Aos curiosos sobre os mais novos projetos do PIBIC 2021, segue notas das duas alunas selecionadas para essa nova edição.
"Não é de hoje que a cidade de São Paulo tem histórias de atletas negros, pobres, em sua maioria, periféricos, que foram grandes astros em suas modalidades e suas histórias comprovam que, por questões raciais e sociais, tiveram que mostrar muito mais talento que a grande maioria dos atletas brancos para seguir sendo representantes de entidades que, em geral e historicamente, não são tão amistosas com a raça negra - por mais geniais que sejam as conquistas.
O que a pesquisa "Do pódio à segregação" pretende é investigar se, entre atletas paulistanos, grandes vencedores de Olimpíadas e Campeonatos Mundiais, a importância de uma conquista de pódio ou medalha muda com a cor da pele; porque atletas negros não são a referência quando o assunto é tanto a prática esportiva como o o esporte de alto rendimento.
O trabalho também quer responder se atualmente é possível localizar informações em bases de dados sobre os atletas negros que foram vencedores e percussores no passado e porque eles não são "Top of mind" quando se pergunta sobre atletas brasileiros de destaque. O projeto também quer dar visibilidade a alguns nomes de sucesso no passado para que passem a ser um referencial para novas gerações. Sobretudo pretende entender, com base nos fatos passados e também usando um dos grandes temas de discussão e análise no atual momento no esporte, até que ponto o racismo realmente influi ou diminui o acesso e registros."
Andréa Ariani
"Apesar de ter experiências universitárias anteriores ao meu ingresso na FESPSP, nunca tinha aderido a um programa de iniciação científica. Quando li o edital da edição 2020-2021 do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC-FESPSP) comecei a pensar como poderia construir um projeto em torno do tema que já vinha estudando: gestão de bibliotecas escolares no contexto do Novo Ensino Médio.
Ao vincular a pesquisa desse
assunto com o tema norteador do PIBIC – cidade e desigualdade –, pude verificar
que o nosso município, apesar de estar entre os mais desenvolvidos do país,
conta com um número extremamente baixo de bibliotecas escolares. As poucas
unidades localizadas estão concentradas em escolas privadas de elite e em instituições
públicas como os Centros Educacionais Unificados (CEUs).
Sendo assim, pretendo
primeiramente identificar os números reais de bibliotecas escolares na capital
paulista (diferenciando-as de salas de leitura e correlatos) e também investigar
a possibilidade de bibliotecários atuarem em escolas que ainda não têm
bibliotecas, como docentes de um itinerário formativo do Novo Ensino Médio.
Esse instrumento, criado na reforma do Ensino Médio, prevê que os alunos
poderão escolher parte da grade curricular a ser cursada, com incentivo a
projetos que os aproximem dos ambientes acadêmico e profissional.
A conclusão da pesquisa completa
está prevista para o final de 2021, com a entrega da monografia contendo uma
proposta de itinerário formativo, conduzido por bibliotecário e que vise o
planejamento e a implantação de uma biblioteca escolar, em parceria com
estudantes do Ensino Médio.
Agradeço a FESP pela seleção do
projeto e a minha orientadora e mentora Valéria Valls. Parabéns a todos os
selecionados!"
Nádia R. L. de Oliveira
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