Regina Celi de Sousa |
Comemorando o mês
do Bibliotecário, apresentamos perfis do
profissional de informação que são muito exigidos pelo mercado. Nesta edição,
Regina Celi de Sousa e Teresa Cristina Pereira Silvino compõem o perfil
Bibliotecário-jurídico. As profissionais trabalham no escritório Machado Meyer Advogados
e gentilmente concederam a entrevista abaixo para Suellen Magno, aluna do 3º
semestre noturno:
Regina Celi de Sousa
Formação e ano de
conclusão do curso:Bacharel em
Biblioteconomia pela PUC Campinas, em 1978
Bacharel em Direito,
pela Universidade Paulista, em 2006
Curso complementares:Curso de Especialização
em Metodologia do Ensino Superior, na PUC Campinas; MBA em Gestão, no
Instituto Trevisan.
Teresa Cristina Pereira Silvino
Formação e ano de conclusão do curso: FESPSP 1996
MC: Como
foi a sua trajetória até chegar à Machado Meyer?
REGINA: A primeira experiência
profissional como bibliotecária foi no Arquivo Edgar Leuenroth, da Universidade
Estadual de Campinas - Unicamp, pelo período de três anos.
A atuação em
biblioteca especializada jurídica iniciou-se posteriormente, no Centro
Universitário UNIFIEO, na cidade de Osasco. Nesta instituição
permaneci por dois anos e fui responsável pelo setor de periódicos e serviços
de referência.
A partir desta vivência
profissional recebi o convite para trabalhar no escritório jurídico Machado
Meyer Advogados. Durante os 11 anos de
atuação neste escritório participei do projeto de automação da biblioteca e do
desenvolvimento de produtos e serviços aos clientes, tais como: clipping diário
de jornais, indexação de periódicos, serviço de disseminação seletiva da informação
- DSI, entre outros.
Após este período fui
convidada para assumir o cargo de gerente de informações na Trevisan Auditores
e Consultores e após 2 anos na Gerência de Informações recebi o convite para
assumir a diretoria do Instituto Trevisan, cargo este que exerci por 4 anos.
Em busca de
desenvolvimento profissional aceitei o desafio de atuar como Diretora da
InfoGlobal S/C Ltda, empresa prestadora de serviços, assessoria e consultoria
em informação e gestão de conhecimento, por 2 anos.
Em 2002 aceitei o
convite de retornar ao Machado Meyer Advogados e assumi a Gerência de
Conhecimento e Informações com a incumbência de gerenciar a Biblioteca,
Arquivo, Pareceres e Gerenciamento Eletrônico de Documentos – GED, em todas as
unidades do escritório.
TERESA: Antes de ser contratada com Bibliotecária no escritório de advocacia, trabalhei com Auxiliar de Biblioteca na São Paulo Alpargatas enquanto era estudante de Biblioteconomia.
TERESA: Antes de ser contratada com Bibliotecária no escritório de advocacia, trabalhei com Auxiliar de Biblioteca na São Paulo Alpargatas enquanto era estudante de Biblioteconomia.
MC: Como
é o cliente final do seu serviço de Informação? Quais suas principais
necessidades?
REGINA: Os nossos clientes
finais são os advogados e estagiários de direito. Este público necessita de
informações atualizadas, precisa, na hora certa e fidedigna para que exerçam
suas atividades com eficácia e competência.
TERESA: O cliente final é o advogado, ele precisa estar sempre
atualizado no que diz respeito à legislação, doutrina, jurisprudência etc . Essa informação deve ser rápida e
segura.
MC: Como
é a rotina do seu trabalho?
REGINA: Não há rotina. Ao
contrário, cada dia é um desafio novo. Os produtos e serviços são
constantemente avaliados e se necessário, reformulados ou aperfeiçoados. As
demandas dos clientes também são variadas. Assim, requer dos bibliotecários
e equipe uma continua atenção e permanente preocupação com a atualização
profissional.
TERESA: A minha rotina é coordenar a equipe, desenvolver e implementar projetos visando um resultado final satisfatório. Além das tarefas diárias como catalogar, indexar, etc.
TERESA: A minha rotina é coordenar a equipe, desenvolver e implementar projetos visando um resultado final satisfatório. Além das tarefas diárias como catalogar, indexar, etc.
MC: Você
se lembra de algum episódio em que seu trabalho fez toda a diferença?
REGINA: Enquanto bibliotecário
costumo dizer que o nosso trabalho faz a diferença quando o cliente volta
satisfeito e a sua necessidade informacional é atendida.
TERESA: Quando eu era Auxiliar, não havia um gestor direto, pois a
Bibliotecária estava afastada por motivo de saúde e eu acabei sendo a
responsável por um bom tempo e um dia um novo sócio foi visitar a biblioteca e
pediu que eu descartasse os Boletins IOB, mas como era um material muito
utilizado por todos, não obedeci e alguns meses depois essa pessoa foi
desligada da empresa por cometer uma
série de erros. O Bibliotecário precisa ter bom senso e saber discernir o
certo do errado.
MC: Quais
as perspectivas para o profissional da área jurídica nos próximos cinco anos? O
acervo será inteiramente eletrônico, por exemplo?
REGINA: O campo de atuação do
bibliotecário jurídico é amplo. As oportunidades permitem que ele atue
nos serviços de informação de tribunais, nas procuradorias (âmbito municipal,
estadual, federal), ministérios, secretarias Municipais e de Estado, Assembléias
Legislativas, Câmaras Municipais, escritórios jurídicos, departamentos
jurídicos de empresas, etc.
Quanto ao acervo
bibliográfico, este será ou é híbrido. Lidamos com a organização e o desenvolvimento
de coleções impressas e eletrônicas, bem como com conteúdos digitais. Há as
bases de dados e o gerenciamento de assinatura de revistas eletrônicas. Novas
formas de desenvolver a infraestrutura tecnológica da biblioteca sugerem o
recurso da computação em nuvem para quais partes das informações das
bibliotecas também estarão sendo transferida para aliviar os custos de TI.
TERESA: A área jurídica não para de crescer. É uma área muito
dinâmica e o Bibliotecário precisa estar atento às necessidades de seu cliente
e as informações devem estar sempre
atualizadas e completas. É preciso
inovar, criar produtos e serviços que atendam as necessidades desses
profissionais, pois com a facilidade da internet o trabalho
oferecido deve ser diferenciado e eficaz.
Na minha opinião poucos serão os acervos totalmente eletrônicos, de
qualquer forma, sempre será necessário ter um profissional Bibliotecário para
tratar o acervo, pois de que adianta ter tudo digitalizado se nada é localizado.
MC: Como
foi sua participação no movimento associativo?
REGINA: Participo desde 1980 do
movimento associativo, criei o Grupo de Valorização Profissional na Associação
Campineira de Bibliotecários. Após
participei das seguintes entidades:
Coordenadora do Grupo de
Informação e Documentação Jurídica do Estado de São Paulo, da Associação
Paulista de Bibliotecários
Presidente da Comissão
Brasileira de Informação e Documentação Jurídica;
Diretora do Sindicato
dos Bibliotecários do Estado de São Paulo;
Presidente da Associação
Paulista de Bibliotecários;
Presidente do CRB-8/SP
em três gestões;
Vice-presidente do
Conselho Federal de Biblioteconomia (15ª Gestão);
Atual presidente do
Conselho Federal de Biblioteconomia
Organizadora de diversos
eventos e palestras na área de biblioteconomia.
MC: Qual
mensagem você gostaria de deixar para quem está prestes a se formar?
REGINA: Ser bibliotecário é
maravilhoso. Uma profissão que exercida com paixão e dedicação nos permite uma
realização pessoal rica. È importante assumir com orgulho e promovê-la sempre.
Ter em conseqüência um respeito para com a profissão e, neste sentido, é
fundamental que o bibliotecário participe de eventos da área, participe também
das entidades de classe, preocupe-se com sua atualização permanente. Ter uma
atitude proativa. Isto certamente irá se refletir na capacidade do profissional
em oferecer produtos e serviços com qualidade. Participe ou realize trabalho
voluntário, isto ajuda a fortalecer o próprio espírito humano.
TERESA: O futuro profissional deve gostar do que faz e da área que trabalha para poder desenvolver um excelente trabalho e atender seu cliente final da melhor maneira possível.
O olhar do estagiário: O universo biblioteconômico nos escritórios
jurídicos
Quem
ainda relaciona a imagem do bibliotecário apenas às bibliotecas está
desinformado! Atualmente diversos outros setores necessitam dos conhecimentos
desse profissional para o tratamento, organização e gestão da informação de
maneira inovadora e qualificada. Entre as instituições que mais solicitam o
trabalho do bibliotecário estão os escritórios jurídicos.
O
perfil dos usuários que frequentam o serviço de informação dos escritórios é
extremamente especializado. Em sua maioria são advogados, juízes, promotores, e
entidades que lidam com a informação jurídica.
Como é
o trabalho do bibliotecário em um escritório jurídico? Rafael Reche, aluno do
5º semestre matutino da FaBCI, relata as atividades que desenvolve no
escritório em que, atualmente, trabalha como estagiário.
"Trabalho
na biblioteca de um escritório jurídico e desenvolvo as atividades
“tradicionais” da biblioteconomia, tais como: indexação, catalogação e pesquisa
aos usuários. Além disso, auxilio no controle de custos da
biblioteca.
O
acervo é especializado e, portanto, o bibliotecário que atua nesta área deve
buscar uma formação “extra” que possibilite uma compreensão do universo
jurídico, pois, a terminologia, o perfil do usuário e o critério para sabermos
quais as informações devem ser extraídas dos documentos para que possamos
recuperá-los. São conhecimentos que podem ser adquiridos com a prática, mas
exige uma especialização para oferecer um serviço de qualidade. Estou até com
vontade de fazer faculdade de Direito."
Rafael
observa que uma das vantagens em atuar em bibliotecas de escritórios de
advocacia é o aprendizado com os usuários, em sua maioria, especialistas na
área que possuem domínio sobre a legislação e sobre o sistema judiciário como
um todo. Outra vantagem é conseguir desenvolver serviços personalizados para
que a biblioteca atenda de maneira qualificada os profissionais que vão até lá
buscar informações.
Para
saber mais sobre o mundo biblioteconômico nos escritórios de advocacia, acessem
o artigo: http://seer.bce.unb.br/index.php/RICI/article/download/809/2356
E se você tem interesse na área jurídica, a Professora Renate Landshoft, diretora-executiva da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, faz o convite:
Encontro gratuito em SP sobre Gestão do Conhecimento na área Jurídica
A Soc. Bras.
de Gestão do Conhecimento promove pela primeira vez um encontro segmentado
voltado para área jurídica. Muitos outros virão!
Compartilhamento do conhecimento em escritórios de advocacia
Palestra Mattos Filho Advogados, por Solange Simões
Organização e coordenação do debate - SBGC
Sex, 5 de abr, 8:30 AM BRT - 12:30 - R. Bela Cintra, 178 - SP
Caso você tenha interesse em ser convidado, envie seus dados (nome, email, escritório) para diretoria.executiva@sbgc.org.br
Suellen Magno é aluna do 3º semestre noturno
Compartilhamento do conhecimento em escritórios de advocacia
Palestra Mattos Filho Advogados, por Solange Simões
Organização e coordenação do debate - SBGC
Sex, 5 de abr, 8:30 AM BRT - 12:30 - R. Bela Cintra, 178 - SP
Caso você tenha interesse em ser convidado, envie seus dados (nome, email, escritório) para diretoria.executiva@sbgc.org.br
Suellen Magno é aluna do 3º semestre noturno
Caros, sou diretora executiva da SBGC e não presidente. Grata pela divulgação!
ResponderExcluirObrigada, professora, está atualizado. Continue acompanhando o blog da Monitoria.
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