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Mesa debatedora de "Deixando a zona de conforto" |
A ação se dividiu em duas partes: na primeira, via videochat, Maureen Sullivan, presidente da ALA (American Library Association, ou a Associação Americana de Bibliotecas), apresentou o tema “Deixando a zona de conforto: oportunidades para bibliotecários” e logo em seguida Adriana Ferrari, vice-presidente da FEBAB e coordenadora de Unidade de Bibliotecas da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, Adriana Ferrari; Sueli Nemem Rocha, diretora da Biblioteca Monteiro Lobato e coordenadora do curso técnico de Biblioteconia do SENAC e a adida cultural do consulado dos Estados Unidos, Danna Van Brandt, debateram o tema com o público de aproximadamente 70 pessoas.
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Maureen Sullivan em videoconferência |
Maureen colocou a inteligência emocional como o fator preponderante da liderança. Baseando-se nos trabalhos de Warren G. Bennis e John Goldsmith, a presidente da ALA fez uma apresentação baseada em slides com informações muito objetivas, aplicáveis à qualquer gestão. Reforçou a bandeira da Associação de Liderança e Gestão em Bibliotecas (LLAMA, na sigla em inglês), uma divisão da ALA, que coloca a auto-confiança como combustível para uma liderança de sucesso. Para o pensamento americano, o fomento de lideranças e treinamento para líderes é fator culturalmente associado à oferta de serviços de qualidade e o que pode fazer a diferença no sucesso de uma organização. Não é de se surpreender que a LLAMA concorre com diversos programas de treinamento de lideranças para bibliotecários que existem aos montes nos Estados Unidos.
Ao fazer a abertura da mesa, Adriana Ferrari, arrojada, festejou, em primeiro lugar, a saída do
presidente da Fundação Biblioteca Nacional, Galeno Amorim, anunciada no dia anterior. “A gente lutou muito para isso acontecer”, afirmou. Logo em seguida, puxando a sardinha para a sua área, congraçou-se com os presentes que trabalhavam em bibliotecas públicas, destacando o sentimento comum de insatisfação com o trabalho que se alastra entre servidores públicos. Identificando esse desconforto, conclamou: “Não se acomode na zona do desconforto.”
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Adriana Ferrari |

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Danna Van Brandt |
Danna Van Brandt teve alguma dificuldade em se colocar na discussão, com observações já bastantes conhecidas, mas sua presença demarcou o diálogo com a corrente de pensamento americano da atualidade.
Apesar do foco do evento se desdobrar prioritariamente para as bibliotecas públicas,
algumas fragilidades do profissional que foram levantadas também dizem respeito à outras áreas de atuação. Entre elas, Sueli destacou que o líder em biblioteconomia é um líder de caráter servidor, que pensa na coletividade, porque afinal, se ele não trouxer os benefícios para a comunidade, de que serve esse líder? Também afirmou que a zona de conforto que deve ser atacada é a da liderança tradicional, aquela de caráter vertical, e sugeriu que é essa liderança que devemos combater, para estimular as lideranças compartilhadas, horizontais.
Os movimentos associativos também foram expostos. E Ferrari voltou a tocar na ferida do desempenho do servidor público: afirmou que este profissional dever ter em mente que o trabalho dele só faz sentido se tiver um valor para o outro, não apenas para ele mesmo. “A ALA é o que é porque as pessoas não perguntam “o que vamos ganhar com isso?”, como aqui no Brasil”. Isso também reflete, talvez, o acanhamento do profissional na divulgação de sua ação. Ferrari citou que pequenas ações de indivíduos isolados em bibliotecas foram primordiais para uma virada na integração com a comunidade, mas nada disso é promovido para a sociedade, que fica sem saber sobre as especificidades de cada unidade e como isso poderia ser benéfico para a rede.
Aluna da FESPSP em sintonia com as lideranças em Biblioteconomia
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Nilda gostou bastante da discussão |
Ouça aqui o áudio do debate do evento (para o áudio da apresentação de Maureen entre em contato com a Monitoria Científica):
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