Durante o último ano do curso de biblioteconomia, discentes
se preparam para uma tarefa árdua: a elaboração do temido TCC. Aqui na
monitoria vocês podem ler diversas dicas para elaboração clicando aqui, bem como
procurando por outros termos mais específicas.
Dos trabalhos apresentados no ano passado, oito deles entraram para o banco de
dados na biblioteca da Fespsp e nós incentivamos muito que vocês os leiam, os
consultem, pois trata-se de uma pesquisa recente sobre temas relevantes para
nossa área.
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Crédito: Rodrigo Carani (FESPSP) |
Convidamos todas as pessoas a consulta-los. Abaixo estão os
títulos e links dos trabalhos (é só copiar e colar o link no seu navegador):
ALVES,
Zaida Carolina Pinheiro.
Competências
gerenciais em biblioteca escolar: a construção de um diálogo produtivo
entre bibliotecários e professores.
BESSA,
Guilherme.
Taxonomia e folksonomia
na recuperação de jogos digitais: um estudo da possível aplicação de
um sistema híbrido na plataforma Steam.
CORREDOR,
Jefferson André de Jesus.
Diretrizes
para o funcionamento de makerspaces de bibliotecas.
OLIVEIRA,
Marina Chagas.
User experience
(UX): casos em bibliotecas universitárias internacionais.
PASSOS,
Ingrid.
Infoeducação como prática
colaborativa no processo de empoderamento da mulher negra.
ROSA,
Fábio Pereira.
Bibliófilos: seu
papel social na preservação e disseminação da cultura impressa.
SANTESSO,
Luciane; CARLOS, Sâmea Maria.
Desenvolvimento
de coleção em duas bibliotecas prisionais do Estado de São Paulo.
SANTOS,
Luciana Aparecida.
Ciberfeminismo: webativismo
feminista em relação a violência simbólica de gênero em peças publicitárias.
Também convidamos os mais recentes bibliotecários para dar um
depoimento e algumas pessoas escreveram o que segue abaixo:
Título:
Desenvolvimento de coleção em duas bibliotecas prisionais do Estado de São Paulo.
Autoras:
Luciane Santesso e Sâmea Maria Carlos
Este trabalho
pesquisou o desenvolvimento de coleção em duas bibliotecas prisionais femininas
do Estado de São Paulo com o objetivo de verificar se há a preocupação com a
formação e disponibilização de publicações direcionadas às reflexões sobre
direitos humanos e cidadania nestas bibliotecas. Apresentamos uma discussão
bibliográfica referente às bibliotecas prisionais, direitos humanos para
mulheres e mulheres encarceradas e como instrumento para coleta de dados
realizamos a pesquisa de campo em que visitamos duas bibliotecas de unidades
prisionais femininas do Estado de São Paulo. Para acessá-las solicitamos autorização
à Secretaria de Administração Penitenciária, que permitiu a visita e a aplicação
de questionário às responsáveis pelas bibliotecas. No último capítulo do
trabalho encontram-se os relatos das visitas, apresentando o desenvolvimento de
coleção nas duas unidades e a dinamização das bibliotecas analisadas.
Título: User experience (UX): casos em bibliotecas
universitárias internacionais.
Autora: Marina Chagas Oliveira
Minha preparação para o TCC foi uma preocupação durante
toda a graduação. Desde o segundo semestre, mantinha a última página do caderno
para anotar tópicos que me chamaram a atenção, e que tinham potencial para
eventualmente serem abordados no trabalho de conclusão. Quando o quarto semestre
se aproximou, e de fato começamos a dar forma em nossos projetos, notei que a
maioria dos assuntos anotados eram relacionados ao usuário.
Comecei a pensar no
papel deles na biblioteca e algumas perguntas ficaram mais evidentes: O usuário
é apenas receptor de informações na biblioteca? Ele tem a possibilidade de ter
voz ativa em que situações? Como ele pode interferir diretamente nos
procedimentos e na construção da biblioteca?
Parei professores depois das aulas, nos corredores e
mandei e-mails fazendo essas perguntas. Alguns me encaminharam para outros
professores, outro me mandaram material de leitura. (Obrigada pela enorme
paciência, mestres!).
Foi a professora Adriana Maria de Souza (minha amada
orientadora) que me direcionou a uma revista que abordava a User Experience em
bibliotecas universitárias e como a ação e, literalmente, as vozes dos usuários
haviam mudados seus espaços e formas de atendimento. Alguns PECs recentes haviam
sido sobre UX, mas sempre no meio digital, e fiquei maravilhada em ver que, ao
menos no exterior, haviam instituições que aplicaram princípios da User
Experience em ambientes fisícos. Uma vez que a pergunta e o recorte do tema
foram escolhidos, foi só traçar os objetivos e definir uma metodologia e botar
a mão na massa.
O processo teria sido imensamente mais árduo sem a
colaboração e atenção aos detalhes das professoras Maria Rosa e Adriana. Não
tenho palavras para agradecer às duas por todo o carinho e cuidado para comigo
e com a toda a turma.
Minhas dicas são as seguintes:
1- Faça a lista de seus interesses pela graduação;
2- Tentem alinhá-los com o tipo de
biblioteca/arquivo/acervo que pretendem trabalhar, ou pelo menos algo que vocês
tenham paixão;
3- Escolham um professor que entenda do assunto e que
tenha um bom relacionamento. O orientador faz total diferença nesse processo
desgastante.
Bons estudos e excelente pesquisa a todos!
Título: Bibliófilos: seu papel social na preservação e disseminação da cultura impressa.
Autor: Fábio Pereira Rosa
Bom, o processo começou lá atrás, em 2016, na disciplina “Metodologia da pesquisa científica aplicada ao TCC”. Eu não tinha a menor ideia do que fazer. A única certeza era que não queria nada prático, algo que requeresse pesquisa de campo – tinha que ser uma pesquisa bibliográfica, revisão de literatura.
Autor: Fábio Pereira Rosa
Bom, o processo começou lá atrás, em 2016, na disciplina “Metodologia da pesquisa científica aplicada ao TCC”. Eu não tinha a menor ideia do que fazer. A única certeza era que não queria nada prático, algo que requeresse pesquisa de campo – tinha que ser uma pesquisa bibliográfica, revisão de literatura.
Depois de muitas dúvidas, e após
uma conversa com a professora Daniele Brene, acabei optando pela “Bibliofilia”,
tema sobre o qual eu alimentava um interesse – foi o “amor pelos livros” que me
trouxe à biblioteconomia, em primeiro lugar.
Apesar disso, lembro que cheguei
a questionar uma última vez minha escolha. Mesmo depois de terminado o projeto,
considerei mudar meu tema para um tesauro, pois havia gostado e me identificado
muito com a disciplina de “Linguagens documentárias pós coordenadas”, mas a
professora Daniele me aconselhou a permanecer com a bibliofilia, pois meu
projeto tinha ficado bom (e a estrutura já estava pronta).
É muito difícil estudar e
trabalhar quando se tem filho pequeno em casa. Durante o 5º semestre, em um
daqueles momentos de desespero que às vezes acometem os estudantes, cheguei a
considerar trancar ou mesmo abandonar o curso. A saída foi estender o mesmo, então
optei por trancar algumas disciplinas, entre elas o TCC. Outro motivo é que eu
queria determinada orientadora, mas naquele ano a professora Mercês estava
carregada de orientandos, e não poderia me orientar – foi um ano atípico, pois
minha turma tinha uns 60 alunos.
Foi uma decisão acertada, pois
fazer um TCC com todas as outras disciplinas ao mesmo tempo é muito, muito
desgastante. Principalmente se você está tentando caprichar, produzir algo que
tenha um mínimo de qualidade.
De qualquer forma, aos trancos e
barrancos, consegui produzir meu TCC. A orientadora foi sempre muito atenciosa
e compreensiva, e me deixou bem à vontade no processo, sem cobranças
excessivas, apenas acertando a rota. A banca também foi muito adequada: o
professor Ivan sempre gostou dos meus textos, e a professora Fernanda foi
bastante incisiva em vários pontos do trabalho.
Eu sempre tenho problemas para
falar em público, então sabia que o movimento final da partida seria tenso. De
fato, foi, mas uma vez que você domina o tema e sabe do que está falando, a
coisa flui. E creio que a FESPSP propicia um clima fraternal entre alunos e
entre estes e os professores. Em breve, seremos todos colegas, então de certa
forma ficamos mais à vontade para apresentar o trabalho, pois estamos entre
amigos.
Um fato que não poderia deixar de
mencionar é que, para deixar a coisa toda mais emocionante, acabei tendo outro
filho durante o processo do TCC. E ele resolveu nascer alguns dias antes da
semana das defesas!! Tive que solicitar à professora Maria Rosa que adiasse a
data marcada, pois não conseguiria preparar tudo a tempo – estava no hospital
naquele momento. Lembro que fiquei com o notebook, preparando os slides,
enquanto o moleque tomava banho de luz para icterícia bem ali do meu lado, rs.
No fim, deu tudo certo, e acabei apresentando um dia depois.
Para finalizar este longo e
talvez inútil relato, gostaria de dizer que o ideal seria podermos estudar
antes de ficarmos enrolados com família, pois aí fica muito complicado. Mas, em
qualquer situação, sem uma dedicação séria, não sai nada de bom. Tenham certeza
do que estão fazendo, reúnam um substancial embasamento teórico, e mantenham
uma boa relação com seu orientador, com bastante diálogo. Não tenham receio de
divergir, mas aceitem seus conselhos, pois ele tem mais experiência acadêmica e
prática para lhes ajudar. E se não rolar, mudem de orientador, isso é
perfeitamente possível.
Ah, e não se esqueçam de submeter
o trabalho a uma revisão antes de entregar. Um trabalho bem escrito é muito
valorizado, já é meio caminho andado. E pratiquem a apresentação em casa, com
outras pessoas, para se acostumar com o que dirão e com o tempo, que não pode
estourar.
Todo esse esforço será
invariavelmente recompensado, tenham isso em mente.
Abaixo, meus dois tesouros:
Abaixo, meus dois tesouros:
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Foto: Arquivo pessoal de Fábio Rosa. |
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