Um curso de
biblioteconomia não pode viver sem um centro para registro das suas informações
e atividades. Para a área de Ciência da Informação esta instituição é crucial
para incrementar o aprendizado do aluno em formação.
O Centro de
Documentação da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, CEDOC da FESPSP, vai completar 80 anos em 2013
e pode e deve ser visitado por todos os alunos de biblioteconomia. O CEDOC recebe pesquisadores mediante agendamento,
justificativa e cadastro do requerente para o estudo de assuntos da Ciência da
Informação e Sociologia, principalmente. Os pesquisadores veem de diversas
instituições e estados, como PUC-SP, UNESP e universidades do Rio de Janeiro.
Em agosto
de 2010, o Centro de Documentação incorporou ao seu acervo material histórico
referente à hoje extinta Associação Paulista de Museólogos (ASSPAM) doado por
alunas do Curso de Museologia da FESPSP, um curso que, infelizmente, também não
está mais na grade curricular da faculdade. À época, o relacionamento das
alunas Maria Cristina Oliveira Bruno e Maria Inês Coutinho, museólogas, com o
CEDOC durante sua pesquisa resultou na doação dos documentos. A importância da
Associação Paulista de Museologia se dá, entre vários motivos, à figura de sua
fundadora e presidente, Waldisa Russo Camargo Guarnieri. Graduada pela FESPSP em Ciência Sociais, fez
várias reuniões e atividades da ASSPAM nas dependências da faculdade e foi
conhecida defensora de um curso de pós-graduação em Museologia, que originou o
Instituto de Museologia de São Paulo, em 1984.
O CEDOC é gerenciado pela bibliotecária Rosa Maria A.
Grillo Beretta, assistido pelo estagiário Winderson, aluno do 5º semestre noturno, e
por Marina Pereira Santos, que formou-se em Biblioteconomia em 2009 e fez pós
em Gestão de Documentos, ambas titulações pela FESPSP. Começou a trabalhar no CEDOC da FESPSP como
estagiária e depois de formada foi incorporada à equipe.
Marina conversou
com a Monitoria sobre o funcionamento do CEDOC.
Como o
pesquisador pode trabalhar com o CEDOC da FESPSP?
Marina atende pesquisadores no CEDOC da FESPSP |
O primeiro passo é entrar em contato por email com a Rosa ou a Marina e enviar o tema a ser pesquisado, a justificativa e o dia pretendido da visita. Então, a Marina faz um levantamento do material disponível sobre o assunto e faz a separação do material no acervo. No dia combinado, o pesquisador é recebido pela bibliotecária com o material e é feita a entrega desses documentos, com breves orientações sobre o que foi possível coletar, o que poderá ser fotografado, manuseio, etc. O pesquisador tira suas dúvidas quanto à manipulação desse material e faz um cadastro no CEDOC, preenchendo um termo com dados sobre o tema da pesquisa, instituição de origem, endereço para envio e como deseja receber o material (xerox, microfilmagem, etc.). Se for pouca quantidade a ser copiada, algo como 20 ou 30 páginas, o CEDOC faz o serviço sem custo. Acima de 30 páginas o serviço passa a ser cobrado. Neste mesmo termo o pesquisador também se compromete a atribuir os créditos da pesquisa ao CEDOC. Marina diz que eles sempre cumprem o acordo: “Os pesquisadores sempre citam o CEDOC nos agradecimentos dos trabalhos. Eu sinto que o material oferecido, muitas vezes, vai além da necessidade deles, e isso é uma satisfação”.
O trabalho
do bibliotecário-arquivista
Além do
atendimento aos pesquisadores, o bibliotecário-arquivista faz todo o tratamento
do item: tira os clipes, grampos, e qualquer material que possa impedir o seu melhor
acondicionamento possível. Também faz a limpeza e a digitalização. No CEDOC da
FESPSP os documentos estão em fase de classificação. Os livros históricos estão
sendo revisados (livros do acervo da Biblioteca Histórica do Pacaembu, que
estão todos disponíveis na base de dados da Biblioteca da faculdade, ou seja,
informatizados.
A próxima etapa será a digitalização do acervo,
fase que envolve a permissão de publicação digital do item e direitos autorais.
É comum a confusão entre “informatizar”, “disponibilizar” e “digitalizar”:
enquanto as duas primeiras significam dar acesso à informação de existência de
um item através de uma base de dados, ou incluí-lo na base, “digitalizar”
engloba direitos autorais e a permissão de deixá-lo acessível na íntegra
Florestam
Fernandes, Darcy Ribeiro e Fernando Henrique Cardoso
Em geral, os prontuários de alunos não são
acessíveis, a menos que o próprio conceda uma permissão estrita de acesso.
Porém, isso não ocorre com os alunos-históricos da FESPSP, como Darcy Ribeiro e
o Florestam Fernandes, por exemplo, que ingressaram e se formaram na
instituição porque são personagens históricos, portanto, de acesso mais
facilitado. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por sua vez, teve uma
rápida passagem pela FESPSP como presidente do Conselho, e também se enquadra
nesta mesma classificação.
“Todos nós viraremos documentos para o CEDOC da
FESPSP”, diz Marina. “A documentação se desenvolve a partir de uma atividade,
por exemplo, a atividade da Monitoria. A partir do momento em que o aluno se
forma, todos os seus documentos viram inativos por que ele não tem mais nenhum
vínculo com a instituição. Porém, continuam no acervo permanente do CEDOC”,
explica a bibliotecária.
Enquanto o aluno frequenta qualquer um dos cursos oferecidos, todos os
seus documentos são denominados “documentos correntes”. O gerenciamento desses
documentos são exclusivos da secretaria da FESPSP. Apenas nos casos em que o
aluno abandonar ou trancar o curso ou se formar é que seus documentos são
transferidos para o CEDOC. O mesmo acontece com os documentos de RH, dos
docentes, até dos conselheiros das administrações passadas, como nas décadas de
1940 e 1950.
O CEDOC
da FESPSP fica na rua Heitor de Moraes, 299. Visitas através do email
cedoc@fespsp.org.br com a bibliotecária-arquivista
Marina Santos ou a gerente de informação Rosa Beretta.
Texto e foto: Magali Machado
Obrigada, Elaine, quanto mais os alunos participarem, melhor! Continue nos acompanhando.
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