Olá, queridxs!
Para celebrar a chegada da Primavera, preparei um post
muito lindo para vocês! Vou falar da coisa que mais me encanta na Curadoria de
Conteúdos.
A ideia básica de que Curadoria é selecionar, filtrar,
organizar e apresentar é o que acaba “confundindo” com o Serviço de Referência,
de modo geral. Mas, esse “bolo tem uma cereja”, que apenas a seleção de itens
pertinentes e relacionados a determinado assunto não contempla (o meu TCC visa
ser uma “cerejeira biblioteconômica” s2 haha).
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Fonte: http:// |
A Curadoria tem um
jeito mais “lúdico” de apresentar o tema, por isso utiliza recursos como a
Semiótica, por exemplo, com o intuito de internalizar o conteúdo e apresenta em
forma de narrativa, “contando uma história” (como a Curadoria de Arte, sabe?!).
Vou explicar esse conceito a partir de um vídeo sobre
exercício curatorial da área das artes. Eu achei bem bacana, pois ele mostra
como um grupo de objetos pode se relacionar de diversas formas e que cada
estrutura narrativa criada a partir destes, conta uma história diferente, ou
seja, o mesmo grupo de objetos, dependendo de como é estruturado, dos
objetivos, da ordem, das simbologias atribuídas a este, tem resultados totalmente
diferentes.
No vídeo, o autor selecionou 10 objetos distintos e fez
uma composição, separando, no inicio, por forma geométrica (critério de
classificação que ele escolheu). Depois de separar os itens, aí que vem a
mágica da coisa. Ele escolhe um tema e começa a utilizar o que ele tem à mão
para contar uma história, atrelando os objetos a significados e explicando como
isso pode se relacionar ao que ele quer falar. Gente é muito bacana! Ele faz
algumas combinações a partir de critérios que ele estabelece. A mesma coisa
pode significar várias coisas a partir de um contexto.
Segue
o vídeo para quem ficou curioso. Dura uns 10 minutos, mas não precisa ver TUDO
para compreender o conceito (a não ser que queira hehe eu gostei bastante, mas
sou suspeita pra falar haha):
Curadoria, um exercício:
https://www.youtube.com/watch?v=DcQSw26-EAI
Se ele apenas selecionasse e classificasse, bastaria a
organização inicial por categorias, mas para a Curadoria, isso não basta. Ela
tem que CONTAR ALGO COM aquilo que selecionou.
Por isso também que a Curadoria de Conteúdos não se
limita a formatos. Para “contar essa história”, ela utiliza vários recursos
como vídeo, áudio, material bibliográfico, imagens... tudo junto!
“Ai, Lola, mas pacote
informacional (em D.S.I. – Disseminação Seletiva da Informação) também oferece
isso!”
Sim, o OBJETO, mas a narrativa NÃO! Para MIM, esse vídeo
mostra MUITO que selecionar e classificar é uma ETAPA, mas não é o produto
final.
Tem que selecionar, filtrar e organizar?! TEM!!! Isso sem
dúvida! Mas não para por aí.
“Lola, não entendi
patavinas! O que isso tem a ver com informação/conteúdo?”
Tá, vamos lá.
Digamos que o usuário se interesse por determinado tema.
Aí, primeiro, claro, o curador vai SELECIONAR os conteúdos referentes ao tema.
Depois, vai filtrar, para que fique o melhor conteúdo (aqui, é BEEEM o que o
Serviço de Referência faz mesmo. Não vou me prolongar muito em Serviço de
Referência hoje, vou deixar para a próxima ;) ). Beleza! Está tudo arrumado,
bonitinho, de acordo com o perfil do usuário, referente ao tema, com boas
fontes, aquela maravilha toda que a Lola AMA s2 haha Nisso, vem a parte II, que
é... TCHARAM!!! O que distingue a Curadoria!
Esse material acaba se tornando, digamos, os
“ingredientes”, mas não é o bolo pronto (gente, juro que não estou com fome ao
escrever esse post! Haha Mas, achei que essa metáfora viria a calhar).
Tendo isso disponível, o Curador vai definir O QUE ELE
QUER CONTAR a partir dali. Qual a história, como vai significar os elementos
informacionais de modo a expressarem o que ele quer dizer (a Semiótica entra
aqui!) e terem sentido no contexto, como vai estruturar/diagramar isso... A
Curadoria tem um objetivo ALÉM de apenas “suprir” a demanda informacional, ela
quer trazer algo NOVO a partir dali, mas sem deixar de responder a questão
inicial.
Seria como... hummm... como se eu pegasse tudo o que
responde a sua pergunta e fizesse um “mosaico” com tudo isso, e esse mosaico,
além de ter todas as informações, é a “figura” de uma outra coisa.
Tipo a obra do artista plástico Vik Muniz do Barak Obama:
![]() |
Fonte: https://artistcollage.wordpress.com/2013/01/03/is-obama-the-most-inspiring-president-for-artists/agsa-illustration-2/) |
Digamos que os itens que compõem a imagem seriam o
material selecionado sobre “Os E.U.A. durante os anos 2009-2016”, e a intenção
do curador fosse falar sobre Barack Obama.
Se os itens
estivessem separados e descritos, ok, fariam sentido estar ali, e a seleção dos
mesmos estaria justificada. Por exemplo, o Monte Rushmore (perto da orelha do
Obama haha), ainda mais com a bandeira do país, remete aos E.U.A., assim como
muitos outros itens ali, porém, todos eles agrupados de forma que visualmente
formem o rosto de Barack Obama, já contam uma história sobre o elemento
central, sem descaracterizar os itens, mas cumprindo sua função.
Ufa!
Estou esclarecendo para confundir e confundindo para
esclarecer, né?! Haha
“Lola, pra quê essa trabalheira toda?! Dá logo a informação pra pessoa e
ponto!”
Poderia até ser, mas a ideia da Curadoria não é apenas
“dar a resposta”, ela quer instigar, ir além, quer apresentar um
“fio-de-Ariadne” para sair do labirinto da mesmice informacional. A proposta é,
além de responder a questão, estimular expansão do conhecimento, aguçar a
curiosidade.
O
que me faz ir até um pouco além nessa minha imagem do Obama: se a pessoa estava
inicialmente interessada apenas no Obama, vai começar a olhar as imagens e
tentar entender porque elas estão ali, porque elas formam a imagem dele, porque
ESSAS imagens. Ao mesmo tempo que muitos fatos e imagens icônicas reunidas
formam o rosto dele. As coisas se relacionam o tempo todo formando uma
história.
E
outra, (provando que eu estou lendo toda a minha bibliografia do TCC
HSUAHSUAHSUASHSAUHSAU), como disse o Wurman s2: “Para serem lembrados e
adquiridos, os novos conhecimentos devem estimular a curiosidade de alguma
forma”.
Essa ideia de trazer o novo partindo de algo que já
interessa a pessoa, agregando mundos, transforma “universos em multiversos”.
Eita! Pronto, já dei nó em cabeças demais por hoje haha
Mas, acho que a ideia de explicar porque a Curadoria de Conteúdos não encerra
na seleção ficou mais clara.
Até o próximo post e #VamosQueVamos com o TCC!!!
Beijos,
Lola
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