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Coluna: Era Uma Vez... - Por: Gabriel Justino

O Gabriel Justino nos enviou um texto bem diferente dos anteriores. Dessa vez, ele aborda seus próprios questionamentos e dúvidas a respeito da profissão.



A biblioteconomia, a informação e os meus questionamentos
Fonte: Jornal do Consorcio



Repensar algo nunca é fácil. Construímos determinada identidade e aprendemos a nos apresentar de tal maneira, estudando e exercendo determinada função em nossas vidas. E quando precisamos redefinir o rumo que tomamos? Como podemos rediscutir paradigmas? Como discutir e reanalisar a nossa profissão? Sabe aqueles momentos em que a epifania toma conta e chegamos aqueles momentos de reflexão do e agora? O que tem para eu fazer daqui em diante? Qual caminho que eu seguirei? Como me tornar um profissional diferenciado, atento às transformações e auxiliar para que minha profissão seja fortalecida? Faz alguns meses que sou formado em biblioteconomia e ciência da informação, e tenho vivido uma constate: qual o sentido de ser um bibliotecário no século XXI? O século da informação.

Me apego talvez, ao que aprendi em sala de aula, e que virou um mantra de certa maneira, de que eu não sou um profissional destinado a ficar confinado numa biblioteca que contenha o balcão de atendimento, os livros, o setor de referência, de indexação e classificação e todas as demais áreas que compõe a biblioteca. Será que realmente precisamos estar presos a somente isso? Será que através dos anos fomos relegados a ser a “tiazinha” de coque que pede silêncio nos ambientes informacionais? É isso o que é ser um bibliotecário? Alguém que só pede silêncio, que utiliza óculos, que não gosta de atendimento e que é o guardião do conhecimento? Acredito que não. Podemos até meados do século passado termos sido estes que protegiam a sua erudição e gostavam de falar “minha biblioteca”, mas esse paradigma foi rompido com a era digital, na qual a informação precisa ser disseminada e compartilhada, mas não qualquer informação, de qualquer local e sim, informações com fontes fidedignas nas quais, as pessoas podem confiar e se basear para fazer afirmações que não são falaciosas.

Desse modo, chegamos ao mote de que o bibliotecário é um profissional muito requisitado neste século, ainda que este (ou muitos) acreditem que seja só uma questão de tempo para ser substituído pela tecnologia, algo que discordo, afinal como dito anteriormente, a informação é algo intrínseco desse século e está disponível nos mais variados suportes e formas, além de que, estamos sujeitos a uma massiva exposição de informações que são cada vez mais rápidas e que se espalham em uma velocidade nunca vista antes, neste sentido, vemos o bibliotecário despontar como, um agente que auxilia e encontra meios para tratar toda essa informação massiva, de maneira que ela esteja acessível aos leigos.

Defender uma classe profissional que muitas vezes se sente desvalorizada e mal representada não é uma tarefa fácil, mas precisamos ampliar nossos horizontes e enxergar as possibilidades que se apresentam em nossa frente, profissionais e pessoas que antes desconheciam a biblioteconomia, ficam boquiabertos ao saberem de tudo o que a área abarca e todas as suas discussões acerca da organização do conhecimento, da disseminação da informação e sobre muitas formas de tratar a informação de um modo que esta esteja acessível. Já ouvi dizerem que o bibliotecário enxerga uma lógica, na qual muitas pessoas não enxergam. Talvez precisemos enxergar essa lógica e nos reconhecer e nos afirmar como os profissionais que esta sociedade tanto precisa mas não conhece, algo precisa ser mudado, as profissões evoluem e a biblioteconomia tem um mundo a ser explorado e apresentado à sociedade que se apodera cada vez mais da informação.


A opinião dos colunistas e dos relatos publicados não representam necessariamente a posição da FaBCI da FESPSP, ou de sua Monitoria Científica. A responsabilidade total é do(a) autor(a)do texto.

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