Florindo Peixoto Neto |
Se 72,4% dos autores de artigos em revistas científicas de Ciência
da Informação não voltam a escrever (segundo dados
da Bibliotecária e pesquisadora Adriana Abreu Lopes), podemos apostar
que nos 27,6% restantes, encontraríamos artigos do aluno Florindo Peixoto Neto.
A sua preparação para o TCC tem um objetivo mais amplo que apenas a
apresentação e a colação de grau na gradução: o aluno do oitavo semestre
matutino tem planos de seguir a carreira acadêmica, como Professor e
pesquisador.
E não poupou esforços: Florindo deixou o trabalho na Biblioteca da
Folha de São Paulo para se dedicar integralmente às leituras e reflexões da sua
monografia. Com um viés histórico contundente, o aluno devorou página e mais
páginas sobre a história da Ciência para embasar sua redação. Leia a
entrevista:
MC: Qual é o tema do seu
TCC?
FLORINDO: O meu TCC é um paralelo entre a metodologia científica e
as práticas bibliotecárias a partir de Aristóteles até os dias de hoje.
MC: Você ainda está lendo
400 páginas por dia, como em junho, antes das férias?
FLORINDO: Não tanto. Eu estava lendo essas 400 páginas por dia até começo
de julho. Daí eu saí de férias, fui viajar, e quando eu voltei, não continuei
no mesmo ritmo. Já li o suficiente, pelo
menos a parte histórica. Agora estou escrevendo e consultando a bibliografia.
MC: E você quer seguir a
carreira acadêmica?
FLORINDO: É, ainda quero seguir a carreira acadêmica, mesmo sabendo
que o MEC está orientando
as faculdades agora a só aceitarem professores com
doutorado. Por isso vai demorar um pouquinho para eu atingir (este objetivo),
mas ainda pretendo seguir a carreira acadêmica, sim.
Florindo tem a meta de seguir na carreira acadêmica |
MC: Você tem algum plano
de apresentar seu trabalho em congressos?
FLORINDO: Este é um tema que vai me servir mesmo de suporte para
outros temas que eu tenho em mente para o futuro, que é a relação entre Ciência
e Biblioteconomia nos dias de hoje. Talvez no meu mestrado ou doutorado eu vá
para esse lado e comece a apresentar (trabalhos), mas o TCC não tem ares de
atingir um mérito desses, não.
MC: O que você já leu de
mais interessante até agora?
FLORINDO: Na área de Ciência, eu encontrei o Tarnas, que fala sobre
a história da Ciência, é muito bom. Na área de Biblioteconomia, como eu ainda
estou fazendo a parte histórica (estou começando agora a escrever sobre o período
do Renascimento), a Biblioteconomia ainda não foi fundada, então não tenho nada.
Ainda tenho (pela frente) o Iluminismo, Newton, Copérnico... tem um monte de
coisa.
MC: Quem é seu orientador?
FLORINDO: A professora Mercês.
MC: Como vocês estão
trabalhando?
FLORINDO: Eu mando para ela os textos e a gente conversa depois.
MC: Você está dormindo, ou
não? (risos)
FLORINDO: Agora eu estou dormindo, não estou mais trabalhando
(risos).
A preparação de artigos científicos exige que se atenda a critérios
O cuidado com a redação de uma pesquisa passa, obrigatoriamente, por
uma cuidadosa revisão gramatical para se assegurar sua legibilidade. Uma boa
concanetação de ideias pode ficar comprometida com erros crassos de português,
como falhas de concordância ou flexão verbal. Além disso, o estilo normativo
também pode definir a aceitação do artigo por uma revista ou não.
A professora Dra. Vânia Funaro esclarece que a redação científica
com fins de publicação exige que se atente para o perfil da revista com a qual
se deseja trabalhar. A seleção da revista-alvo baseia-se em critérios determinados
pelo WebQualis
(CAPES). Em seu curso de extensão “Como
escrever um artigo científico”, a professora pretende se aprofundar
nesta e outras questões relevantes para se desenvolver um bom texto de pesquisa
e sua conversão em um artigo publicável. “Tanto os alunos quanto os professores
podem se beneficiar”, diz a professora, “já que no novo plano de carreira
adotado pela FESPSP há a exigência de publicações de artigos científicos pelos
docentes da instituição.”
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