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Série: Era Uma Vez... Por Gabriel Justino de Souza.



E vamos de mais um belo conto trazido pelo Gabriel Justino (6º Semestre/Noturno). Dessa vez, somos convidados a reviver uma das fases mais encantadoras da vida, a Infância. Vejam:


Fonte: Blog Muralzinho de Ideias.


Inocência


— Vamos brincar de esconde-esconde vovô?
— Max, acho que já estou um pouco velho para correr não?
— Que nada, o senhor ainda tem um fôlego incrível! Consegue me carregar quando me coloca na cama para dormir.
— Está bem. Eu vou começar a contar, mas antes lembre-se de não incomodar sua vó enquanto ela faz o almoço.
— Está bem vovô — fiz um beiço e depois pisquei para ele.
— Então vamos lá... um, dois, três...

Meu vovô é assim, sempre quando peço para brincar com ele, ele para tudo o que faz só para brincar comigo, quando falo isso para os meus amigos eles não acreditam que ele tenha tanto fôlego para brincar tanto. Às vezes gosto de brincar mais com ele do que com o meu pai. Não que meu pai não seja legal, mas é que ele sempre está ocupado para brincar comigo e quando não tem nenhuma tarefa fica ao celular resolvendo o que ele chama de “problemas” e fala que mais tarde brincará comigo, além de mandar eu procurar a Mila, minha irmã mais nova. Poxa, é tão difícil assim dar pelo menos uma hora do dia para perguntar como eu estou e sair um pouco dessa rotina atarefada e me dar um pouco de atenção? Por isso que gosto do vovô, pois sempre nos divertimos muito.

A propósito meu nome é Maximiliano, mas meus amigos me chamam de Max, e tenho apenas 09 anos. Às vezes falam que minha imaginação é muito fértil, dizem que pareço com um tal de Dom Quixote, só porque quando vejo alguma ponte e passo sobre ela, penso que estou passando por um portal e entrando em outro mundo, ou quando vejo as nuvens e as estrelas, enxergo várias imagens nelas. Será que elas são feitas de algodão? Gosto de consertar coisas e inventar também, quem sabe um dia não me torno um inventor famoso? Ou talvez um astronauta? Ou melhor um cientista que vai ajudar a solucionar muitos problemas.
Me escondi atrás de um sofá lá no escritório do vovô, acho que ele não me encontrará aqui.

—Achei você. Achou que não iria encontra-lo Max. (risos)

Poxa, ele sempre me achava, não havia lugar nenhum que ele não me encontrasse. Antes de começarmos a segunda rodada da brincadeira, ouvimos os meus amigos me chamarem no portão, se for brincar com eles tenho que correr antes da vovó terminar o almoço.

— Max! Max! Vamos brincar?
— Vovô, estou indo brincar com os meus amigos lá na rua.
— Está bem Max, mas não vá se atrasar para o almoço hein.
— Pode deixar comigo vovô.

A rua dos meus avós é bem tranquila, quase não passam carros e é bem arborizada e plana, ou seja, dá para brincar muito. Quem me chamou foi o Bruno, o Vinicius e a Juliana. Sempre que brincávamos, esquecíamos do tempo, sabe como é, brincávamos de tudo, todo dia era bom para brincar, a imaginação nestes momentos não tem limites, o melhor era quando inventávamos alguma história e fingíamos que deveríamos  salvar a princesa Juju das maldades do dragão Vini, da caverna que estava presa, o legal é que as vezes éramos os heróis e outras vezes os vilões e isso tudo no mesmo dia. Meu vô, diz que a infância é assim mesmo, e ainda que eu deveria aproveitar o máximo que pudesse a minha, já que quando crescesse teria muitas preocupações com a “vida adulta”.

Crescer que nada, eu queria era ser criança para sempre, que nem aquele personagem do James Matthew Barrie, o Peter Pan, já Bruno quer sempre ser metido a gente grande sem ser, nunca vi uma criança igual àquela, agindo feito adulto, mal sabe que quando isso acontecer ele vai querer voltar a idade dele e não poderá. Mas enquanto ele não percebe isso, mostro para ele o quão bom é poder correr e brincar de esconde-esconde, hoje mesmo peguei alguns balões e enchi com água, para no fim da tarde após o almoço brincarmos de guerrinha de água e foi isso que fizemos, logo depois de almoçar com meus avós, pegamos os balões atiramos uns contra os outros, a diversão estava garantida. 

E os meus dias, sempre eram assim, divertidos e cheios de alegria e terminavam com minha avó me chamando no portão, pedindo para que fosse tomar um banho quente para jantar e depois dormir, além de sempre verificar se eu não tinha nenhum arranhão, preocupação de vó. Sabe como é.

Isso era o que eu mais gostava quando estava de férias, ir para a casa dos meus avós e brincar com meus amigos lá, se você que está lendo isso, deixe de lado minha idade por um momento e deixe eu lhe dar um conselho que o meu vovô sempre me dá:

— Por mais que você cresça Max, lembre-se sempre de sua infância, é nela que sua inocência ainda não foi corrompida e você não se deixou levar pelas coisas de gente grande. Mesmo com toda a minha idade, nunca esqueci da criança escondida dentro de mim, esquecer que a felicidade está nos pequenos gestos, seja quando corremos, jogamos água uns nos outros ou mesmo quando caímos da bicicleta e ralamos o joelho e passamos aquele remédio que arde. Mas, você passará por coisas na sua vida que provavelmente doerão mais do que o seu joelho ralado, e quando isso acontecer meu neto, lembre-se sempre do conselho desse velho, nunca deixe que as coisas ruins te pareçam normais, foque sempre na sua felicidade sem estragar a felicidade dos outros, pois sua felicidade se encontra no caminho de sua jornada e não no final dela.

Vovô sempre me dá esse conselho ou parecido com ele, acho que talvez começarei a usar ele, mas por enquanto sigo só a primeira parte que é aproveitar e lembrar da minha infância. E você já pensou nisso?

Que tal deixar a sua timidez de lado e brincar um pouco com seus filhos, sobrinhos, amigos e voltar a ser criança por um momento e relembrar os bons momentos da infância. Vamos brincar?
               

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