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Bruno de Carvalho |
Neste
mês de celebração da cultura independente
na rede municipal da cidade, Bruno de Carvalho, do sexto semestre matutino, prepara
seu TCC sobre a inserção de fanzines nos acervos de bibliotecas públicas. A MC conversou
com Bruno sobre o desenvolvimento da sua pesquisa:
MC: Por que você escolheu este
tema?
BRUNO:
O tema de meu trabalho é a biblioteca pública e a possibilidade de inserir os
fanzines impressos de temática
alternativa em seu acervo como um dos produtos da cultura underground,
para este estudo foi escolhida a Gibiteca Henfil, localizada no Centro Cultural
São Paulo. O interesse em abordar o tema surgiu por gostar de fanzines e a
diversidade de temas que eles abordam, por divulgarem a cultura que não está
presente na grande mídia e biblioteca pública, denominada alternativa,
underground. O contato com participantes da cena alternativa, a participação em
fã clubes de bandas alternativas de rock, a ida a shows e por ter interesse em
bibliografia sobre rock, despertaram a atenção em estudar um objeto que tem ligação
direta com o rock em relação à divulgação e valorização das bandas
alternativas, que mantém seu papel contestador fora da grande mídia: O fanzine.
Em
relação à área da Biblioteconomia o que levou a escolha do tema é buscar
entender: Porque o fanzine alternativo não está inserido no acervo das
bibliotecas públicas? Qual o motivo dos bibliotecários rejeitarem esse material
nos acervos?
MC: como o fanzine está
resistindo ou enfrentando o meio eletrônico? Ele ainda é impresso com sempre
foi?
BRUNO:
O fanzine impresso migrou para o meio eletrônico, sendo disponibilizado em
formato PDF e também nos blogs como por exemplo: http://arquivoriotgrrrlbrasil.wordpress.com/category/zines/ (O
arquivo Riot Girrrll Brasil) referente a zines de bandas hardcore / punk
feministas, ele continua sendo impresso o que mudou foi o suporte em que está
disponibilizado. Há também os e-zines
(fanzines digitais), com essa evolução o
zine impresso teve uma queda de produção até meados da década de 90 , o zine
impresso teve seu ápice de produção editorial a partir do movimento punk na
década de 80 no Brasil (divulgou inúmeras bandas que se tornaram conhecidas
nacionalmente: Cólera, Plebe Rude, Replicantes, Biquini Cavadão, Legião, etc).
Com a internet o fanzine potencializou sua divulgação nas redes sociais (
facebook).
Podem
ser baixados gratuitamente para quem quiser ler. Mas o ideal é pedir
autorização para quem fez o fanzine e avisar que vai distribuir que não há
problemas. O mais importante é divulgar o fanzine e a cultura Underground,
mostrar a sua importância para a cultura como um todo, isto também vale para a
poesia marginal, enfim a literatura cinzenta disponibilizada fora do esquemão
comercial. O que não pode é quando alguém que faz fanzine e se dispõe a
deixar uma pilha deles para serem lidos e ninguém ler, por isso o
bibliotecário e quem tem interesse tem de abrir os olhos para essa cultura e
incentivar a presença da literatura cinzenta nas bibliotecas nos mais diversos
suportes informacionais.
MC: O que você está lendo?

MC: Quais as conclusões
preliminares que você já elaborou?
BRUNO: Os fanzines devem ter espaço no acervo
das bibliotecas públicas, o bibliotecário tem que primeiro entender o que é
zine. Depois reconhecer o seu valor documental. E depois encarar o maior
desafio que é: como catalogar e organizar esse acervo. É necessário enxergar
além das Histórias em quadrinhos e fanzines de quadrinhos, disponibilizando
fanzines de outros assuntos: Música, meio ambiente, poesia, etc. Pois o centro Cultural São Paulo e a Gibiteca
Henfil são espaços frequentados também pelo público alternativo e não só
apreciadores de Gibis e Histórias em quadrinhos, ao disponibilizar fanzines de outras
temáticas na Gibiteca e em outras bibliotecas públicas, é necessária a
compreensão dos bibliotecários que toda informação merece e deve ser
disponibilizada ao público em geral.
O
fanzine é uma publicação de caráter alternativo e amador por si só, lançado,
geralmente, em pequena tiragem e que é impresso de forma artesanal, não seguem
padrões editoriais formais como os periódicos. Os responsáveis por sua produção
e edição são, na maioria das vezes, indivíduos,grupos ou fãs-clubes de
determinado segmento (arte, música, cinema, literatura, política, HQ, poesia
etc), podem ter um único assunto ou vários assuntos num mesmo fanzine,
possibilitando uma liberdade criativa do editor em relação a escrita e imagem e
padronização formal.
MC: Quem é o seu orientador ?
MC: Você pretende seguir um
mestrado, ou publicar artigos em revistas científicas e participar de
congressos da área?
BRUNO: Este é um tema que vai possibilitar ampliar
meus horizontes em relação a outros temas que tenho interesse em estudar no
futuro, Mídia,
Recepção e Consumo Cultural e Informação ou
História do Rock. Ainda não pensei em relação a apresentar esse trabalho em
congressos ou escrever artigo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito legal saber sobre a pesquisa do Bruno. Já fui leitor e divulgador de fanzines em papel, mantive contato por carta com um pessoal que escrevia zines relacionados a cultura punk e ajudava na divulgação de alguns. Tentarei assistir sua apresentação, parabéns pelo tema. Abraço.
ResponderExcluirO tema do Bruno é realmente único, Well, e uma pesquisa muito interessante, vai atrair muito a atenção nas apresentações dos TCCs. Obrigada pela sua participação!
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