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Sobre as práticas de makerspaces presentes na sessão de pôsteres do WLIC 85th IFLA 2019

Sobre as práticas de makerspaces presentes na sessão de pôsteres do WLIC 85th IFLA 2019
Uma colaboração da bibliotecária Priscila Sena.


Entre os dias 24 e 30 de agosto de 2019 eu, Priscila Sena, tive o prazer e a honra de participar do World Library and Information Congress - 85th IFLA General Conference and Assembly (WLIC 85th IFLA 2019), em Atenas, na Grécia, o maior evento da área de Biblioteconomia.

Prazer por estar entre profissionais da Biblioteconomia e áreas afins de todas as partes do mundo com o objetivo de compartilhar, aprender e conhecer colegas de atuação. Honra, porque além de espectadora, também apresentei dois trabalhos, um poster  intitulado Una tesis llevada a la práctica: innovación y creatividad en la Red de Bibliotecas Escolares y Comunitarias de Florianópolis em parceria com minha orientadora de doutorado, professora Ursula Blattmann e com o meu tutor do doutorado sanduíche, professor José Antonio Moreiro González; e o artigo Prácticas de innovación abierta para impulsar propuestas novedosas em bibliotecas com as professoras Ana Clara Cândido e Ursula Blattmann, e com o professor José Antonio Moreiro González.

Ao apresentar o referido poster, tive a oportunidade de ver e fotografar outras experiências expostas nesse formato. Dessa maneira, compartilho o que vi relacionado as práticas de makerspaces em bibliotecas de todo o mundo, uma vez que o pôster escolhido como melhor foi de uma prática de espaço maker.

Além disso, acredito que o conhecimento das experiências que ocorrem em outros países contribuí para somar esforços, bem como inspirar nossas práticas. Dos pôsteres que fotografei, foi possível identificar sete práticas de makerspaces. Na sequência tento abordar um pouquinho de cada um.


1 Bauhaus Beyond Design: 100 years of creative learning and learning creativity foi o trabalho da biblioteca do Goethe-Institut em Atenas que desenvolveu uma variedade de formatos educacionais para os 100 anos da escola de design Bauhaus, fundada por Walter Gropius em 1919. O poster disseminou as oficinas modularizadas para jovens, um espaço temático da Bauhaus e uma série de workshops sobre maker space no Bauhaus Meets Commons.

Fonte: A autora (2019

2 iSpace is My Space: Building the Most Interesting Library.
Com base nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da IFLA, o pôster apresentou o iSpace que mostra a Poding Memorial Library redesenhada com o objetivo de criar uma biblioteca informativa, compartilhada, em perspectiva, ativa, criativa e exploratória. O tema principal do pôster foi "iSpace é o meu espaço: construindo a biblioteca mais interessante". Foi fornecido um espaço para professores e alunos compartilharem informações e criar ativamente um ambiente de aprendizado para moldar as tendências futuras com inovação e criatividade. Além disso, demonstrou perspectivas variadas sobre design espacial, serviços de leitura e promoções de leitura criativa. Com a leitura criativa os alunos podem expressar sua criatividade como criadores; ou participar das atividades interativas, experimentando tecnologias e jogando jogos de quebra-cabeça no computador. Os resultados indicaram que o iSpace da Poding Memorial Library pode ser um local muito relaxante para os alunos se divertirem aprendendo e estudando.
Fonte: A autora (2019)

3 Public Libraries – E-space for Innovation, tratou-se de um trabalho da ANBPR - Romanian National Association of Public Libraries and Librarians. 
No poster como é possível ver foram apresentadas as práticas para a promoção de inovação: Impressão 3D e realidade virtual para crianças; S.T.E.A.M e sessões de aplicação; noções básicas de codificação e robótica; habilidades de TI para usuários de bibliotecas e; makerspaces e centros de inovação.

Fonte: A autora (2019)

4 Creating Collaborative Spaces for Dialogue Within the NIST Research Library, abordou a conversão de uma "barra de tecnologia emergente" que ofereceu experimentação prática com novas tecnologias para uma que oferece espaços de colaboração e apresenta as "tecnologias cintilantes" do NIST. Esse novo espaço, juntamente com os outros espaços de colaboração da Biblioteca, visa facilitar o diálogo interdisciplinar em todo o campus, reunindo cientistas do NIST de diversas áreas.  Os espaços transformados da biblioteca são um porto de sua grande transição de uma instalação de volumes físicos quase sem livros para uma biblioteca de coleções digitais e espaços de colaboração.

Fonte: A autora (2019)


5 Let’s Get Crafty in Makerspace at the East-Kazakhstan Regional Public Library!
Como a ideia do projeto Makerspace é unida à Biblioteca Pública Regional do Canto Americano da Cazaquistão Oriental um popular movimento maker dos EUA, a fim de apoiar a atividade criativa de crianças e jovens em diferentes áreas do STEAM (Ciência, Tecnologia, Engenharia. Arte e Matemática). Como resultado os jovens recebem uma plataforma especial da Makerspace, onde aprendem novas tecnologias em 3D. Os participantes do projeto usam tecnologias 3D com confiança para resolver problemas diários. A comunidade local aprende a experiência e usa tecnologias 3D para solucionar problemas de competitividade bem-sucedidos e mudar a qualidade de vida. Por meio da criatividade e do sentimento, deseja-se direcionar a juventude para o lado oposto dos movimentos extremistas, crime, uso de drogas e álcool. Incentive os jovens a não "queimar" e "fugir" de suas vidas, mas a desenvolver, crescer, melhorar.

Fonte: A autora (2019)

6 Imagination in library...takes you everywhere, da Johor public library Corporation, Malaysia, expôs um poster sobre os vários tipos de compartilhamento do conhecimento e aprendizagem que podem ser desenvolvidos pela biblioteca. Citando que é possível aprender vendo, ouvindo e criando de forma divertida.

Fonte: A autora (2019)

7 Makerspace as a bridge between Traditional library and Emerging technologies da National Library of Lithuania, o poster premiado como melhor da IFLA em 2019 abordou o makerspace como uma ponte entre a biblioteca tradicional e as tecnologias emergentes. Assim descreveu tanto as vantagens da implantação desse espaço para a biblioteca nacional, bem como para os seus frequentadores. Além disso, indicou o porquê que o makerspace em bibliotecas públicas pode representar uma transformação positiva. O makerspace da biblioteca nacional oferece um espaço para a realização de suas ideias e uma caixa para armazenar as criações resultantes.
Na Biblioteca Nacional se encontra mais de duas dúzias de estações de trabalho individuais bem equipadas, impressora 3D, cortador de vinil e termo filme, impressora térmica, mini-impressora de sublimação, kits de robótica e eletrônica, microcomputadores de programação, computadores com o software necessário e vários materiais para realize suas ideias.
Fonte: A autora (2019)

Nota-se nas práticas relatadas que os makerspace estão sendo utilizados de maneira efetiva e eficiente para envolver a comunidade e para promover o sentimento de pertencimento. Ademais, verifica-se que as sete práticas se encontram distribuídas em bibliotecas especializadas, públicas e nacionais. Infelizmente não encontrei nenhum exemplo de prática brasileiro.
O que pode ser justificado pelo alto investimento que é necessário realizar para participar do congresso. Além disso, a justificativa pode estar também no fato de muitas vezes os profissionais atuantes em bibliotecas desenvolverem ótimos trabalhos, mas não visualizarem a importância da disseminação de suas experiências.

Sobre os altos custos, considero pertinente compartilhar que para participar dos congressos da IFLA existem algumas bolsas de incentivo ofertadas por organizações apoiadoras. Por isso, aconselho aos colegas interessados a estarem atentos às informações divulgadas no site do congresso, no caso do próximo que irá ocorrer em Dublin, na Irlanda.

E aos colegas que não conseguirem ou não desejarem ir a um evento internacional, aconselho a participação em eventos nacionais e locais, pois em minha visão, acredito que o compartilhar fortalece o todo, no caso nossa área, e por consequência nos fortalece como profissionais da Biblioteconomia em nossas individualidades também.  Uma experiência que parece pequena pode ser tornar grandiosa quando disseminada e somada a outras experiências. Eu compartilhei a minha experiência, compartilhe a sua também!







Por Priscila Sena
Bibliotecária, bibliófila, apaixonada pela leitura, e por toda construção e desconstrução que o acesso e uso da informação e do conhecimento provocam nos seres humanos. Encantada pela docência e pela pesquisa. Engajada em movimentos associativos para o fortalecimento dos profissionais da informação. Mestre e Doutoranda em Ciência da Informação.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0155235005204514
LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/prisena/
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5612-4315


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