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Fonte: Blog Bibliotecários Sem Fronteiras |
Para
a nossa primeira conversa gostaria de trazer um tema bem atual: as escolas
inovadoras. Como será que essas escolas tão diferentonas
enxergam a biblioteca? Será que tem? Como elas são? Vamos ver...
Pelo
dicionário Priberam, Inovação significa: ato
ou efeito de inovar, introduzir novidades em, renovar; inventar; criar.
Então quando falamos em Inovação, não necessariamente a coisa toda é inédita.
Podemos ter uma inovação em parte, e não num todo.
A
todo o momento nos últimos anos vemos muitas manchetes, com escolas inovadoras,
escolas sem matérias, escolas sem muros, etc... Isso tudo são inovações sim, já
que estamos tratando de elementos diferentes, novos, em uma estrutura antiga.
Ressignificar a educação, mesmo que mantendo toda a sua estrutura física, já é
uma inovação. Nessas inovações muito se confunde liberdade com anarquia, coisa
bagunçada, etc., e o que mais me chama a atenção é que nesses espaços o
coletivo é que é valorizado, e não o individualismo, enriquecendo ainda mais
essas experiências.
Toda
escola que parte para esse objetivo de "ser uma escola inovadora" vai
certamente adotar conceitos pedagógicos modernos, ou pelo menos conceitos que
vão contra os conceito tradicionais. Para isso eles irão implantar a questão da
independência dos alunos de maneira primordial. Só que sem dar os devidos
equipamentos para a sua independência, eles continuarão tendo como única fonte
um professor, ou pior, uma Internet (isso quando os alunos tem acesso) sem
nenhum tipo de orientação, provocando ainda mais confusão, e pouco
esclarecimento aos alunos.
As
coisas devem ter um propósito, sabe. Se não, vira aquilo:
"Olha, temos uma Impressora
3D!" "Sério, que legal, e vocês produzem o que lá?" "Ah,
nada, mas a gente TEM um Maker Space!".
Entendem
o que quero dizer? De nada vale ter milhões de inovações, se aquilo não traz
benefício nenhum para a sociedade ou benefício nenhum para o processo de
aprendizagem dos alunos.
E
falando em espaço sem utilização, muitos justificam a falta de biblioteca por
um suposto desinteresse da parte dos alunos. Claro que eles não têm interesse
em uma biblioteca. Isso porque eles nunca tiveram uma! Dê a sua comunidade o
espaço, e você verá o uso.
Olhem
um exemplo de uma escola inovadora, que destaca a biblioteca: A Infinity
Centre, na Austrália, pensou em toda a sua arquitetura colocando a biblioteca
no eixo central da escola, pois acredita na biblioteca como o grande centro
onde todos os conhecimentos estão reunidos.
Creio
que uma biblioteca inovadora, dentro de uma escola inovadora, não é aquela que
se perde em meio a tantas inovações, tecnologias. Para mim, é exatamente ela
que vai avisar pra todo mundo: "Olhem
aqui, isso aqui foi de onde viemos, essa é a base da civilização humana!".
E certamente é essa biblioteca que promoverá os encontros. Que vai ser o centro
de onde partirão todas as criações, pois é essa, exatamente essa, a função
primordial da biblioteca: um centro de convergência.
Nisso
de querer ser inovador, muitos se esquecem das coisas simples e bonitas. E
bibliotecas boas, são simples e bonitas. Vamos inovar e lembrar o que realmente
importa?
Para
fechar, quero deixar uma dica: a série Destino:
Educação, que tem inteirinha no canal Futura, e que mostra escolas
inovadoras ao redor do mundo, vale a pena observar como a biblioteca quase
sempre aparece nos episódios, sendo muito utilizada pelos alunos.
Quero
muuuuito saber o que vocês acham desse assunto galera! Vamos comentar,
compartilhar, discutir! Essa é a nossa força!! Até o nosso próximo encontro!
Isabela Martins
Formada
em 2015 pela FESPSP, atua em biblioteca escolar. Fez o TCC sobre Competência
informacional em Biblioteca Escolar. Contribui na Monitoria Científica desde o
primeiro ano da faculdade. Contato pelo email: isabelam1508@gmail.com
Interessante texto sobre as escolas inovadoras. Concordo plenamente quando diz que a biblioteca deve ser inovadora, mas sem perder seu jeito "simples e bonito" de ser, afinal de contas, a biblioteca deve ser acolhedora e simples para que o associado ou usuário não se sinta assustado e não usufrua daquilo que é seu! Texto maravilhoso, parabéns!
ResponderExcluirCristiano Santos, aluno do primeiro semestre da FaBCI.
Isabela, adorei seu texto e sua ideia. Antes de cursar biblioteconomia, fiz Pedagogia. No curso de Pedagogia conheci a Escola da Ponte, do professor José Pacheco, em Portugal.As crianças e os adolescentes que lá estudam definem quais são suas áreas de interesse e desenvolvem projetos de pesquisa, tanto em grupo como individuais. Como os alunos são potenciais pesquisadores, a biblioteca deve ter papel primordial nesse modelo pedagógico. A integração entre professores e bibliotecários é muito importante para o desenvolvimento do planejamento pedagógico, ou pelo menos deveria ser.
ResponderExcluirAcredito que os cursos de Pedagogia e Biblioteconomia deveriam unir forças, unir disciplinas, montar um estágio para as práticas unificadas.
Marina Orefice, aluna do quinto semestre da FaBCI.
Que ótimo que gostaram da matéria. Teremos sempre nesta coluna essa temática da junção entre a Biblioteconomia e a Pedagogia. Fiquem a vontade para participar e enviar suas sugestões para a Isabela!!!
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