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Ricardo Vianna, do FESP Poética |
Quando você entra no saguão da FESPSP às quartas, mais ou menos umas 18h30, você dá
de cara, e ouvidos, com poemas que mudam aquele instante de rotina e deixam uma
delicadeza no ar. É o Ricardo Vianna, nosso querido bardo, que vem,
generosamente, trazer um pouco de suavidade para quebrar a dureza da semana:
O meu Universo
não era tão grande.
Não tinha mais
que as duas casas que vivi
e o quintal de terra de minha avó.
Eu nem tinha sabimentos de Marte Netuno ou Plutão
Aquilo para mim era o infinito…
E ainda é.
não era tão grande.
Não tinha mais
que as duas casas que vivi
e o quintal de terra de minha avó.
Eu nem tinha sabimentos de Marte Netuno ou Plutão
Aquilo para mim era o infinito…
E ainda é.
Ricardo
Vianna
Em seu útimo ano no curso de Sociologia, Ricardo Vianna tem ainda
muita coisa para falar. Ou melhor, para poetar. Ainda temos algumas quartas
feiras até o final do semestre acadêmico, as últimas chances de participar com
o futuro sociólogo de uma ação cultural permanente da FESPSP: o FESPoética:
“O projeto nasceu há mais ou menos dois anos, quando eu participava
do Centro Acadêmico Florestan Fernandes. A gente fez o projeto, escreveu,
enviamos para a Diretoria Acadêmica na época, e começamos”, explica Ricardo.
Sem grandes elocubrações nem maratonas incríveis de execução, o
FESPoética de Ricardo é uma clara atitude de posicionamento sócio-político,
sem perder o cunho pedagógico, que envolve, sem que percebamos, toda a
comunidade da instituição.
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Ricardo Vianna no saguão da FESP |
“Sua função é artística, que é a de fazer uma intervenção poética no
saguão da faculdade, e tem uma função também pedagógica, que é essa questão de
narrar, recitar, falar em público. Acho que essa função pedagógica é
importante. É um projeto aberto a todos que queiram participar”, convida.
Um pouquinho de coragem para chegar junto, uma seleção de uns
poemas, e pronto, lá está você com o microfone na mão, recitando com o Ricardo
no FESPoética. Transformado.
“O fruto que isso pode trazer, além da poesia que transforma quem lê
e quem ouve é dar uma segurança para quem tem dificuldade de falar em público,
esse é o grande lance desse projeto,” diz.
Mas, ler o quê, quem? Ricardo faz a leitura de poemas de sua
autoria, bem avizinhados com os versos de medalhões poéticos.
“A gente traz os nossos poetas preferidos, os nossos autores
preferidos, os nossos próprios textos, e durante meia hora a gente faz a
leitura desses textos.” E quem são seus preferidos? “Manoel de Barros, Adélia
Prado, Drummond, Manoel Bandeira, João Cabral de Melo Neto. Também gosto dos
portugueses Fernando Pessoa e Florbela Espanca, o alenão Rilke. É esse
universo, essa constelação de textos que fica à minha volta, que eu tento
trazer.”
“O
poeta é um ente que lambe palavras.” Manoel de Barros
No blog REXISTENCAIPOETICA,
Ricardo Vianna vai coletando reflexões e vestindo-as de poesia. “Tem alguns
poemas meu postados lá.”
Porque canto?
Canto. Porque canto?
Porque o canto não tem voz.
Canto, porque tudo tem encanto
E esse canto somos nós
Canto com espanto sem saber como isso dói
Canto neste canto a vida de todos nós
Canto porque dentro do meu canto
Está contido todo pranto dos cantos da minha voz
Canto. Porque canto?
Porque o canto não tem voz.
Canto. Porque canto?
Porque o canto não tem voz.
Canto, porque tudo tem encanto
E esse canto somos nós
Canto com espanto sem saber como isso dói
Canto neste canto a vida de todos nós
Canto porque dentro do meu canto
Está contido todo pranto dos cantos da minha voz
Canto. Porque canto?
Porque o canto não tem voz.
Ricardo Vianna
Mesmo que você não tenha a destreza de Ricardo
com as palavras e as ideias, pode, e deve participar do FESPoética. Vale
o ensaio para o pessoal de Biblioteconomia, experimentar, sentir, compartilhar
um pouco de imagens de poesias. E
quem sabe, assumir esta belíssima ação cutural, permanente, e nossa, que o
Ricardo Vianna começou.
“É muito simples. O que o projeto pede de estrutura é uma caixa de
som e um microfone, toda semana. Eu envio um email para a Comunicação da FESPSP
e quando eu chego a caixa já está aqui”. Não tem segredo.
E se você não vem, quem faz? Você vai se formar este ano e quem vai
continuar? “Está aberto a quem quiser dar continuidade, será muito bem vindo.
Quem ganha com isso é a própria FESPSP”.
E os futuros bibliotecários, mais ainda! Afinal, poesia é movimento
e atitude, em qualquer lugar, como as contações de história, os saraus, as
mesas redondas, os projetos de incentivo à leitura de qualquer biblioteca.
Que tal participar desse movimento também com o FESPoética? Toda
quarta, o Ricardo está por lá...#ficaadica.
Parabéns, pela bela reportagem!!! Este projeto é maravilhoso!!
ResponderExcluirUm orgulho para a comunidade FESPSP, Cris!
ResponderExcluirObrigada pela sua mensagem, continue conosco no blog da Monitoria! bjs.