Estamos na reta final, muitas disciplinas já enceraram suas atividades, e com isso as tão merecidas férias chegam para todos os alunos da FESPSP, sabemos que estando em um momento de quarentena teremos que permanecer em casa, ou no máximo sair o mínimo possível, e bem nada como iniciar uma leitura que pode nos ajudar a passarmos por esse período e ainda olharmos de outra forma para questões que são tão corriqueiras em nossas vidas.
Ao longo das semanas em confinamento, o que mais percebi nas redes sociais e mídias em geral, alem das lives, é claro, foi uma aumento considerável de muitas conversas, debates e mesmo dicas de como manter a "forma", a "saúde", mas por trás desse discurso de saúde e atividade, que é importante e muito relevante principalmente em tempos que não podemos sair, existia uma carga bem grande dos preconceitos que carregamos ao longo de nossas vidas, da corrida sem descanso pelo "corpo ideal", pela saúde que se traduz em magreza.
Sabemos o quão prejudicial para o psicológico de qualquer um a pressão estética que nos é imposta todos os dias, e sei que muitas pessoas nesse exato momento estão se sentindo insatisfeitas com seus corpos, com o fata de talvez não estarem fazendo nenhuma atividade e afins.
é importante sabermos o limite entre estar saudável e ceder a pressão de se encaixar num padrão, seja ele de beleza, físico ou qualquer outro, e aqui quero deixar claro que não fazemos nenhuma apologia a hábitos não saudáveis, mas se realmente estiverem preocupados com isso nesse momento, procurem um profissional sério da área para ajuda-los.
Diante dessa reflexão decidi indicar um livro que é esclarecedor a respeito dos muitos esteriótipos que somos forçados a engolir, seja nas esferas pessoais ou profissionais, esse livro é o "Mito da Beleza - como as imagens de beleza são usadas contras as mulheres" de Naomi Wolf.
Imagem retirada do site da Amazon
Na obra publicada inicialmente em 1991 e relançada no Brasil em 2018, a autora debate sobre como por exemplo a ideia de beleza se tornou uma qualidade tão essencial na vida feminina, que passou a fomentar disputas sem sentido para alcança-la e que inevitavelmente dividiu mulheres ao redor do mundo, além de apresentar seus resultados nocivos para saúde física e mental de toda uma sociedade.
Imagem retirada da página da autora da Wikipédia
O interessante da obra é que apesar de a mesma focar o debate nas mulheres podemos entender como um assunto que afetas a todos de forma negativa, homens e mulheres são vítimas de um sistema que os obriga cada vez mais a serem insatisfeitos com seus corpos, vidas e escolhas.
Num momento como o que estamos vivendo, nada mais pertinente que abrir a roda e olharmos para esse aspecto da nossa sociedade, percebemos que estamos todos tentando do nosso jeito não surtarmos e ainda sim somos bombardeados por uma pressão estética que não tem lugar. Sei que muitas pessoas estão usando esse período para repensar a própria visão de sociedade e como interpretaram ate aqui a sua realidade pessoal, porquê não repensar essa temática também e sermos mais gentis com nossos corpos que são sem dúvidas nossos companheiros nessa jornada?
Espero que a indicação seja útil e libertadora como foi para essa que vos fala.
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