No
dia 02/10 tivemos a inauguração da Exposição Origens – Nativos do Grupo UBUNTU
na FESPSP juntamente com a semana do Seminário de Pesquisa. Esta exposição
marcou o início das ações de valorização da cultura e em defesa das questões
indígenas que irá até o dia 11/11.
Com
organização da Profª Tânia Callegaro,
além da exposição tivemos também uma Roda de Conversa (no dia 10/10 no
Auditório da FESPSP com renomados personagens da luta indígena) e ainda
contaremos no dia de encerramento das atividades com esta temática, uma oficina
de cerâmica com o grupo UBUNTU (11/11), gratuita e com inscrições abertas no
site da FESPSP.
Para
refletir e conhecer um pouco mais sobre a cultura e as luta dos povos indígenas
na atualidade e saber como se deu toda a organização das atividades na FESPSP,
segue entrevista cedida pela Profª Tânia.
Vejam
que belo e inspirador trabalho e como podemos nos engajar nessa luta que deve
ser de todos nós:
Monitoria Científica - Como se deu todo
o processo para trazer a exposição para a FESPSP?
Profª Tânia - o
processo durou em torno de 10 meses, desde dez. 2016 até a data de abertura com
as seguintes atividades: contato e longas conversas com os integrantes do grupo
UBUNTU e secretário de cultura de Caraguá por meio de telefone e e-mail; 4 dias
de reunião na oficina de Carlo Cury, em Caraguatatuba, litoral norte de SP; visita
da exposição Origens- Nativos no espaço de turismo da prefeitura de Caraguá, e,
vinda de Carlo Cury para conhecer o espaço disponível para exposição da FESPSP.
Dentro
da FESPSP realizamos reuniões com a coordenadora do curso de Biblioteconomia e
Ciências da Informação Valéria Valls, e com o setor de comunicação e
administração. Posteriormente, formulei uma proposta para trazer a exposição
para a FESPSP, articulada com mais duas atividades, Roda de Conversa, e Oficina
de Cerâmica, que foi apresentada para Eliana Asche, Diretoria Acadêmica e
Executiva. Ao final, foi aprovada a ideia.
MC - Qual a principal mensagem e
reflexão que se busca passar com esta exposição?
Profª Tânia - Na
verdade, seria sensibilizar e provocar a reflexão de nossos alunos e visitantes
da cidade de SP sobre o processo de silenciamento que ocorreu ao longo de mais
de 500 anos em nossa história, no qual, os povos originários, os indígenas e
suas culturas foram negados como povos que tem uma cultura altamente complexa e
rica, e, consequentemente, vistos sem direitos ou dignidade para questionarem a
retomada de suas terras. Processo este
que as instituições de cultura, informação e educação prestaram muito bem,
infelizmente, estes serviços. Vejo que estamos em tempo de refletir novamente
sobre isto, uma vez que os povos indígenas encontram-se em processo crescente
de mobilização e luta.
MC - Além da exposição, houve uma Roda de Conversa (no dia 10/10) com a
presença de personagens importantes na luta dos direitos indígenas. Fale um
pouco sobre essa ação.
Profª Tânia - Foi
importante, pois os convidados Prof. Emerson de Oliveira Souza - Emerson Guarani,
Sassá Tupinambá e Dr. Benedito Antônio Genofre Prezia, dois indígenas e um Dr.
em antropologia, militantes da causa indígena, fizeram suas apreciações acerca
da contribuição do profissional da
informação e cultura e o da educação para fortalecer a luta indígena. Afirmaram
que o trabalho com a cultura não deve ser encarado como uma “festinha”, mas,
como meio para fazer política e dar visibilidade aos povos, daí, o cuidado para
trazer informações de qualidade, de perspectiva não conservadora.
MC - O final da exposição está marcado
para o dia 11/11/17 quando teremos uma Oficina de Cerâmica (gratuita). O que
esperar dessa atividade? Já estão abertas as inscrições?
Profª Tânia - Que
as pessoas participem e conhecem um pouco das técnicas e dos significados que
alguns povos indígenas dão ao fazer cerâmica, além de exercitar o fazer
cerâmica e criar algumas peças.
Segue link do formulário de inscrição
para a Oficina de Cerâmica: http://www.fespsp.org.br/pagina/oficina
Data:
11/11/2017
Horários:
período da manhã das 10h às 12h; tarde das 14h às 16h.
MC - Deixe um recado aos leitores do
blog com relação à questão indígena em nosso país e em especial na cidade de
São Paulo. Como é possível nos engajar nessa luta?
Profª Tânia - Pensar
que o saber e o conhecimento não se encontram somente no âmbito acadêmico, que o
encontro com as culturas originárias, indígena, e as tradicionais, como as africanas,
podem ser a saída para a sociedade contemporânea encontrar seu equilíbrio e
sentido de VIDA, assim como o respeito vital ao meio ambiente, à natureza, ao
“outro”, enfim, exercitar a solidariedade, a colaboração e a humildade.
Um pouco sobre o Grupo UBUNTU CARAGUA – CERAMISTAS
O Grupo Ubuntu
(EU SOU POR QUE NÓS SOMOS)
Formado
por ceramistas da Rota da Cerâmica de Caraguatatuba e tem por objetivos:
-
Desenvolver projetos temáticos;
-
Aprimorar o conhecimento na arte cerâmica;
-
Compartilhar os saberes;
-
Divulgar a cerâmica de Caraguatatuba.
Confiram algumas imagens da exposição, todas retiradas do Site da FESPSP:
parabéns, a reportagem ficou muito boa.
ResponderExcluirQue bom que gostou Profª Tânia e parabéns pelo trabalho e por compartilhar conosco. Beijos!
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