surgiram várias idéias...obrigada por compartilhar conosco esta vivência.
ResponderExcluirRebeka, obrigada pela sua mensagem! A Vilma foi muito gentil em conceder uma entrevista extensiva também por skype e a gravação está disponível, é só enviar um email para a MC.bjs!
ResponderExcluirQual seria o email da MC?Ainda teria a entrevista gravada?Tenho interesse em conseguir algo lá fora.
ResponderExcluirObrigado.