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Coluna: Filme da Semana. Por Ana Beatriz Cristaldo e Renato Reis.



E como anunciado, segue a Parte 2 com essa empolgante e maravilhosa trama de Blade Runner 2049 resenhada de forma magistral por Renato Reis (4º Semestre/Noturno)


Fiquem com várias reflexões acerca da poderosa “Wallace” e não percam a Parte 3 na semana que vem encerrando essa super produção que merece muito uma pausa na loucura de fim de semestre para ser vista ;) 



Blade Runner 2049

Por Renato Reis



Parte 2 – Wallace





Imagine uma grande corporação, uma companhia sem igual em tamanho, um real monopólio gigantesco e sem escalas de alcance mercadológico, de serviços, retentora de informação pública e privada e que dá sentido às engrenagens da indústria para existirem e girarem. Tamanha é sua força e sua dominação capitalista em Blade Runner que o jogo de interesses ressalta aos olhos e expõe o perigo do poder das grandes empresas.

 

Agente K (Ryan Gosling) e Luv (Sylvia Hoeks) adentrando os domínios da poderosíssima Wallace

Trazendo de volta aquela ideia de William Gibson, em Neuromancer, de que o Estado não existe mais, tudo é ditado pelas grandes corporações e pela indústria informacional, a Wallace carrega muito disso. Aliás, não consigo entender até agora a força de um departamento de polícia próximo a tal entidade. É aquilo também: o crime e a corrupção sempre correm mais rápido que a lei e a ética.



Bom, sucessora da Tyrell, a gigantesca Wallace compõe-se pela criação de novos androides, atualizados regularmente, para conviver com os humanos no mundo e do arquivamento de acontecimentos, memórias, informações e históricos da humanidade e dos androides, além de ser um berço para a ciência, servindo de um grande laboratório em pró seus interesses diretos e indiretos.



Niander Wallace (Jared Leto) é o boss! Ele, de forma magistral e modesta, se julga um deus e consegue concentrar todo o poder em suas mãos. O personagem tem forte relação com o passado e visiona o futuro de maneira fantástica, criando uma empatia demoníaca com os – seus – androides. Sensacional como as câmeras captam ele no escuro, como se fosse um ‘dono do mundo às escondidas’, e aparece às luzes quando realmente é necessário ou quando lhe convém. Isso nos lembra muita coisa, não? Talvez a distopia retratada aqui está muito mais próxima da realidade do que podemos imaginar (às vezes o óbvio não é conhecido por nós ainda e isso faz parte do cotidiano de qualquer pessoa), estou certo ou errado??



É possível observar no filme também a questão da ausência da privacidade. É possível localizar e conhecer ao menos um breve histórico sobre qualquer pessoa, ela estando com qualquer dispositivo digital em mãos. Porém, já é um assunto quase que ultrapassado, já que uns usam desse tipo de informação para benefício ou interesse próprios.

 

Quando o usuário chega à biblioteca/arquivo/museu, como vocês o recebem? Com um olhar desses, bicho... Tómas Lemarquis e Ryan Gosling em contracena.

Num prédio piramidal (que remete ao 1º filme de Blade Runner), que muito se destaca em meio a prédios enormes que já se enfileiram de forma sufocada no meio urbano e fazem uma “base” de altura padrão para a cidade, a Wallace se nota a uma distância estrondosa, mesmo durante a noite. Também é reforçado pela Wallace esse ódio entre as forças maiores existentes nas tramas e no enredo, principalmente entre a polícia e, no caso, a fabricante de androides (vulgos novos replicantes, talvez?), dominadora do capital e da informação. Deixo aqui meu destaque também para as luzes dos prédios e diversos anúncios da cidade, onde têm sua característica única compromissada com o perfil do filme e forma expressa das maravilhas que os efeitos visuais do cinema podem fazer hoje em dia. :)



Os pontos centrais são: o que essa empresa se tornou? Observando o colossal arquivo da empresa, por onde File Clerk (Tómas Lemarquis) caminha junto de K (Ryan Gosling), o que se sabe a respeito do que aconteceu de 2019 até 2049? O que foi o mencionado “blecaute” e o que houve nesse tempo? Por que Luv (Sylvia Hoeks) tenta esconder o passado do agente K? Será que a guerra entre humanos e androides será eterna, independente dos jogos de interesse envolvidos?? São muitas perguntas para pouquíssimas respostas (e 2 filmes, apenas...).





TÁ DISPONÍVEL ONDE!?!? Cinema (e, como disse, a experiência em sala IMAX é mítica!)



P.S.: Encontrei alguns links interessantes que dizem respeito à IA. A quem tiver mais interesse e curiosidade, fica a dica:









 

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