E vamos pra mais uma matéria
da nossa coluna: Onde Estão os Bibliotecários? (Mês Maio). Dessa vez a
entrevistada é a Bibliotecária Mariana Ferreira Eloi Onofre, 25 anos.
Formada em 2014 pela FESPSP, além de ter estudado como aluna especial da
USP na disciplina de Infoeducação com os professores Edemir Perotti
e Ivete Pieruccini. A bibliotecária também realizou o Curso de
Extensão da FESPSP sobre Paulo Freire e atualmente está cursando Pedagogia.
“Gosto muito da área de Educação e todos os cursos contribuíram
muito na minha formação”. (Mariana Ferreira)
Bibliotecária: Mariana Ferreira Eloi Onofre |
Mariana
menciona que na FESPSP pôde crescer muito, não só profissionalmente, afinal, a
fundação foi responsável por prepará-la para olhar o mundo de maneira diferente
e lhe tornou crítica e humana ao mesmo tempo.
“Ela despertou o sentimento de mudança, lembro que na colação de
grau, o Aldo disse em seu discurso que os alunos da FESPSP precisam ser agentes
de mudança. Esse é o legado da FESPSP, preparar pessoas para pensar diferente e
fazer a diferença”. (Mariana Ferreira)
Falando de mercado de
trabalho ela atualmente é bibliotecária em uma biblioteca escolar – local este
que ela menciona ser muito feliz profissionalmente.
“É um trabalho desafiador, pois atendemos mais de 1200 alunos,
fora professores e funcionários. Meus pequenos, como tenho costume de dizer,
são leitores assíduos. Emprestamos em média 950 livros por mês. Temos ações
culturais mensais, em que promovemos cultura e troca de experiências. Já
realizamos oficinas de mandalas, Tsurus, palestras, encontro com o autor. Esse
é o encanto da nossa biblioteca, proporcionar aos alunos não só acesso à
internet e empréstimo de livros, mas também atividades que contribuam com o
desenvolvimento de habilidade diversas para que os alunos possam se tornar
cidadãos de bem. Desta forma vamos exemplificando o slogan da escola que é: “Aqui se estuda. Formam-se mente e
coração”.
(Mariana Ferreira)
Mariana começou a trabalhar como operadora de telemarketing e o
atendimento e a convivência com o outro é o que lhe possibilita até os dias
atuais adquirir conhecimentos. Quando entrou na área da Biblioteconomia,
iniciou sua carreira profissional na Alexandria local este que pôde
aprender bastante sobre catalogação, preparo físico, além disso, pode conhecer
diversos profissionais de outras faculdades e bibliotecas públicas de São
Paulo.
Em seguida,
atuou em escritórios jurídicos que segundo ela foram fundamentais para “saber
dar o valor da informação”. Atuou também pelo SENAI, pela APEOESP,
por uma empresa de tecnologia em que trabalhava com Pesquisa de Mercado, onde
aprendeu a olhar a profissão de maneira mais ampla. E ainda, atuou em
Universidades - “... quase fiquei louca com essas avaliações do MEC”.
No entanto, Mariana menciona que seu coração bate forte mesmo pelas
Bibliotecas Escolares e está mais que satisfeita em seu local de trabalho.
“Estou sim satisfeita com meu trabalho, além de ter um universo
de coisas que ainda precisa ser feita (por exemplo, automação do acervo). Ajudo
na formação de vários pequenos, incentivando a leitura, ouvindo suas histórias,
sugerindo livros, realizando ações culturais. Assim como em toda biblioteca,
todo dia há um novo desafio e tenho consciência que muitos ainda estão por vir
e com certeza me darão mais experiência”. (Mariana Ferreira)
Falando
em linhas gerais, a profissão biblioteconômica para ela é uma profissão que
oferece diversas possibilidades, mas acima de qualquer coisa é uma ótima
ferramenta para exercer a cidadania. A escolha pelo curso se deve ao fato de
sempre ter tido amor pelos livros.
Além
de seu trabalho atual, Mariana atuou dois anos na parte de comunicação do
condomínio onde reside (publicando informativos, criando site e disseminando
informações relevantes), além disso, tem uma pequena biblioteca em sua casa que
coloca à disposição dos vizinhos.
“... a princípio seria comunitária, porém com as mudanças da
minha rotina, a transformarei em biblioteca livre. Uma vez por mês, formamos um
grupo de pessoas e preparamos sopas para 35 moradores do centro de Itaquaquecetuba
(cidade em que moro). Fazemos distribuição de roupas, cobertores e sempre levo
livros também. A aceitação é enorme e é lindo o cuidado que eles têm com o
livro e a preocupação em devolver no mês seguinte... No mais, sou uma mulher
normal, casada, que cuida da casa e que escreve cartas como hobby (amo cartas)
e sempre que posso vou em sarau, pois é incrível a energia que acontece neles”.
(Mariana Ferreira)
Mariana acredita que a Biblioteconomia é uma área enorme, devido ao fato
de sua matéria-prima ser a informação, mas que ainda falta um olhar social da
Biblioteconomia e menos técnico.
“O que os novos integrantes da profissão precisam é saber olhar
esse campo da Informação e inovar para que atuem com sabedoria e dedicação.
Isso independe se será numa biblioteca tradicional ou no mais atualizado campo
da tecnologia. É saber aproveitar as oportunidades”. (Mariana Ferreira)
Para os novos integrantes da área ela deixa a seguinte
informação:
“Galera, temos muito trabalho para realizar. Mãos a obra. Em
toda a dificuldade existe uma nova oportunidade, basta observar”. (Mariana
Ferreira)
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