Era um dia comum, um pouco cinza e frio. Clima perfeito
para se concentrar e catalogar um grande volume de livros, já que o movimento
de leitores era pouco e as demandas administrativas diminuíram. Estava tudo
perfeito para colocar em prática o sonho do catálogo perfeito em representaria
ou a riqueza da biblioteca.
Mas não foi o que aconteceu. Começou
uma conversa.
Conversa séria sobre propostas,
problemas e grandes questões. Falas sobre políticos, política e questões
públicas. Rodeado sobre desejos, sonhos e encantos.
Houve dores, feridas, depressão,
solidão, repressão e frustação. Em certo momento, a conversa escureceu e ficou
mais cinza que o dia. Foi então que chegou à cura, as terapias, a fé, a
esperança e o querer bem.
O diálogo foi assim sendo construído,
cada uma falava uma página dos seus pensamentos e sentimentos. A outra
recuperava uma situação vivenciada e nisso passou o tempo. Passo o tempo,
passou o tempo e tempo passou.
Não tocamos em nenhum livro, não
indexamos nenhum autor, não controlamos nenhum assunto. Eles tomaram espaços,
criaram vida e foram libertos entre páginas e páginas de livros.
Naquele dia, que não houve
catalogação, histórias puderam ser lidas.
Que linda! Belo texto...
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