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Indicações de livros da bibliotecária Camila Alferes

Oi, pessoal! Tudo bom com vocês?

Aqui é a Camila, ex Monitora Científica. Quanto tempo, hein?
Há alguns dias eu estava de prosa com outras carinhas conhecidas aqui da MC, quando alguém falou sobre indicações de livros, filmes, séries, palestras e documentários. 

Como eu já estava morrendo de saudade de escrever para o blog, acabei criando uma listinha pra compartilhar com vocês.
Vamos nessa?




A sociedade literária e a torta de casca de batata, de Mary Ann Shaffer e Annie Barrows. Rio de Janeiro: Rocco, 2009.
 


Esse livro foi uma das felizes descobertas que tive no ano passado. Pra começar, uma das autoras, a Mary Ann Shaffer, foi bibliotecária, além de escritora e editora. Apenas isso já teria atiçado a minha curiosidade. “A sociedade literária e a torta de casca de batata” é um livro sobre o poder dos livros em tempos de dificuldade. Juliet Ashton é uma escritora à procura de inspiração para seu próximo livro. Certo dia, ela recebe uma carta de Dawsey Adams, residente da ilha de Guernsey, relatando sobre o turbulento período da ocupação alemã nas ilhas do Canal da Mancha e como um clube secreto de leitura os ajudou a resistir às adversidades. A partir daí desenvolve-se uma série de troca de cartas, estreitando as relações entre Juliet e os desconhecidos membros da sociedade literária. O livro é todo composto na forma de cartas, outra coisa que me encantou. Todos os personagens são cativantes e seus relatos nos põem pra refletir sobre a capacidade de destruição humana e de sobrevivência. É apaixonante! Na Netflix tem um filme bem fofo baseado no livro, mas acho o livro muito mais legal.



A biblioteca à noite, de Alberto Manguel. São Paulo: Companhia das Letras, 2018.



Alberto Manguel consegue conciliar toda sua erudição em uma linguagem acessível e cativante. Fiquei encantada com o equilíbrio entre as várias referências históricas citadas e o estilo fluido, gostoso de ler. Dá gosto de acompanhar as histórias das bibliotecas e, ao mesmo tempo, acompanhar a história da biblioteca pessoal do Alberto Manguel. Como leitora apaixonada e bibliotecária, diversos trechos me emocionaram. Recomendo em especial a leitura dos capítulos que tratam de censura, esquecimento e sobrevivência.



Vivências em biblioterapia: práticas do cuidado através da literatura, de Cristiana Seixas. Niterói: Cândido, 2018.


Se você tem curiosidade de saber o que é biblioterapia, esse livro é um ótimo começo. Dá pra sentir a cada página o amor que a Cristiana Seixas tem pelo poder curativo da literatura. Logo no início, “Vivências em biblioterapia” fez um sentido enorme pra mim, como se ele dialogasse diretamente com a minha história e com o que eu acredito ser um dos vários poderes da literatura. A linguagem é simples, extremamente afetiva e cativante. O único efeito colateral será o desejo de, a cada citação da autora a alguma obra literária, aumentar a sua lista de livros desejados.



A vida que ninguém vê, de Eliane Brum. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2006.

Eliane Brum trata do que presenciamos diariamente, mas preferimos ignorar. Cada relato, pleno de sentimento, é verdadeiro. Vidas e histórias que parecem ficção, mas não são. Com isso, ela descortina as camadas automatizadas de rotina, mostrando a partícula do extraordinário em cada um de nós. Livro necessário para tornar nosso olhar mais atento e afetuoso.



Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai. Rio de Janeiro: Record, 2000.

As memórias da Zélia Gattai são escritas de forma a nos sentirmos amigos íntimos dela, sentados na sala de sua casa, tomando café recém-passado e ouvindo histórias. É gostoso demais saber sobre as aventuras de sua infância e sobre como era a cidade de São Paulo nas primeiras décadas do século passado. Além disso, o livro é necessário para quem, como eu, pouco ou nada sabia sobre a história do nosso país no período chamado de Estado Novo. Assusta perceber como certas coisas se repetem.

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