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Relato: UXConf Redux 2018 - Por Renato Reis

O Renato Reis foi à UXConf Redux 2018, uma versão reduzida da UXConf, a maior conferência sobre UX do país, e nos enviou um relato completo!



Pessoal, resolvi fazer comentários rápidos sobre minhas meras impressões e highlights sobre o UXConf Redux 2018, que aconteceu nesse sábado, 09.06, com a organização do Edu Agni, da Mergo User Experience.


Comentários e Reflexões – UXConf Redux 2018

por Renato Reis. 11.06.2018


Fonte: Medium


Marcelo Sales: Projetando interfaces com acessibilidade em mente
O evento começou de um jeito bem legal, já nos inserindo na empatia (senti essa “temática” pelo evento todo). Mais especificamente no entendimento de produtos digitais voltados a usuários de baixa visão e/ou cegos e toda teoria e guidelines (WCAG 2.0) envolvidos sobre o assunto, que hoje clama por atenção de todos os lados. Afinal, o acesso deve ser universal, não é, Marcelo?
Achei bastante instrutiva a sua fala e cheia de conteúdo legal e importante para todo UX Designer. Ele também nos trouxe uma rápida demonstração de navegação no site da Pizza Hut por audiodescrição, o que evidenciou uma série de problemas. Mas, como pontuaram na hora, faltou algum case de maior sucesso do mercado também e (coitado!) mais tempo para sua apresentação. Enfim, por mais ‘Marcelos’ no nosso mercado!! o/

Huxley Dias: Estratégia de Mensuração para Produtos Digitais
Métricas em UX é algo totalmente possível. O Big Data e o Machine Learning, por exemplo, são assuntos que andam muito em voga no mercado (inclusive são os descritores mais esperados por aparecerem nas postagens da web no ano de 2018, no topo dos trends indexáveis sobre tecnologia), têm total relação com o UX Design, UX Research, UX Strategy etc. E o talentoso Huxley nos trouxe essa perspectiva como um verdadeiro Business Intelligence inserido em UX para apresentar metodologias de como prosseguir nos estudos dessa área específica.
Puxo uma sardinha aqui: o profissional da Biblioteconomia e Ciência da Informação pode, sim, atuar nessas frentes tecnológicas e possui todas as competências profissionais para tais (desde que bem atualizado, claro)!
Aliás, Huxley é professor da Mergo e ministra um curso de tal abordagem por lá mesmo (olha esse curso, gente… ). Uma questão que achei interessante: humanizar a apresentação de dados quando forem de importância a clientes, usuários e aos seus colegas. Ninguém gosta de encarar o dia inteiro aquela planilha toscona do Excel carregadas de informações densas, certo?

Letícia Pires: Design critique, o segredo para segurança emocional de designers
Letícia estava rouquinha para falar, mas contou com a ajuda do Leandro Novaes e da Tatiane Godoy, ambos product designers da Quinto Andar, onde seus métodos de Design Critique foram aplicados com muito sucesso.
Adorei o modo como abordam e realmente param seu trabalho por alguns minutos ou horas para conversarem em equipe, para ouvir seus colegas da mesma área do conhecimento (afinal, lá eles trabalham por squads). Conseguiram evidenciar claramente as vantagens de ter essa intervenção e ouvir sobre o trabalho alheio, bem como expor o seu. Os resultados acabam sendo muito ricos para o conhecimento de todos e para as atividades da startup como um todo.
Eu mesmo via o Design Critique com outros olhos, com outras teorias na cabeça. Achava que não passava de um simples feedback feito em cascata entre funcionários de diferentes níveis de uma empresa/startup. Mas, não, não é bem assim. É como um workshop bem divertido. Como ele pode ser bem divertido em todos os aspectos, na realidade.

Coffee-Break
Foi um coffee-break atípico para mim, não consegui fazer network algum e fiquei do meu jeito tímido bem na minha, infelizmente. Senti a oportunidade de conhecer bastante gente legal e fera em diversos ramos do design e da tecnologia como um todo, mas meu eu introspectivo falou mais alto (hehe). Por outro lado, o recheadinho de chocolate e o pão de queijo estavam ótimos! :)

Carolina Leslie: Panorama UX: um retrato de quem trabalha com UX no Brasil
Num panorama bem interessante sobre o nosso mercado brasileiro de UX Design, Carolina fez toda uma análise apurada e detalhada. Interessantíssimo! É uma excelente pesquisa da Saiba+, onde ela faz parte do time. Legal ver como esse “nicho” do UX é feito de tanta gente jovem (pessoas de 20-30 anos) e em que o tempo de experiência perde os paradigmas do mercado de trabalho mais tradicional e se estabelece como algo muito, mas muito relativo. Isso foi assunto que gerou debate, inclusive.
Gostaria de pontuar que faço parte das estatísticas mais comuns que apareceram na pesquisa realizada em 2017, apesar de não tê-la respondido. E pelo andar da carruagem, minha paixão à primeira vista por UX Design se tornou amor eterno, o que vai me render, com certeza, muitos bons anos de carreira cheios de satisfação e realização! :)
A pesquisa completa vocês encontram aqui.

Thiago Hassu: Criamos um app pra índio. E foi a experiência mais incrível das nossas vidas!
QUE SENSACIONAL! Fiquei impressionado com todo o trabalho do Thiago! Talvez essa palestra não seja inédita para alguns, mas para mim foi de arrasar, realmente, ok?! Confesso aqui que esta e a do Ricardo Couto foram minhas favoritas.
Do entendimento das dificuldades dos indígenas e imersões até a concepção da prototipação, Thiago e a equipe da Meiuca se engajaram totalmente, de corpo e alma, na causa indígena. Não tem nada mais lindo (e triste, de certa forma) ver uma cultura tão distante do espaço urbano e da nossa realidade resistindo, existindo como se fosse um universo paralelo, mas ainda assim, estando lá resguardando a cultura brasileira como uma coisa só e protegendo a natureza.
Como o Thiago disse a todos, e concordo totalmente, os índios fazem um trabalho muito mais rico do que todos nós por aqui: zelar pela natureza. Não há riqueza maior que a diversidade e a oportunidade que você tem condições e pode dar ao próximo e que se encontra em situações, na maioria das vezes, de risco. Esse tipo de job enche meus olhos e reforça meu Ikigai, sabendo que estou ajudando pessoas, melhorando suas vidas todos os dias (ou fazendo o possível para isso).

Ricardo Couto: UX + economia comportamental: uma relação complexa e conturbada
Não é de já que descobrir curiosidades e conhecer um pouco mais sobre a mente humana me fascinam. Tenho uma atração inexplicável por Psicologia (tenho uma boa coleção de livros do assunto, fora o que andei lendo nas bibliotecas da vida), assunto que me prende a atenção.
Falando de seres racionais e irracionais, Ricardo usou seu querido cachorrinho (tão querido que o chama carinhosamente de “delinquente”), o Tof, de exemplo para quebrar o paradigma ensinado nas escolas de que os animais são irracionais. E mais tarde nos explica sobre como o raciocínio de todos nós funciona intuitivamente e meio que em tarefas e recompensas, basicamente. Porém, às vezes agimos por tamanho impulso que fazem parecer as decisões mais simples irracionais (legal a exemplificação dele com a imagem do Homer Simpson – eu usaria Galvão Bueno de exemplo, que age por impulso em 99,9% do seu tempo).
Enfim, nosso cérebro está conectado ao nosso corpo, ao nosso organismo, como um todo. É tudo um sistema que tenta apreender e compreender tudo à sua volta. Essa é a mensagem que Ricardo passa também, com criatividade e humor extremos. Achei o máximo os exemplos de pop ups e janelas abertas por certas empresas que induzem as pessoas a fazerem algo impulsivo, forçam a ansiedade de adquirir um serviço ou produto e manipulam emoções falsas em seus usuários. É tudo o que tem de errado e maligno, “se a pessoa souber o que estiver fazendo, em termos éticos, inclusive’, como ele mesmo quis dizer. Incrível! *palmas*


Para mais informações sobre o evento, sobre cursos de UX, contato e afins, sigam o perfil do Edu e conheçam a Mergo User Experience! E para mais conteúdo, conheça também seu blog: https://uxdesign.blog.br/.


Abraços!!

A opinião dos colunistas e dos relatos publicados não representam necessariamente a posição da FaBCI da FESPSP, ou de sua Monitoria Científica. A responsabilidade total é do(a) autor(a)do texto.

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