E
como anunciado, segue a Parte 2 com
essa empolgante e maravilhosa trama de Blade
Runner 2049 resenhada de forma magistral por Renato Reis (4º Semestre/Noturno).
Fiquem
com várias reflexões acerca da poderosa “Wallace” e não percam a Parte 3 na semana que vem encerrando
essa super produção que merece muito uma pausa na loucura de fim de semestre
para ser vista ;)
Blade Runner 2049
Por Renato Reis
Parte 2 – Wallace
Imagine
uma grande corporação, uma companhia sem igual em tamanho, um real monopólio
gigantesco e sem escalas de alcance mercadológico, de serviços, retentora de
informação pública e privada e que dá sentido às engrenagens da indústria para
existirem e girarem. Tamanha é sua força e sua dominação capitalista em Blade
Runner que o jogo de interesses ressalta aos olhos e expõe o perigo do poder
das grandes empresas.
Trazendo
de volta aquela ideia de William Gibson, em Neuromancer,
de que o Estado não existe mais, tudo é ditado pelas grandes corporações e pela
indústria informacional, a Wallace carrega muito disso. Aliás, não consigo
entender até agora a força de um departamento de polícia próximo a tal
entidade. É aquilo também: o crime e a corrupção sempre correm mais rápido que
a lei e a ética.
Bom,
sucessora da Tyrell, a gigantesca Wallace compõe-se pela criação de novos
androides, atualizados regularmente, para conviver com os humanos no mundo e do
arquivamento de acontecimentos, memórias, informações e históricos da
humanidade e dos androides, além de ser um berço para a ciência, servindo de um
grande laboratório em pró seus interesses diretos e indiretos.
Niander
Wallace (Jared Leto) é o boss! Ele, de forma magistral e modesta, se julga um
deus e consegue concentrar todo o poder em suas mãos. O personagem tem forte
relação com o passado e visiona o futuro de maneira fantástica, criando uma
empatia demoníaca com os – seus – androides. Sensacional como as câmeras captam
ele no escuro, como se fosse um ‘dono do mundo às escondidas’, e aparece às
luzes quando realmente é necessário ou quando lhe convém. Isso nos lembra muita
coisa, não? Talvez a distopia retratada aqui está muito mais próxima da
realidade do que podemos imaginar (às vezes o óbvio não é conhecido por nós
ainda e isso faz parte do cotidiano de qualquer pessoa), estou certo ou
errado??
É
possível observar no filme também a questão da ausência da privacidade. É
possível localizar e conhecer ao menos um breve histórico sobre qualquer
pessoa, ela estando com qualquer dispositivo digital em mãos. Porém, já é um
assunto quase que ultrapassado, já que uns usam desse tipo de informação para
benefício ou interesse próprios.
![]() |
Quando o usuário chega à
biblioteca/arquivo/museu, como vocês o recebem? Com um olhar desses, bicho...
Tómas Lemarquis e Ryan Gosling em contracena.
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Num
prédio piramidal (que remete ao 1º filme de Blade Runner), que muito se destaca
em meio a prédios enormes que já se enfileiram de forma sufocada no meio urbano
e fazem uma “base” de altura padrão para a cidade, a Wallace se nota a uma
distância estrondosa, mesmo durante a noite. Também é reforçado pela Wallace
esse ódio entre as forças maiores existentes nas tramas e no enredo,
principalmente entre a polícia e, no caso, a fabricante de androides (vulgos
novos replicantes, talvez?), dominadora do capital e da informação. Deixo aqui
meu destaque também para as luzes dos prédios e diversos anúncios da cidade,
onde têm sua característica única compromissada com o perfil do filme e forma
expressa das maravilhas que os efeitos visuais do cinema podem fazer hoje em
dia. :)
Os
pontos centrais são: o que essa empresa se tornou? Observando o colossal
arquivo da empresa, por onde File Clerk (Tómas Lemarquis) caminha junto de K
(Ryan Gosling), o que se sabe a respeito do que aconteceu de 2019 até 2049? O
que foi o mencionado “blecaute” e o que houve nesse tempo? Por que Luv (Sylvia
Hoeks) tenta esconder o passado do agente K? Será que a guerra entre humanos e
androides será eterna, independente dos jogos de interesse envolvidos?? São
muitas perguntas para pouquíssimas respostas (e 2 filmes, apenas...).
TÁ DISPONÍVEL ONDE!?!? Cinema (e, como
disse, a experiência em sala IMAX é mítica!)
P.S.:
Encontrei alguns links interessantes que dizem respeito à IA. A quem tiver mais
interesse e curiosidade, fica a dica:
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