A importância da cooperação entre bibliotecas em saúde virtuais diante pandemia de COVID-19: uma reflexão a respeito da importância da união profissional.
O Leonardo Ragacini, um Bibliotecário em saúde e Consulto Bireme/FIR – Fontes de Informação e referência, nos mandou um texto muito importante e super condizente com o momento, segue o texto:
"Esquecida a muito tempo as bibliotecas em saúde voltaram a ser foco, assim como os bibliotecários em saúde e clínicos que estão trabalhando arduamente promovendo o conhecimento em saúde aos usuários comuns e disponibilizando conteúdos para que as equipes em saúde consigam se atualizar ou se informar das mais novas tendências – com e sem cloroquina – no tratamento farmacológico da doença.
Todas as bibliotecas têm seu lugar e importância, mas nesse artigo achei importante contar um pouco sobre como as bibliotecas virtuais em saúde e seus profissionais têm feito para filtrar e criar estratégias para garantir o acesso a informação qualidade que chega em volumes assustadores todos os dias.
Antes de mais nada é importante diferenciar as bibliotecas digitais das bibliotecas virtuais. A biblioteca digital está atrelada a uma instituição física a um acervo. Você tem sua instituição e sua biblioteca que disponibiliza um catálogo online com os recursos que ela possui (digitalizações, por exemplo), enquanto a biblioteca virtual não existe no mundo físico e disponibiliza os materiais de mais diversas plataformas sem que existe um acervo.
Uma coisa interessante nas bibliotecas virtuais é que por não serem limitadas por acervo físico ou a um suporte é possível que disponibilize apresentações de slides, infografias, mapas epidemiológicos dinâmicos, revistas, vídeos, áudios, imagens, livros virtuais (livros criados e atualizados dentro de uma página Web), livros digitais e até mesmo páginas web e blogs.
Diante esse variedade de suportes existe uma grande infinidade de redes de informação que alimenta essas bibliotecas e, falando da área da saúde, podemos imaginar que diariamente um grande rio de dados se forma para que os bibliotecas navegam da melhor forma possível dentro de um jangada, mas que agora, devido a pandemia do COVID-19, se tornou apenas um madeira no melhor estilo Rose e Jack no final de Titanic.
E aqui fico a pergunta para todos os profissionais de informação: Como fazemos para continuar evitando afundar de vez? E a resposta é simples, porém muitas vezes difícil de ser compreendida e digo isso porque várias vezes eu também me vi apegado a alterativa errada. A resposta chave diante do que estamos passando é a boa e velha cooperação.
Aqui trago um exemplo do meu trabalho no Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, ou apenas Bireme, que é uma grande rede de bibliotecas virtuais e também alimentada por centros cooperantes que trabalham para alimentar, entre outras bases a vitrine do conhecimento sobre COVID-19, o portal multimídia com principais vídeos com informações atualizadas e bases de dados de políticas informadas por evidência com os principais relatórios de medicamentos usados para combate do vírus.
Uma coisa que ouvi durante toda minha graduação e você que está lendo também ouviu, eu sei que já. É que não devemos reinventar a roda, que é uma verdade do mercado de trabalho do século XXI, mas também agora temos também uma lição vinda da pandemia que ensina que não devemos ser uma ilha.
E aqui entra o tema desse artigo. Nesse momento de pandemia é a cooperação entre bibliotecas em saúde virtuais e seus profissionais que permite construir bases de dados, fazer estratégias de busca, criar filtros, fazer curadoria de conteúdo, escrever artigos, criar cursos, traduzir notas técnicas, pois sem isso séria impossível sustentar e atualizar diariamente tudo que recebemos.
Dentro as minhas atividades diárias esta fazer monitoramento dos principais canais de informação oficial (Ministério da Saúde, Governo do Estado de São Paulo, Organização Mundial da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde etc) o que por si só já é bem trabalhoso, mas na outra ponta existe pessoas atualizando a base dados, disseminando essa informação e validando outros conteúdos.
Para que possa indexar os conteúdos sobre COVID-19 outros profissionais traduziram e disponibilizaram uma nota oficial de quais termos usar para permitir que os pesquisadores do mundo todo consigam localizar os conteúdos, pois como até alguns meses, veja bem meses, o COVID-19 não existia, hoje ele possui pelo menos quatro nomes validos (Coronavírus, COVID-19, Sars-Cov2, Coronavírus de Wuhan e etc).
O maior intuito desse artigo é trazer para quem lê uma reflexão pessoal e profissional sobre como devemos encarar o futuro da profissão e nosso papel dentro dela. Como profissionais responsáveis pela informação muitas vezes nos deixamos envolver por um egoísmo e uma vaidade achando que apenas nós “podemos fazer melhor”, quando na realidade estamos todos em um mesmo time e sempre temos alguém que possa nos ajudar “com uma outra jogada”."
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