Olá
biblioamigos!
Vamos
bater mais um papo sobre BiblioPedagogia?! Hoje gostaria de trazer um assunto
muito debatido nos últimos meses, o BNCC (Base Nacional Comum Curricular), e
como a biblioteca escolar entra (ou poderia entrar) nesse projeto, que visa
estabelecer as aprendizagens essenciais para alunos da Educação Infantil e
Ensino Fundamental.
Fonte: Freepik |
Na
página 18 do documento (lembrando que estamos, nesse momento, na terceira
revisão) temos as 10 Competências gerais, que permeiam todo o projeto.
Ao
olharmos para elas podemos observar um caráter multidisciplinar, e uma alta valorização
do conhecimento, quer dizer, consumir informações e transformá-las em
conhecimento. Em outros momentos do texto fala-se muito na autonomia do aluno,
no aprender a aprender, porque aprender, entre outros pontos, sempre
relacionados à capacidade crítica do aluno.
Sinceramente
nem sei como pensar ou fazer isso apenas na sala de aula. Penso na educação
como algo do mundo, DE e PARA a sociedade. Vejo que o BNCC busca sim um
objetivo legal, amplo, que atenda a uma sociedade diferente e dinâmica, mas fico
com muitas dúvidas sobre a sua implementação. Não enxergo mais uma educação
dentro da sala de aula. A enxergo tomando posse do mundo. E vice-versa.
Mas
indo diretamente à discussão proposta aqui, não vejo uma educação sem uma
proposta firme e coerente de Leitura. Observem que nem coloco como Biblioteca,
mas Leitura mesmo. Antes de cobrar bibliotecas, precisamos mesmo é começar a
cobrar a Leitura, com L maiúsculo mesmo. Daí para termos bibliotecas espalhadas
por todos os cantos, e emprego digno para nós, é um pulo.
Quando
fiz meu TCC em 2015, com o tema "Competência informacional na biblioteca
escolar", pesquisei sobre o histórico da Competência informacional, que
nasceu nos Estados Unidos. O grande boom
se deu em 1983, quando foi lançado um relatório sobre a educação no país. Porém
este relatório ignorou completamente o papel educacional das Bibliotecas,
gerando uma grande reação dos bibliotecários. Enxergo muito isso no BNCC. Até
temos algumas citações sobre biblioteca, mas "apenas" como o lugar
para pegar os livros para leitura (livros de literatura) e é citada apenas na
área de língua portuguesa. A diferença é que por aqui não vemos nenhuma reação
por parte da classe bibliotecária.
Tenho
certeza que temos muitas ações legais em bibliotecas escolares pelo Brasil.
Tenho certeza também que muitos e muitos bibliotecários contribuíram para o
BNCC, em sua fase de pesquisa. Porém nada disso é o suficiente. Faz-se clara a
necessidade de rompermos cada vez mais com as nossas barreiras, físicas e
emocionais, em nossa profissão. Vivemos um momento delicado, mas que talvez se
torne frutífero. Cada um fazendo um pouquinho, a sua parte, podemos chegar a um
denominador comum, que tenho certeza todos concordam: educação básica de
qualidade e emprego digno para todos!
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