Processo de design thinking |
“A ideia da
disciplina é apresentar aos futuros bibliotecários temas contemporâneos da
área, inclusive aspectos de sua futura atuação como profissionais, além de
ampliar o conhecimento do aluno em temas da atualidade, complementando o
aprendizado dos cinco semestres da graduação e oportunizar espaço para
discussão de tendências da moderna Biblioteconomia”, explica a professora
Valéria.
Neste ano, um dos resultados dessa disciplina foi o seminário sobre
tendências contemporâneas da área,
buscando atuações diferenciadas, aquelas que “pensam fora da caixa”. A proposta
foi feita aos alunos das turmas da manhã e da noite, orientados pela
professora: “Cada grupo escolheu uma atuação diferenciada do bibliotecário e fez
uma descrição da atuação profissional considerada uma tendência contemporânea
na área de gestão da informação ou do conhecimento, respondendo às seguintes
perguntas: Quais são os processos /
atividades realizadas (como é o dia-a-dia do profissional?) e Quais as competências necessárias para se
desempenhar essa atividade?”.
Os trabalhos partiram de temas diferentes do tradicional espaço da
biblioteca, centro de memória e arquivo. Alguns são inusitados como modateca, e
design thinking, e outros começam a
se tornar uma demanda, como o trabalho em repositórios institucionais digitais.
Satisfeita com o retorno dos alunos, a professora Valéria Valls comemora: “O
Seminário atendeu plenamente os objetivos e os alunos com certeza tiveram uma
noção mais ampla das potencialidades da profissão. Praticamente todos os grupos
entrevistaram e tiveram contato com bibliotecários que já atuam nas áreas
analisadas e isso ajudou a compreender de maneira mais clara a real
possibilidade de atuação nessas áreas de gestão da informação e do
conhecimento. Como eu sempre digo: “Onde há informação há espaço para a atuação
de um bibliotecário”. E isso foi comprovado pelos excelentes trabalhos
apresentados pelos alunos, futuros bibliotecários formados pela FESPSP”,
afirma.
Os alunos
Aline, Bruno, Flávio e Hérica, da turma da manhã, pesquisaram sobre o bibliotecário atuante no
monitoramento de redes sociais. Descobriram que o bibliotecário pode trabalhar também com a informação disponível
nas redes sociais, coletando, avaliando informações, identificando opiniões do
público que consome um determinado produto. “A avaliação e o conhecimento de um
determinado público que consome um determinado produto de uma marca especifica
auxilia para que a tomada de decisões
seja feita de maneira coerente para que os objetivos da empresa onde o Bibliotecário
atua sejam atingidos”, relata o grupo em texto enviado para a MC.
Também da turma da manhã, a pesquisa do trabalho do bibliotecário em
repositórios institucionais digitais inspirou os alunos Éderson, Millian,
Priscila e Vilma a apresentarem um estudo de caso, na Fundação Centro Tecnológico
de Minas Gerais (CETEC-MG), como relatam:
“Nosso trabalho consiste na exposição do relato de caso do CETEC-MG que demonstra uma atuação diferenciada do bibliotecário, no caso, em um repositório digital institucional, além de uma entrevista com o Prof. Francisco Lopes Aguiar.
“Nosso trabalho consiste na exposição do relato de caso do CETEC-MG que demonstra uma atuação diferenciada do bibliotecário, no caso, em um repositório digital institucional, além de uma entrevista com o Prof. Francisco Lopes Aguiar.
O diferencial que foi possível notar na atuação do bibliotecário
está no fato de ela estar mais voltada para a administração do repositório,
pois as atividades de catalogação, indexação e inserção de documentos no
repositório passam a ser responsabilidade do próprio produtor da informação. Ao
bibliotecário caberá desempenhar atividades relacionadas à implantação do
repositório envolvendo a escolha de software/hardware,
bem como as atividades relacionadas com a manutenção, administração e
divulgação da plataforma, treinamento dos autores, análise dos relatórios e
estatísticas, entre outras.
Além das atividades desenvolvidas, o bibliotecário precisa ter
diversos tipos de competências para desempenhar a sua função de administrador
do repositório. Estas competências, de modo geral, estão relacionadas com as
tecnologias que envolvem a Internet, Web e, o mais importante, ter um perfil de
líder.
Portanto, a atuação do bibliotecário em repositórios institucionais
digitais é um grande desafio, pois envolve trabalhar em conjunto com outros
profissionais. Suas atividades estão mais voltadas para a gestão/administração
do que o processamento técnico e ainda há o fato de que ele precisa adquirir
conhecimento sobre outras áreas importantes para o funcionamento do
repositório.”
Na gestão de eventos e design thinking, áreas mais novas no
mercado, também tem bibliotecários
gerenciando informações para seus usuários. Erica, Ana Cristina, Andreia,
Adriano, Leonardo e Odílio, da turma da noite, apresentaram dois profissionais
com este perfil. Ana Cristina explica o porquê das escolhas e fala sobre Paula
Macedo e Paloma Altran: "Nosso exemplo de atuação não tradicional dentro
de biblioteconomia foi Paula Macedo. Essa profissional, formada na ECA/USP,
trabalhou em várias empresas, dentro as quais UOL, portal 7 e, no momento, a
Insitum, de consultoria às empresas. No seu currículo consta atuação na
arquitetura da informação, manejo do software Axure, utilização de card sorting, interaction design, entre outros, e atualmente lida com Design Thinking, que é a ação ou prática
de pensar o design, alicerçado no tripé: a necessidade do usuário,
a tecnologia e as estratégias que são interessantes para empresa. Outra
atividade que Paula exerce é de educadora, ministrando aulas sobre arquitetura da
informação pela ExtraLibris.
Um exemplo de Gestão de Eventos é Paloma Altran, profissional bem
conhecida da FESPSP. Possui formação em Letras com licenciatura em português e
inglês pela UNESP (Campus de Assis), e formação em Biblioteconomia, onde cursou
por dois anos na UNESP (Campus de Marília), migrou para o Departamento de
Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP e cursou o último ano na FESPSP. Ela
tem atuado no gerenciamento de cursos e eventos na área de Biblioteconomia,
inclusive com parceira com a FESPSP. Em sua trajetória, ela conta que
primeiramente que atuou como operacional, em diversas partes das Comissões que
compõe uma elaboração de evento até chegar como gestora. Sua motivação para
essa atividade é capacitar o profissional para atualizações e novidades na
área, e sempre busca oferecer a esse mercado as necessidades mais prementes,
escolhendo com cuidado os palestrantes para cada tema (seja ela mesma tendo o
curso com o profissional ou por indicação precisa de outros bibliotecários)”,
aponta Ana Cristina.
A biblioteca de moda do SENAC – São Paulo foi o objeto de pesquisa
das alunas da manhã Dalvina,
Jacqueline e Rose e Camila. Dalvina Ramirez nos
conta como foi o desenvolvimento do estudo: “Entrevistamos a bibliotecária
responsável pela Modateca, Ângela Regina Lopes Leal, que nos passou maiores
informações sobre o funcionamento do espaço, que tipo de material a Modateca
contém e como são realizados a ficha técnica e o registro desses materiais na base
de dados. Durante a entrevista, pudemos identificar algumas habilidades e
competências inerentes ao profissional que atua nessa área: tratar a informação
independentemente do formato ou suporte e torná-lo acessível; conhecimentos
especializados do assunto de interesse da organização onde funciona a
biblioteca; trabalhar em equipe. Consideramos a atuação desse profissional como
um exemplo de inovação, provando que o profissional da informação tem a
capacidade de atuar em qualquer área, basta ter a vontade de aprender coisas
novas e a enxergar a biblioteca como um organismo vivo”, afirma.
Modateca do SENAC |
Dalvina aponta algumas conclusões da pesquisa do grupo: “Considerando
as atuais tendências mercadológicas, podemos afirmar que os paradigmas
que envolvem a área de biblioteconomia estão em constante inovação. Se adequar
ao novo formato proposto ao profissional da informação faz-se um caminho
inevitável, pois a informação está em todos os setores e organizar isso é o
nosso papel. Agora, além de organizar, armazenar e disponibilizar a informação,
o bibliotecário assume a tarefa de zelar pela inovação em todos os âmbitos onde
há a busca e recuperação dessa informação.
Por tanto, podemos dizer que a Ângela é uma bibliotecária que inovou.
Conhecendo bem o seu acervo e focando nas necessidades dos seus clientes, fez a
Modateca ganhar vida!” diz, encantada, a aluna.
Conheça todos os temas abordados pelos alunos do sexto semestre no
seminário em Tópicos avançados em Gestão da Informação e do Conhecimento:
Turma da manhã:
- Repositórios Institucionais Digitais (Éderson, Millian, Priscila e Vilma)
- Segurança da Informação (Antonieli, Fátima e Leiliane)
- Propriedade Intelectual / Patentes (Ana Carolina, Beatrix, Rafael e Tais)
- Monitoramento de Redes Sociais (Aline, Bruno, Flávio e Herica)
- Modateca
(Camila, Dalvina, Jacqueline e Rose)
Turma da noite:
- Arquitetura da Informação (Ana Paula, Janete, Selma e Sérgio)
- Pesquisa indústria farmacêutica (Victor, Rodrigo e Filipe)
- Pesquisa em licitações (Leonice, Natashe e Rosana)
- Gestão das certificações em TI (Cristiane, Gustavo, Marco e Rosângela)
- Design Thinking e Gestão de eventos (Erica, Ana Cristina, Andreia, Adriano, Leonardo e Odílio)
- Bibliotecário Clínico (Rejane, Tanúsia e Aline)
- Bibliotecário Educador (Grazielli, Winderson, Fernanda, Leandro e Venina)
É extremamente animador ver tanto a qualidade do curso, quanto a resposta vívida e criativa dos alunos.
ResponderExcluirParabéns a todos! Temas interessantes e interagindo com os desafios atuais, muito bom.
Obrigada à Monitoria Científica, por estar presente e reportar com sensibilidade a informação.
São muitas perspectivas interessantes para nossa profissão. Trazer isso para a sala de aula é um ganho de valor que deve ser referenciado, mérito da professora Valéria e os alunos. Obrigada pela sua mensagem, Nilda, e continue acompanhando a Monitoria.
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