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Professora Renate Landshoff |
A Gestão do
Conhecimento está aí para beneficiar organizações de todos os tipos, mas ainda
não é explorada na sua totalidade, inclusive pela academia. Quem dá o toque é A
Professora da FaBCI-FESPSP Renate Landshoff. A também Diretora Executiva da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento falou sobre com melhorar a atuação nos meios tecnológicos em entrevista gentilmente concedida por email para
o blog da Monitoria Científica:
MC: Conte-nos um pouco da sua trajetória
profissional com este perfil mais tecnológico: da sua formação em Economia para
a Gestão do Conhecimento, como a tecnologia foi moldando sua atuação
profissional?
RENATE: A Biblio
foi uma vocação mesmo. Uma paixão. Desde o primeiro emprego em 1985 tive a
oportunidade de trabalhar em ambiente tecnológico. Na Ind. Eletrônica que
atuava já exisitia uma soluçao para gestão de conteúdos e fui me envolvendo e
buscando outras oportunidades. Peguei o boom na automação de bibliotecas na
década de 80 e isso contribuiu para que eu fosse encontrando oportunidades e
trabalhando com profissionais de áreas de TI sempre especificando e implantando
sistemas de informação. Os diversos cursos, especializações, empregos e
projetos foram consolidando minha formaçào. A área de GC, bem como a
oportunidade de incorporar essa áreas surgiu no início do ano de 2001quando foi
fundada a Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. Me identifiquei muito
com a área e investi em especializaçào e estudos. Assim, assumi a experiência
na FESPSP em 2007 em incorporar GC como uma disciplina o que deu muito certo,
abrindo a mente dos alunos para essa oportunidade de carreira.
São muitas
histórias para contar e fica difícil por escrito, mas o importante é reforçar a
necessidade de não parar de estudar e ficar muito atento às oportunidades nas
organizações. Em nossa área muitas vezes temos de criá-las "entrando pela
janela" e em relação à tecnologia, não tenha medo de clicar e busque
cursos que possam sendimentar sua base. Evite cursos de software, pois esses se
desatualizam rapidamente.
MC: De quais grupos a senhora participa no
Linkedin?
RENATE: Bibliotecários
do Brasil, TI-Especialistas, Arquitetura da Informação, Knowledge Managment,
Assoc Bras Gestão de Documentos, HSM Inspiring Ideas. No Facebook também temos
alguns bons em nossa área, como o Bibliotecários do Brasil.
Agora o Google+
tem diversas comunidades interessantes e lá participo de Redes Sociais e
Desenvolvedores Web
MC: Como avalia a atuação desses grupos?
RENATE: Os
grupos são essenciais para nos atualizarmos e para desenvolver nossa rede
profissional. O Linkedin é o que tem de melhor e mais profissional na Web para
se investir. Seu modelo de negócio nos dá segurança de que não vai desaparecer
como tantos.
MC: Quais as propostas da SBGC para este biênio
2013-2014?
RENATE: Como
Diretora Executiva da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento estou muito empenhada em
criar novas Comunidades de Práticas. Acabamos de ter um evento para a área
jurídica de onde está saindo um grupo de estudo. Vamos investir em outros
segmentos, desenvolver novos congressos e criar produtos e serviços que
contribuam para disseminar os benefícios da GC em organizaçòes. Teremos um novo
Portal em breve e queremos fazer um esforço para sermos percebidos pela
sociedade civil e nào só pelas organizações, Falta muita informação de
utilidade pública e estamos atentos e próximos aos governos para buscar
caminhos na direção de uma sociedade mais inteligente.
MC: Na edição mais recente da GC Brasil, de
outubro de 2012, há um artigo descrito assim no site:
Para não deixar a polêmica de lado Prof. Nepo (como gosta de ser chamado) afirma em artigo que "a Sociedade do Conhecimento não existe". Há quem argumente que ele tem razão, afinal, se uma sociedade não se apropria da informação para que ela se torne conhecimento, então, essa sociedade do conhecimento não existe.
Para não deixar a polêmica de lado Prof. Nepo (como gosta de ser chamado) afirma em artigo que "a Sociedade do Conhecimento não existe". Há quem argumente que ele tem razão, afinal, se uma sociedade não se apropria da informação para que ela se torne conhecimento, então, essa sociedade do conhecimento não existe.
Qual a sua
avaliação desta polêmica?
RENATE: Como
provar se existe sociedade da informação, do conhecimento ou em rede...? Gosto
muito do Nepô e acompanho seus textos. Nepô é um guru e está anos luz à frente.
O que existe é de fato uma explosão de informação e uma enorme dificuldade em
transformá-la em conhecimento. Vivemos uma era híbrida e repleta de opostos.
Temos empresas que mal começaram a organizar seus dados e nem sabem o que
precisam saber e temos empresas que são modelos de excelência e praticam o
estado da arte em gestão do conhecimento. Hoje a tecnologia deixou de ser uma
barreira. A maior barreira são as pessoas, os aspectos culturais e a
dificuldade em derrubar modelos mentais e velhos paradigmas. Então diria que
estamos vivendo em uma sociedade híbrida com tudo que temos direito..
5) Além do
Linkedin, quais outras ferramentas se destacam hoje na Gestão do Conhecimento?
RENATE: Ah, são
várias. Existem diversas ferramentas para educaçao corporativa com módulos para
compartilhamento e colaboração. Existe o Sharepoint da Microsoft que é líder
nesse mercado e tem módulos interessantes e diversas ferramentas livres que
permitem e facilitam a troca de conhecimento e a criação de comunidades de
práticas. A SBGC utiliza o SocialCast para comunicação interna e l Teamslab
para projetos. Mas repito que esse é um mundo a ser explorado e bastante
disputado.
6) Como a Gestão
do Conhecimento pode ser aplicada ao ambiente acadêmico e à pesquisa
científica?
RENATE: Ah...se
a universidade soubesse o que seus acadêmicos sabem...
Desenvolver sistemas de informação que estimulem o registro da produçào intelectual (como o lattes) e permitir o registro e acompanhamento de pesquisas, disponibilizando para toda a comunidade seria muito bom. Muita produção fica adormecida em periódicos não divulgados, em bases de dados proprietárias e em projetos fechados.
Desenvolver sistemas de informação que estimulem o registro da produçào intelectual (como o lattes) e permitir o registro e acompanhamento de pesquisas, disponibilizando para toda a comunidade seria muito bom. Muita produção fica adormecida em periódicos não divulgados, em bases de dados proprietárias e em projetos fechados.
Os conceitos
sobre o conhecimento e as metodologias ajudam a transformar conhecimento tácito
em explícito e o único caminho são sistemas de informaçào desenvolvidos com
essa finalidade. Falta esse tipo de iniciativa e preocupação na academia. O
ponto de partida deveria ser o estado da arte. Métodos de pesquisa e visão
sistêmica ajudam a enxergar novas possibilidades. A GC ajuda a sistematizar
para divulgar e internalizar informação antes de transformá-la em conhecimento.
Quem é Renate
Landshoff
Mestre em Tecnologias da Inteligência e
Design Digital pela PUC-SP; Graduação em Ciência da Informação pela FESPSP; MBA
em Comunicação pela ESPM; especialização em Gestão do Conhecimento pela FGV;
Diretora da Sociedade Brasileira de Gestão de Conhecimento.
Docente na Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) desde 2004 em disciplinas de planejamento, gestão e tecnologia. Ampla experiência na gestão de unidades de informação em empresas de engenharia, consultorias e escritórios de advocacia de grande porte; Vivência de 30 anos em projetos de gestão da informação, documentação e comunicação e mais recentemente em organização e arquitetura de informação em ambientes digitais. Associada à DataCoop - Cooperativa de trabalho na área da Gestão de Informação e autora de cursos e oficinas presenciais e on-line para capacitação de profissionais da informação na Web 2.0 incluindo experiência de gestão e tutoria no uso de plataformas de EaD.
Docente na Faculdade de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP) desde 2004 em disciplinas de planejamento, gestão e tecnologia. Ampla experiência na gestão de unidades de informação em empresas de engenharia, consultorias e escritórios de advocacia de grande porte; Vivência de 30 anos em projetos de gestão da informação, documentação e comunicação e mais recentemente em organização e arquitetura de informação em ambientes digitais. Associada à DataCoop - Cooperativa de trabalho na área da Gestão de Informação e autora de cursos e oficinas presenciais e on-line para capacitação de profissionais da informação na Web 2.0 incluindo experiência de gestão e tutoria no uso de plataformas de EaD.
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