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Aconteceu na FaBCI: Exposição Virtual - Revisão de Conceitos em Novos Contextos. Por: Tânia Callegaro e alunos dos 3º semestre.

EXPOSIÇÃO VIRTUAL
Revisão de CONCEITOS EM NOVOS CONTEXTOS

As alunas e alunos do 3º semestre matutino e noturno da FaBCI, fizeram uma exposição virtual na disciplina de Teoria da Comunicação, sob orientação da profa. Tânia Callegaro

De acordo com a professora: “Sob o contexto atual, político, social e tecnológico brasileiro, alunos/as refletem por meio da produção e edição de imagens e textos os conceitos de MASSA e de CULTURA de MASSA desenvolvidos por Adorno e Horkheimer na década de 40. Discutem qual é o papel da MASSA na realidade contemporânea, e, em que medida fazer parte do sistema de informação e comunicação se torna um impedimento para a mudança social, ou, o seu oposto, é possibilidade para a não massificação, logo, transformação social.”

Veja a seguir as reflexões e temas apresentados em sala:


Giulia Prado Inforsato


 Liberdade escrava

Desenho realizado pela autora Giulia.

“A individualidade é substituída pela pseudo-individualidade. (...) A ubiquidade, a repetitividade e a estandardização da indústria cultural fazem da moderna cultura de massa um meio de controlo psicológico inaudito. Se «no séc. XVIII, o próprio conceito de cultura popular, voltado para a emancipação da tradição absolutista e semifeudal, tinha um significado de progresso, acentuando a autonomia do indivíduo como ser capaz de tomar as suas decisões» na época actual, a indústria cultural e uma estrutura social cada vez mais hierárquica e autoritária transformam a mensagem de uma obediência irreflexiva em valor dominante e avassalador.” (Adorno, 1954)

Sobre produtos de massa: nem o meu irmão escapa

Foto: Giulia Inforsato

”Previu-se algo para cada um a fim de que ninguém possa escapar”. Cada setor da produção é uniformizado e todos o são em relação aos outros. A civilização contemporânea confere a tudo um ar de semelhança. A indústria cultural fornece por toda a parte bens padronizados para satisfazer às numerosas demandas (...) Por intermédio de um modo industrial de produção, obtém-se uma cultura de massa feita de um série de objetos que trazem de maneira bem manifesta a marca da indústria cultural: serialização-padronização–divisão de trabalho  (...)  risco de padronização com fins de rentabilidade econômica e controle social”

Tauane Lima







Viviane de Oliveira
Festa em Praça Pública

Foto: Viviane Flores


"Divertir-se significa estar de acordo [...]; significa sempre: não dever pensar, esquecer a dor mesmo onde essa dor é exibida. Na sua base, está a impotência. É efectivamente, fuga; não, como se pretende, fuga da feia realidade mas da última ideia de resistência que a realidade pode ainda ter deixado. (...)” 

Visto como a massa é muito influenciada e controlada pela mídia, uma manifestação como essa, ao contrário do que a citação acima diz, por mais simples que seja, é bem vista pela Teoria da Recepção, pois mostra uma resistência da massa em não se deixar influenciar por completo pela mídia, mas apropria-se de cultura e da opinião própria, por divertimento ou para lutar pelos seus próprios direitos.





Nicole Raissa

O filme mais esperado dos últimos tempos

Foto tirada no sábado dia 28, primeiro sábado após a estreia de Vingadores: Guerra Infinita no dia 26.
 Nicole Raissa

Especificamente no dia em que fui ao cinema, percebi a quantidade absurda de pessoas que estavam esperando horas num ambiente pequeno para ver um filme. As pessoas se tornaram apenas incontáveis números.

Uma característica dos filmes de herói é apresentar um modelo que tem a chave do sucesso: ação, drama e comédia, tudo no mesmo filme. Além disso, a produção cheia de efeitos e com atores e atrizes considerados bonitos ajuda nessa fórmula. Adorno e Horkheimer (1985) dizem que os produtos da indústria cultural são consumidos até pelos mais distraídos, pois trazem modelos fantásticos que atraem a qualquer um já que trazem uma “aprovação ao primeiro olhar”.

  
Fernanda do Nascimento Santos





Luiz Augusto


Facção criminosa?

“Ao mesmo tempo, estudos que denunciam a dimensão ideológica dos equipamentos culturais (museus, arquivos, bibliotecas), reproduzindo lógicas sociais de dominação e aprofundando diferenças cognitivas e de sensibilidade, são conduzidas por pesquisadores que aliam o estudo da informação a uma sociologia crítica da cultura (BOURDIEU, 2007)”.

Um pouco mais de história...


Fotografia tirada do interior de um ônibus em movimento, dias após a queda do prédio no Largo do Paissandu

Fotografia tirada do interior de um ônibus em movimento, dias após a queda do prédio no Largo do Paissandu. Nela vemos os residentes da construção que ruiu no dia 1 de Maio de 2018, acampados em torno da praça. As mídias atualmente, não mostram a situação dessas pessoas. Porém, a fala do ex-prefeito de São Paulo, João Dória, em entrevista a respeito do caso, ele revela que é necessário evitar invasões e que o prédio que foi invadido, parte de sua população pertencia a uma facção criminosa.

A responsabilidade social que os equipamentos de Cultura como Museus, Arquivos e Bibliotecas tem com a sociedade, como instituições que estimulam e desenvolvem o pensamento crítico das pessoas, deve levar em consideração a sua pluralidade e não somente reproduzir estereótipos e pensamentos excludentes que reforçam uma violência simbólica que são transmitidas por um grupo que encontra-se em poder dos meios de comunicação. O papel da Cultura está em não esquecer e jamais, privilegiar determinada camada da sociedade.



Suziane Kubagawa

O “movimento pendular” e as redes sociais




O movimento pendular sazonal é aquele realizado pelas pessoas que moram numa cidade e trabalham longe das suas residências, por isso, estas pessoas saem todos os dias muito cedo para o seu trabalho e chegam muito tarde às suas residências.

E, as redes sociais estão sendo uma maneira de fugir da realidade, pois distração com os vídeos engraçados, fotos, etc., fazem essa ida ou voltar do trabalho tornar-se menos “cansativos”.



“o mercado de massas impõe estandardização e organização: os gostos do público e as suas necessidades impõem estereótipos e baixa qualidade”. (Wolf, 2001:85)


Lorena Rocha
Cultura como produto
Foto: Lorena Rocha

“Construídos propositadamente para um consumo descontraído, não comprometedor, cada um desses produtos reflete o modelo do mecanismo econômico que domina o tempo do trabalho e o tempo do lazer.” WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 6ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 2001.p.85-8




Beatriz Gomes
Fila na porta da Apple Store de Nova York

HirokoMasuilke – The New York Times, setembro de 2014

A Teoria Critica trabalha sob o conceito de sociedade de Massa, uma sociedade estruturadas na dinâmica das grandes multidões. Massa se refere à classe trabalhadora urbana, a qual por estar em situação de constante recebimento de informações superficiais e padronizadas acabam se tornando objeto social do Estado e das grandes empresas.
Empresas como a Apple, grande marca de eletrônicos que, com o apoio publicitário das grandes mídias, conquista o consumidor com seus aparelhos de ultima geração, caros e que passam por atualizações constantemente.

Essa foto diz respeito à um lançamento de um de seus aparelhos, os Iphones 6 e 6 plus em setembro de 2014, quando consumidores da Apple fizeram fila para comprarem seus aparelhos.

Frase escolhida:  “Desta continuidade resulta que, à medida que as posições da indústria cultural se consolidam e solidificam, mais podem agir sobre as necessidades do consumidor, guiando-o e disciplinando-o”
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 6ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 2001.p.85-8

Os filmes, programas, novelas e séries, são palco de ações de marketing de grandes empresas, inclusive a Apple. Constantemente vemos personagens utilizando Iphones, MacBooks ou Ipads. Essa propaganda reflete na sociedade a qual vira consumidora da Apple e consequentemente é guiado e disciplinado para que consuma cada vez mais os serviços e produtos oferecidos pela empresa.


Júlia Lacerda

Obsessão com celebridades

Fãs das irmãs jenner, conhecidas pelo reality show ‘’keeping up with the kardashians’’ esperando por uma aparição pública das mesmas. Fonte : Daily Mail

Divertir-se significa estar de acordo [...]; significa sempre: não dever pensar, esquecer a dor mesmo onde essa dor é exibida. Na sua base, está a impotência. É efectivamente, fuga; não, como se pretende, fuga da feia realidade mas da última ideia de resistência que a realidade pode ainda ter deixado

Quando temos uma obsessão com algum tipo de figura pública, nos fazendo acompanhar a vida deste indivíduo a cada segundo, faz com que deixemos os nossos problemas em esquecimento, fugindo de nossa realidade (imperfeita,  frustrante) e projetando nossos desejos pessoais em outros enquanto ficamos parados no mesmo lugar. Além disso, esse foco nos leva a esquecer problemas que se passam em outros âmbitos, como o social e político, desviando nossa atenção das adversidades recorrentes, fazendo que com que fiquemos mais propensos à manipulação.



Vitória Cristina
Formigueiro Amarelo
 
Foto: Área de transferência da linha 4-amarela para linha 2-verde do metro.

“Por intermédio de um modo industrial de produção, obtém-se uma cultura de massa feita de um série de objetos que trazem de maneira bem manifesta a marca da indústria cultural: serialização-padronização–divisão de trabalho  (...)”
In: Mattelart, Armand & Michéle. História das teorias da comunicação. São Paulo, Ed. Loyola, 1999, p. 76-84

Milhares de pessoas que como em um formigueiro tem suas tarefas divididas por necessidade, habilidades e outras formas, que muitas vezes sem ao menos perceber sua presença, dependem umas das outras.



Raquel Politchuk

Uma torcida de massa


“Construídos propositadamente para um consumo descontraído, não comprometedor, cada um desses produtos reflete o modelo do mecanismo econômico que domina o tempo do trabalho e o tempo do lazer.” (WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 6ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 2001.p.85-8)



Pietra Saori

A influência da indústria cultural, em todas as suas manifestações, leva a alterar a própria individualidade do consumidor, que é como o prisioneiro que cede à tortura e acaba por confessar seja o que for, mesmo aquilo que não fez” – In:  WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. 6ª ed. Lisboa: Editorial Presença, 2001.p.85-8

  
A imagem representa ao mesmo tempo a força da massa de peões e o controle do Rei sobre eles. O Rei representa aqui o poder, o Estado, as mídias, enquanto o peão, a peça mais numerosa do xadrez e porém considerada a mais fraca, representa a massa. Outra questão por trás da escolha do peão, que ilustra o seu papel na massa deve-se a sua movimentação no jogo ligada a essa frase "I might be considered weak, but at least I never back down.". E por fim o título deixa uma dúvida de se o Xeque é provocado pela massa ou induzido pelo Rei.



Angelica L. Mattos
A massa Existe, mas Resiste!
Primeiro Grande Ato Contra o Aumento de Tarifa. Cristiano Assis, 2018©

 Resgata-se assim, o entendimento do Receptor da comunicação e informação como sujeito social, não isolado em suas casas, capaz de ler e refletir as mensagens e informações que chegam, se organizando em grandes grupos e resistindo às imposições do Estado e mercado” (texto base disponibilizado pela Prof. Tânia Callegaro, 2018)




A opinião dos colunistas e dos relatos publicados não representam necessariamente a posição da FaBCI da FESPSP, ou de sua Monitoria Científica. A responsabilidade total é do(a) autor(a)do texto.

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