E
como um momento de alívio na correria desse final de semestre, segue mais um
lindo conto do Gabriel Justino (6º
Semestre/Noturno). Fiquem com essa história de amor que ultrapassa todos os
limites.
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Fonte: Pixabay. |
Hoje o dia está chuvoso, as gotas frias
caem sobre minha pele e molham a minha roupa, caminho por essa rua sem uma
direção aparente com os meus pensamentos voltados para você.
Como posso expressar meus sentimentos,
se não alcanço as palavras corretas para te externalizar tudo o que sinto?
Quando acordava ao seu lado e o sol nos tocava, eu amava ver seu lindo sorriso
quando acordavas. Ahhhh e como eu te amo e seguirei te amando, desde quando no
grande mar da vida, você chegou ao meu porto com seu barco e eu te conheci, sem
você me sinto perdida, assim como no dia de tempestade que temos que ficar em
casa, mas não hoje, hoje quero sentir as gotas frias me trazendo a realidade,
que o destino não nos quer juntos, as lágrimas salgadas que caem dos meus olhos
se misturam com a doce água da chuva.
Como eu poderia resistir ao seu sorriso,
aos seus olhos que se iluminavam quando falava de ajudar ao próximo, quando
você me olhava trabalhando em minhas telas e dizia:
— Verônica essas são as telas mais
lindas que eu já vi. Você deveria montar uma exposição com elas. Essas cores
são incríveis meu amor.
Eu amava isso em você, essa
autenticidade e essa beleza que encontrava em mim, mesmo às vezes me olhando no
espelho e achando que não era nada e que nunca seria feliz e aí você chegou e
transformou o meu mundo. Mostrou-me a beleza da vida, a beleza de me sentir
amada e ver que eu era amada pela minha família e pelos meus amigos. Só que
você nunca me preparou para lidar com a perda. Eu sei que você ainda está vivo,
mas sinto que é como se você não estivesse.
Essa rotina acaba comigo, te ver imóvel
e incapacitado, depois daquela noite em que você me pediu em casamento e
ficamos noivos, você teve que ir para casa para ajudar seus pais na mudança. Meu
coração ainda não se recuperou da ligação que recebi naquela noite.
— Alô. Verônica?
— Oi seu Roberto, como estão às coisas
da mudança?
— Verônica, você está sozinha? — Disse
ele com aquele tom de voz que sempre falam conosco antes de anunciarem algo
ruim.
— Sim estou por quê? Aconteceu alguma
coisa?
— Verônica você terá que ser muito forte,
o William sofreu um acidente com a moto antes de chegar em casa e o estado dele
é grave... Verônica.... alô...
Não conseguia ouvir nada, parecia uma
piada de mal gosto, entrei em estado de choque. Assim que me recuperei, corri
até o hospital e quando cheguei lá, os médicos disseram que ele tinha passado por
uma cirurgia para retirar um coágulo que se formou em seu cérebro, só que
depois disso, ele não acordou mais.
Não sei como explicar o que sinto quando
te vejo, parece que está dormindo e que em breve acordará. Acho que quando isso
acontecer vai ser como se fosse o verão e que o inverno nunca existiu, será
como a primavera trazendo o renascimento para sua vida.
Continuo caminhando, já com minhas
roupas todas ensopadas e meu cabelo já molhado, cai em ondas e gruda sob minha
pele, hoje é mais um dia de visita, quero te ver e contar tudo o que fiz, que
pintei mais alguns quadros, consegui vender alguns e que estou tão perto de
fechar contrato com a Galeria Alighieri.
Cheguei ao hospital, acho melhor me
secar, hoje recebo notícias do seu quadro médico, talvez hoje minhas esperanças
sejam renovadas. Te amo meu amor e te esperarei até o fim mesmo que você não
esteja me ouvindo.
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