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O Bibilotecário-empreendedor: Paloma Altran



  Em comemoração ao mês do Bibliotecário, vamos apresentar tendências de perfis dos profissionais de informação para suscitar o debate sobre a atuação, competências e o pensamento de personalidades de destaque na área da Biblioteconomia e Ciência da Informação. 

  
Nesta edição, a bibliotecária Paloma Altran é a nossa bibliotecária-empreendedora. Sua iniciativa em oferecer cursos sobre temas atuais para o desenvolvimento continuado do profissional de informação demonstra garra e criatividade para empreender, características essenciais a este perfil. Paloma gentilmente respondeu às perguntas enviadas por email para este painel.




O Bibilotecário-empreendedor: Paloma Altran


MC: Conte-nos um pouco sobre a  sua formação.

Sou formada em letras pela UNESP - Campus de Assis, com licenciatura em português e inglês, e em Biblioteconomia. Iniciei meu curso de Biblioteconomia na UNESP - Campus de Marília, onde cursei 2 anos, fiz intercâmbio no Departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA/USP e cursei meu último ano na FESPSP, onde me formei. Esse “passeio” entre diferentes instituições enriqueceu muito minha formação, ampliou minha visão sobre a Biblioteconomia e seus profissionais.

MC: Cursos adicionais: especialização, mestrado, doutorado?

Iniciei o curso de especialização em “Gerência de Sistemas e Serviços de Informação”, na FESPSP. No momento estou com a matrícula trancada, mas pretendo retomá-lo no próximo semestre.
Acho muito importante a participação em cursos, palestras e demais eventos para complementar minha formação. Desta forma, sempre que possível, participo de cursos e eventos em Ciência da Informação promovidos pelas mais diversas instituições, como as “Jornadas Culturais” da Fundação Bunge, cursos promovidos pelo Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, palestras dos Institutos Goethe e Miguel de Cervantes, palestras promovidas pelo SIBiUSP e eventos acadêmicos promovidos pela USP (como as Semanas de Biblioteconomia) e pela FESPSP (como os Seminários de Biblioteconomia e Ciência da Informação), entre outros.

MC: O que a levou a ser uma promotora de eventos em Biblioteconomia. Você já queria ser empreendedora? Você dedica 100% do seu tempo a isso?

Curso sobre documentação jurídica
Tornei-me promotora de eventos em Biblioteconomia e Ciência da Informação por acaso. Durante a faculdade, me dispus a ajudar voluntariamente na organização de alguns eventos acadêmicos (IX EREBD SE/CO e as V e VI Semanas de Biblioteconomia da ECA/USP) e essa experiência acabou exercendo uma influência direta em minha vida profissional. Um dia, recebi um e-mail da Amanda Franco, amiga que havia trabalhado comigo na organização dos eventos acadêmicos, perguntando se poderia me indicar ao Moreno Barros (do BlogBibliotecários Sem Fronteiras - BSF) para organizar um curso. O Blog BSF estava recebendo muitos pedidos para que o Gustavo Henn (residente em João Pessoa/PB, bibliotecário e autor de livros para concursos em Biblioteconomia) pudesse ministrar um curso presencial na cidade de São Paulo e o Moreno, que mora no Rio de Janeiro, estava à procura de alguém que pudesse fazer isso. Aceitei o convite e com a experiência adquirida durante a faculdade não foi difícil realizar o curso. Fiz a locação do auditório da FESPSP, consegui uma parceria com a instituição para a emissão dos certificados (a Prof.ª Dr.ª Valéria Valls foi fundamental no fechamento dessa parceria) e deu tudo certo, realizamos o curso no dia 19 de novembro de 2011, com 68 participantes.
Depois que me formei, senti uma enorme dificuldade em continuar fazendo cursos, pois os valores praticados pela maior parte das empresas e instituições não eram acessíveis para mim. Muitos profissionais conseguem fazer esses cursos porque o pagamento acaba sendo feito pelas empresas onde trabalham. Entretanto, essa não é a minha realidade. Tenho total apoio da instituição onde trabalho para participar desses eventos, entretanto, esse apoio não é financeiro. Dessa forma, não conseguia participar de alguns cursos e eventos importantes.
Diante desse cenário, as experiências adquiridas nesses trabalhos e os entraves financeiros que me impediam de participar de muitos eventos me motivaram a realizar a atividade de promoção de eventos na área da Ciência da Informação de maneira estruturada e periódica. Assim iniciou a minha “carreira” de “promotora de eventos”: comecei a articular e oferecer cursos na área para o desenvolvimento e atualização profissional. Convidei palestrantes reconhecidos academicamente ou pelo mercado de trabalho e com um importante diferencial: os cursos têm valores financeiramente mais acessíveis que os demais ofertados pelas empresas do setor. Na minha visão, essa foi a forma que encontrei para realizar uma atividade que gosto muito e que me proporciona novos contatos e conhecimentos. Confesso que nunca havia pensado em me tornar uma empreendedora, por isso fiquei surpresa com seu convite para esta entrevista. 
O intuito do meu trabalho é poder proporcionar acesso, intercâmbio de informações, reflexão e formação de opiniões sobre assuntos pertinentes à nossa área profissional, promover um ambiente profícuo para a troca de conhecimento/experiências entre os profissionais da informação.
Não dedico 100% do meu tempo a essa atividade. Trabalho em uma Associação, sou responsável pelo Centro de Documentação (CEDOC) e exerço a atividade de promotora de eventos de forma paralela, em minhas horas vagas. Essa é a razão pela qual realizo os cursos apenas aos sábados, é o dia que tenho livre. Recebo muitos pedidos para que alguns cursos sejam realizados durante os dias da semana e também muitos pedidos para que eu leve os cursos a outras cidades e estados (já recebi pedidos de Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Maceió, Brasília, Goiânia, Vitória, etc.), mas, infelizmente, isso não é possível, pois não me dedico e não pretendo me dedicar de forma integral a essa atividade. Adoro o meu trabalho de bibliotecária, vejo essas atividades como experiências diferentes que me completam como profissional. Minha atuação como bibliotecária em uma instituição, seja em um Centro de Documentação, em uma Biblioteca, em um Centro de Informação ou de Memória, proporciona um fazer diferente do que realizo como promotora de eventos. Muitas vezes o conhecimento adquirido em certa atividade ajuda na outra, mas, ainda sim, são diferentes e eu não gostaria de abrir mão da vivência e atuação como bibliotecária para atuar integralmente como promotora de eventos. Pode ser que um dia eu mude de ideia, afinal, nos transformamos com o decorrer da vida, mas, atualmente, é assim que penso. 

MC: Quais dificuldades você enfrentou ? A sua network da faculdade lhe ajudou?

A maior dificuldade foi encontrar um local para a realização dos cursos que oferecesse a infraestrutura necessária juntamente com um valor acessível. Temos muitas salas e auditórios para locação na cidade de São Paulo. No entanto, não é fácil encontrar um local adequado às suas necessidades e que se encaixe ao mesmo tempo em seu orçamento.
A network criada durante a faculdade, e também durante todos os eventos (cursos, palestras, congressos) que frequentei, foi imprescindível para que meu trabalho pudesse acontecer. É da minha network que seleciono os palestrantes para os cursos que organizo, ou é dela que consigo boas indicações de palestrantes, foi por meio dela que encontrei o local onde realizo os cursos atualmente (foi uma indicação da Prof.ª Dr.ª Valéria Valls, que já conhecia e havia feito cursos nesse auditório), é também por meio da minha network que realizo a divulgação dos eventos e eles me ajudam muito reproduzindo a divulgação a outros contatos. Enfim, ela é fundamental em minha vida profissional.

MC: Você fez algum planejamento, curso no Sebrae, etc?

Sim. Assim que decidi criar uma “agenda” e passar a oferecer cursos com periodicidade, realizei um planejamento, fundamental para que as ações fossem coordenadas e pudessem chegar ao resultado desejado. Na época, estava cursando a disciplina “Planejamento Estratégico”, no curso de pós-graduação da FESPSP, e foi extremamente útil em todo esse processo. Também pesquisei e li muitos textos sobre empreendedorismo, fiz um teste sobre perfil empreendedor pelo site do Sebrae e iniciei o curso online (e gratuito) Aprender a Empreender. Atualmente, estou utilizando o serviço de consultoria do Sebrae para receber orientações e esclarecer as dúvidas sobre como me tornar uma microempreendedora, de acordo com as exigências do governo para essa nova modalidade. Estou realizando essa consultoria e preparando a documentação necessária para que, em breve, eu possa formalizar a atividade e gerar notas fiscais, pois muitas pessoas que fazem meus cursos as solicitam. O Sebrae é uma ótima fonte de informações e de formação para quem tiver interesse nessa área de empreendedorismo. Também recebo dicas e orientações importantes do Akira Takiy, que é empresário e possui muito mais experiência como empreendedor. Essas trocas com profissionais mais experientes são bem importantes.

MC: Como foi seu planejamento financeiro?

Durante as organizações dos eventos acadêmicos, tivemos que administrar dinheiro público, verba recebida do departamento da Universidade destinada ao financiamento de parte do evento, e tivemos que captar dinheiro com empresas privadas, em forma de apoio/patrocínio, para que todas as atividades planejadas pudessem ser executadas. Dessa forma, aprendi muito sobre planejamento financeiro, como é feito, o que devemos considerar, como fazer os levantamentos, administrar o fluxo de entradas e saídas, e, o mais importante (na minha opinião), fazer tudo isso sempre gerando relatórios e documentando os processos de forma a deixá-lo claro e objetivo. Como tínhamos que prestar contas de cada centavo gasto ao departamento financeiro da Universidade, tanto da verba pública quanto da verba privada que arrecadamos, todo esse trabalho proporcionou novos conhecimentos que me ajudaram no momento de montar o planejamento financeiro da minha carreira como Promotora de eventos.

MC: Quais dicas você daria para quem se dispõe a ser empreendedor(a) em biblioteconomia e ciência da informação? (quais competências o candidato deve ter, habilidades, conhecimento, tecnologias envolvidas, etc)

Acho que gostar da atividade que se pretende exercer é fundamental para que o seu trabalho seja bacana tanto para você, quanto para seu público-alvo. É importante que a pessoa tenha plena consciência do que a motiva, do que ela pretende realizar e alcançar com seu trabalho. Uma boa network ajuda muito.  Acompanhar as mudanças, conhecer e utilizar novas ferramentas e estar sempre atualizado, principalmente sobre o seu meio, é necessário. No caso do empreendedorismo, é essencial que a pessoa possua ou desenvolva um perfil gerenciador, pois é preciso ter a visão do todo do negócio para saber administrá-lo, mas sem deixar de conhecer o operacional. Algo que me ajudou e ajuda muito tanto na atividade como promotora de eventos, quanto como bibliotecária, assim como em minha vida pessoal, é ser pró-ativa e fazer o que for preciso sem se ater a rótulos ou status e sim focando no conhecimento que se pode adquirir em cada atividade. A melhor maneira de aprender e de gerenciar é conhecendo cada processo. Como posso avaliar um produto final se não sei qual é sua funcionalidade? Como posso saber se estou atingindo meu objetivo se não sei quais são as etapas que preciso passar para que ele se realize? Ou seja, precisamos saber todos os processos que compõem uma atividade e não apenas em teoria, o mais indicado é saber detalhadamente como cada passo deve ser feito, só assim podemos ter plena consciência do resultado que devemos alcançar. Quando estudante, e ainda agora, como bibliotecária e promotora de eventos, faço tudo o que for preciso, desde coisas simples como preparar material (pastas, canetas, etc.), carregar caixas, preparar os alimentos e mesa do coffee break, arrumar banheiros, gerenciar inscrições, até a administração das finanças, levantamentos e estatísticas sobre o grau de satisfação dos participantes dos cursos e conversas com palestrantes e fornecedores. O que percebo, às vezes, principalmente nas gerações mais novas, é uma vontade de “gerenciar” sem passar pelo operacional antes. Penso que o profissional mais completo, e que consequentemente trabalha melhor, é aquele que passa por todas as fases: trabalha no operacional e, por apresentar um perfil gerencial, naturalmente atinge esse patamar de gestão, pois em cada um desses estágios adquirimos conhecimentos diferentes que, unidos, nos levarão a uma fase superior, de maior entendimento sobre os processos como um todo. Fazer uma consultoria ou um curso sobre empreendedorismo também ajuda muito e o Sebrae presta auxílio de excelente qualidade gratuitamente.

Saiba mais sobre os cursos que a Paloma Altran promove aqui


O aluno-consultor



Consultor em formação


Para quem planeja ser um bibliotecário-empreendedor como a Paloma, pode trocar muitas figurinhas também na sala de aula: Lilian Diego Moraes, aluna do 7º semestre matutino, está iniciando sua carreira de consultora em arquivos. Lilian conversou com a Monitoria sobre como está operacionalizando sua consultoria e sua trajetória:

Lilian Moraes
“Biblio é a minha segunda faculdade. A primeira foi Letras, fiz na USP. Dei aulas na rede pública, mas a minha intenção era seguir carreira acadêmica, em Literatura Africana de Língua Portuguesa, então fiz uma extensão universitária na área para me preparar pro mestrado. Daí, engravidei do Martim e resolvi esperar. Na época minha mãe estava fazendo Biblio na FESP e me incetivou a fazer também. Como eu gosto muito de estudar e morava perto da facul, fui e... gostei. Na verdade, me apaixonei! No terceiro dia de aula já estava no Instituto Cervantes, estagiando. Depois fui pra Faculdade Trevisan. Mas o lugar em que mais tempo fiquei foi no MASP. Foi uma experiência incrível porque além de me exercitar bastante na catalogação, pude também trabalhar com conservação de livros e catálogos de arte. Talvez ficasse por lá muito mais tempo, se o Rafael não tivesse nascido. Hoje, além de concluir  meu último ano na facul, estou trabalhando com consultoria com a minha mãe, que já é formada. Começamos com acervos pessoais, de familiares e amigos, porque consultoria é um trabalho delicado, que precisa dedicar-se com atenção e estudo para que o resultado favoreça o consultor. Mas meu foco ainda é a área acadêmica, só que na área de biblio com estudo de usuário, em biblioteca escolar.”

As dicas da Lilian para consultoria: 

“Para quem pensa em ser consultor, o melhor momento de começar a se atrever é no final do curso, quando se tem uma visão geral de Biblioteconomia e alguma noção de arquivo, com isso dá pra se
exercitar organizando documentos ou a própria biblioteca de familiares e amigos. É o que eu estou fazendo agora, depois de ter passado por três experiências diferentes como estagiária e auxiliar de Biblioteca, pedi para a minha sogra me deixar organizar alguns documentos do meu sogro Edison Braga, que é falecido, mas em vida foi um dramaturgo importante de telenovelas. A tarefa tem sido um desafio porque há roteiros que estão em papel, à caneta ou à lápis, e outros no HD e em disquetes. Então, no momento, estou trabalhando com o suporte de papel, higienizando, digitalizando e digitando os textos para depois organizá-los por emissora e data de criação, acondicionando-os em
envelopes de paspatour dentro de pasta L sem ferragens. O trabalho é longo e sei que a qualquer momento precisarei recorrer aos nossos professores ou outros profissionais para trocar ideias e encontrar soluções. Mas estou confiante. E apesar desse trabalho não render nenhuma remuneração no momento, posso, depois de pronto, expô-lo na WEB, como um projeto piloto, porque a minha intenção é prestar consultoria na organização de documentos de artistas pouco reconhecidos pela mídia, mas importantes para a memória cultural do nosso país.”


 



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