A Série: Era uma
vez..., é um espaço em que a comunidade FaBCI pode compartilhar com todos
suas produções, ou seja, se você tem contos ou poemas autorais, venha
publicá-los aqui. Para participar basta enviar seu conto/poema para o email da
MC: monitorcientificofabci@gmail.com
Essa é mais uma iniciativa baseada na sugestão do nosso
querido mestre Profº Ivan, porque
não queremos e não podemos realmente viver sem poesia!
Assim como diz o célebre poeta e escritor Carlos
Drummond de Andrade que a poesia possa inundar nossa vida inteira:
E na primeira matéria, temos um conto escrito pelo aluno Gabriel Justino de Souza do 5º Semestre/Noturno. Aproveitem e se inspirem!
CAMINHOS
Muitos passos
caminham em direção aos seus destinos, muitos em silêncio, andando distraídos,
entretidos com as conversas nos seus celulares ou nos seus jogos
recém-baixados. Muitos estão com a sua turma conversando e eu aqui, caminhando
para meu destino em meio a essa multidão de variadas pessoas de todas as idades
e pensamentos diversos. Talvez quando você me vê caminhando, nem perceba as
cicatrizes que a vida me deixou, você me vê bem vestido porque não sabe os
trapos em que andava, você me sente perfumado porque não se lembra quando se
desviava nos caminhos dessa cidade.
Não importa para onde
vou e nem mesmo onde cheguei, o que importa mesmo é como foi que cheguei lá.
Talvez você já deva ter chegado a conclusão de quem era, e isso é bom, porque
não precisarei explicar muito mais do que já descrevi para vocês.
As noites são tão
duras quanto o gelo do Ártico que dizem que é eterno, assim são algumas noites
gélidas (tanto do calor humano, quanto de algo que poderia nos aquecer), talvez
você não se importe, quando tudo que precisava era de um jornal para me aquecer
ou até mesmo um cobertor, mas a melhor parte era encontrar a humanidade perdida
em meus amigos companheiros de rua – uma família surge onde menos esperamos. Quando
a noite acabava, podíamos contemplar o alvorecer tingindo o céu e anunciando que
o sol iria começar a brilhar e nos aquecer.
A mudança ou parte
dela começa quando começo a caminhar pelas ruas e observo um prédio bonito, e
vejo que era uma biblioteca: “Estranho uma biblioteca tão bonita assim, faz
tanto tempo que não leio alguma coisa”. Quando entrei tinha algumas pessoas, e como
queria buscar algo e não sabia o quê, fui até as estantes procurar algo que
pudesse me dar algum conhecimento. Encontrei um livro chamado “A Resposta” de
Kathryn Stockett, que narrava a história de empregadas domésticas negras da
década de 60 que, com a ajuda de uma jornalista branca, escreveram um livro
narrando as humilhações sofridas por elas na casa de suas patroas em plena
época de reivindicação dos direitos civis. Gostei e me sentei para ler; depois de
algum tempo, uma moça veio me perguntar:
— O senhor está
gostando da leitura?
— Estou sim.
— Caso precise de
alguma coisa ou queira levar este livro emprestado, é só falar comigo.
Que estranho, por que
ela estava falando comigo, pegar emprestado um livro? Por que eu faria isso?
Bibliotecária estranha, porque ela não me tratou como as outras pessoas? Com a
indiferença que ela deveria me tratar e até mesmo me expulsar, já que poderia
incomodar as outras pessoas que estavam naquele ambiente. São perguntas que me
fazia, mas hoje posso entender um pouco a postura dela, pois ela me indicou
outras leituras com o passar do tempo e sempre me ajudava quando podia, e assim
fui adquirindo mais e mais informações úteis que me ajudaram de alguma maneira,
e a estar caminhado agora bem vestido rumo ao trabalho, completamente
diferente. Talvez você fique curioso para saber como uma bibliotecária pôde me
ajudar a sair da minha condição, algum dia conto esta parte da história, mas
por hora fica o que ela sempre me dizia: “Leia sempre que puder, o que você
puder, adquira conhecimento, pois na rua podem te tirar tudo, seus cobertores,
seus pertences, mas jamais poderão tirar o seu conhecimento, isso meu amigo,
permanecerá com você para sempre”.
Olá Gabriel. Adorei seu conto. Para quem te conheceu um pouquinho, fica confirmado através dele, o valor que dá para suas escolhas e o amor com que se dedica a elas. E como citado também "o conhecimento" é o melhor caminho para nossa evolução. Um grande abraço Marina
ResponderExcluirOlá Gabriel. Adorei seu conto. Para quem te conheceu um pouquinho, fica confirmado através dele, o valor que dá para suas escolhas e o amor com que se dedica a elas. E como citado também "o conhecimento" é o melhor caminho para nossa evolução. Um grande abraço Marina
ResponderExcluirUau, Gabriel, amei o seu conto. É importante lembrarmos o quanto precisamos de amor fraternal, tal qual ensinado por Jesus, mas bem esquecido na correria do dia a dia. Que você possa "tocar" as pessoas, não só com este lindo conto, mas toda vez que procurarem você como profissional. Não deixa a "Síndrome de Poliana" nunca, pois ela deixa o mundo muito mais colorido. Parabéns!
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