A nossa ex-monitora Daniela Correia estréia uma coluna novíssima falando sobre um assunto indispensável a nós: catalogação!
Olá
galera da MC tudo bem?
Nem
preciso dizer que estava com saudades, e como não consegui ficar muito tempo
longe, agradeço a Marina pelo espaço e fico muito feliz por poder falar com
vocês sobre esse tema super importante e específico da nossa área, que é minha
principal paixão: a CATALOGAÇÃO.
A ideia da coluna é trazer assuntos e vertentes relacionados a essa temática de uma forma bem simples, com matérias e entrevistas com pessoas da Biblio engajadas com a catalogação, com o intuito de torna-lo mais explícito ao público em geral e tirar um pouco do “ranço” que por vezes a própria área impregna ao tratar de forma errônea sobre esse processo que está enraizado no ser bibliotecário.
Como objetivo, pretendo demonstrar a importância dessa grande ferramenta da Biblioteconomia que em nada tem a ver com um trabalho puramente técnico e mecânico, mas vai muito além disso.
E então... Bora falar sobre Catalogação?!
CATALOGAÇÃO NÃO É BICHO-PAPÃO
Organizar,
tratar, recuperar e disseminar informação e conhecimento são as principais
atividades da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, tendo como objetivo
atender às necessidades e demandas de usuários em distintas realidades. Nesse
contexto, a catalogação se desenvolve como uma das principais funções nessas
áreas do saber. A catalogação é o processo pelo qual os bibliotecários criam
registros para representar um item, ou conjunto de informações, tornando-o
único num determinado acervo, em vistas de sua recuperação e acesso de forma
objetiva e simples, que se dá através do catálogo.
A catalogação compreende três partes: descrição bibliográfica, pontos de acesso e dados de localização. Esse procedimento pode ser identificado como a construção de um meio que viabiliza a comunicação entre o usuário e o documento, ou seja, é a forma que nós bibliotecários utilizamos para representar os itens, e esses podem ser de suportes diversos como: livros, Cd’s, Dvd’s, periódicos (que são publicações seriadas como revistas e jornais), gibis, partituras enfim, tudo que integre o acervo que será organizado com o objetivo que o público atendido possa recuperar e acessar o que desejar.
É neste contexto que a catalogação se faz presente como principal instrumento de representação dos itens em um acervo para sua guarda, busca, recuperação e acesso.
Já
pensou precisar de algum documento para sua pesquisa de TCC, uma informação que
consta em algum artigo importante para seu trabalho ou mesmo encontrar aquele
livro de literatura que tanto gostaria de ler, em um lugar sem nenhuma
informação organizada, como esse aqui?
Ou
ainda buscar algo nessas bibliotecas “singelas” se não houvesse nada
sistematizado?
Biblioteca Nacional da França
Biblioteca de Tianjin Binhai - China
Biblioteca Nacional do Brasil
Seria
uma tarefa quase impossível não é mesmo?! Sem nenhuma sombra de dúvidas, algo
beeeeem parecido com essa outra imagem aqui:
A
catalogação é um processo elementar ao se tratar sobre organização dos
documentos e das informações em todo tipo de objeto, como: partituras, obras de
artes em museus, arquivos eletrônicos em acervos diversos (na área médica,
jurídica, em empresas, centros de memória...), e até aquela estante de livros
na sua casa ou sua coleção de revistas Carícia e Capricho (olha “alguém”
denunciando a idade aí gente, rsrsrsrs), ou seja, o céu é o limite ;)
Fonte:
Banco de imagens do Google.
A
catalogação não é algo novo, historicamente pode-se perceber essa preocupação
com a organização dos documentos pela humanidade, desde tempos remotos, como no
caso de Calímaco com seu catálogo na Biblioteca de Alexandria, que data aproximadamente
do ano 331 a. C., mas sua importância só é realmente evidenciada quando, no
século XIX têm-se as primeiras regras de catalogação publicadas, por Panizzi,
em 1839 e Cutter, em 1876, que acabam por coincidir com a criação da American Library Association (ALA), que culminam
no século XX em vários eventos internacionais com essa temática que ditariam os
rumos da catalogação conforme é conhecida e utilizada até os dias de hoje.
Bom, mas trataremos um pouco mais sobre o histórico da catalogação em outra oportunidade, assim como buscarei trazer, de forma breve, sua evolução e a criação dos diversos códigos, mas fiquem tranquilos, tudo da forma mais simples possível.
E se você acha que essa coluna será apenas com assuntos que levantam pó de tão antigos..., estão muitíssimos enganados. No mundo todo, a catalogação é tema de vários grupos de trabalhos nos principais órgãos da nossa área e também super apreciada por vários outros seguimentos, afinal, que área que se preze pode progredir em meio ao caos informacional, ainda mais em tempos com produções gigantescas via web, sem falar em veracidade e relevância da informação (olha as famosas Fake News aí gente!), que podem SIM serem selecionadas após a apreciação de uma boa descrição.
Para dar uma palhinha sobre temáticas que podem se relacionar com a catalogação moderna, pesquisem um pouco sobre esses assuntos: Catálogos de Bibliotecas em Web Semântica; Linked Data e até Inteligência Artificial.
Viram só quanta coisa podemos explorar falando sobre catalogação?! \o/\o/\o/
Por
hora, me dou por satisfeita por essa “pequena” introdução nos nossos
bate-papos. E desde já vamos, Pelamor
de God (agora falando especialmente aos bibliotecários e futuros), parar
com essa história de difundir frases como: “A Biblioteconomia não é só
catalogação” (sendo que é um dos assuntos MENOS tratados com a base conceitual
que merece em vistas a melhores processos e o desenvolvimento nos diversos
sistemas de informação).
Ou ainda: “Catalogação é só técnica, qualquer um com o mínimo de conhecimento em AACR2 pode fazer” e tantas outras que só fortalecem estereótipos na área e que acabamos por não perceber que “nós” mesmos, às vezes, podemos estar colaborando com isso.
Enfim, quero deixar bem claro que não me acho (e isso porque com toda certeza não sou MESMO), uma especialista master no assunto. Como disse no início, sou uma apaixonada por ele e quero apenas compartilhar com vocês que se interessam, ou possam vir a se interessar.
Então bora discutir sobre o assunto, fazer advocacy sim, desse segmento tão “incompreendido” até mesmo (e principalmente), dentro da nossa profissão. Mas de forma leve e divertida, trazendo e recebendo contribuições diversas, afinal, é através das interações e troca de conhecimentos que tudo pode ser melhor ;)
Finalizo essa simples conversa com o meu amor maior dentro da catalogação (sim, eu confesso, super me apaixonei por ele esse ano ao começar a estuda-lo no mestrado, nosso amor é recente, mas sinto que duradouro, rsrsrs), Charles Ammi CUTTER (pois é galera, ele não é só da Classificação não \o/, mas essa história fica pra outro dia).
“Catalogar é uma arte, não uma ciência.
Nenhuma regra pode tomar o lugar da experiência e do bom senso, mas alguns dos
resultados da experiência pode ser melhor indicado por regras” (CUTTER, 1904).
A opinião dos colunistas e dos relatos publicados não representam necessariamente a posição da FaBCI da FESPSP, ou de sua Monitoria Científica. A responsabilidade total é do(a) autor(a)do texto.
A opinião dos colunistas e dos relatos publicados não representam necessariamente a posição da FaBCI da FESPSP, ou de sua Monitoria Científica. A responsabilidade total é do(a) autor(a)do texto.
Muito pertinente e divertida sua coluna Danny. Parabéns e que venham mais assuntos sobre catalogação \o/ \o/ \o/
ResponderExcluirMuito obrigada Gabs fico feliz em compartilhar e poder falar sobre essa parte da Biblio que tanto amo ;)
ExcluirImagine para uma professora de catalogação quando a pessoa vem e fala SÓ catalogação... ganho alguns cabelos brancos! Parabéns pelo texto descontraído e informativo :)
ResponderExcluir