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Coluna: Filme da semana. Por Ana Beatriz Cristaldo e Renato Reis.


Eu quero avisar a vocês que o quinto semestre é muito difícil.
É o mais horrível de todos os semestres e uma experiência que eu não quero nunca mais passar na minha vida. Você tem que pesquisar bibliografia de TCC, escrever TCC, fazer cronograma de TCC, seguir esse cronograma e ainda inventam de passar trabalho integrado no começo de maio e duas provas em uma disciplina. Enfim. Né. Por que comecei com essa palhaçada de faculdade?

Então, lá estava eu pensando que vou continuar dormindo duas a três horas por noite - por que sim faculdade, eu trabalho e tenho outras coisas para fazer além de aguentar essa barra que é você –e soltei minha frustração em voz alta: “mesmo se nada der certo, pelo menos a ABNT acho que tá certa”.

E tem um filme com esse título!
Tirando a parte da ABNT.
Com vocês: Mesmo se nada der certo.


Eu sou o Mark Ruffalo questionando as escolhas que eu fiz na vida.

Do diretor John Carney (Sing Street, mais uma indicação fortíssima que tá disponível lá no Netflix) o filme Begin Again, no Brasil: Mesmo se nada der certo – acho bonitinho do jeito que o título original complementa o brasileiro, um exemplo de sucesso dos nossos tradutores, Begin Again=comece de novo (Mesmo se nada der certo Comece de novo)­ – é um belo retrato sobre escolhas e recomeços.
Com nomes PESADISSÍMOS como Keira Knightley e Mark Rufallo, os rostos novos e que você vai ver muito de Hailee Steinfeld e James Corden e a estreia capenga e PELO AMOR DE DEUS VOLTA PRA MUSICA de Adam Levine, o filme traz a história do casal compositor Gretta e Dave (Knightley e Levine). Em resumo, as músicas de Dave serão usadas na trilha sonora de um filme e assim o casal se muda para Nova York, com o sucesso subindo a cabeça, Dave se torna um escroto de marca maior e Gretta sai correndo e vai seguir o seu caminho e fazer a sua arte.

Esse é o começo do filme, mas não seu núcleo. O núcleo da história é Gretta, que depois de conhecer Dan (Ruffalo), um produtor musical quase falido, dá esperanças ao homem que a convida a produzir um CD pelas ruas de Nova York. Crises paralelas acontecem e trazem lições muito importantes, como a relação de Dan com sua filha Violet (Steinfeld) e sua ex-mulher Miriam (Catherine Keener) e o clássico chove e não molha/minha filha adolescente incompreensível.

Mas o que gosto desse filme é como ele segue a linha contrária das comédias românticas tradicionais nas quais você sempre sabe o que vai acontecer. Pelo contrário, quando você acha que é certo o seu palpite, a história muda de curso e realiza todos os seus sonhos com mulheres fortes e de voz ativa.

E a trilha sonora? MINHA NOSSA! Lembra a música Lost Stars cantada pelo Maroon 5 Que tava tocando nas rádios? Ela é desse filme, e tem umas 4 versões, mas a melhor de todas é a cantada pela Keira tudo bem que não é ela que canta por que ela foi dublada, but anyway.

É aquele filminho sessão da tarde muito bom, que dá pra tirar várias liçõezinhas gostosas da vida como: nem sempre o que é cômodo, confortável e que aparentemente está dando certo é o melhor pra você, sai do seu quadrado!
E por último mas não menos importante: essa mulher tem o sorriso mais torto e lindo de Hollywood. MEAJUDAJEOVÁ.


HAHAHAHA obrigada Ana sua linda


TÁ DISPONÍVEL ONDE?!?! Internet, DVD E BLURAY
NOTA: 10/10
Esse filme recebeu o selo de qualidade do IAQ – Instituto Ana de Qualidade


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Tá. Ok. Confesso que a faculdade tá consumindo muito do meu tempo e que a maioria das coisas que tenho de fazer, ficam inevitavelmente pra última hora (e meus camaradas de estudos e atividades que me desculpem por isso e pela ausência como amigo!). D:

É cada filme legal que fico indeciso demais na hora de escolher um pra passar de uma maneira legal pra vocês, inclusive. Mas prometo ser mais organizado quanto a isso.

Aliás, quem me lê já merece o prêmio Nobel da Paciência!
Bom, a Ana e eu teremos boas surpresas pra todos nessa coluna maravilhosa! Só aguardem. E enquanto nossas férias não chegam, vamos arranjando aquele tempinho entre a meia-noite e as duas da matina de sexta-feira pra sábado para um filme bacana, né, galera...
Então preparem bem a lucidez e as razões afiadas, porque vem aí:



Trainspotting – Sem Limites (1996)
Por Renato Reis

Edimburgo, Escócia. Anos 70. Todo aquele movimento jovem de música eletrônica, bandas de rock, agitação contra autoridades, novas drogas surgindo a milhão... É o contexto em que Renton (Ewan McGregor – esse cara é fantástico, surreal em qualquer papel, convenhamos, né!) e seus amigos vivem de um jeito... Como se diz hoje?! Boêmio? Acho que essa palavra é pouca coisa para expressar o que eles passam nessa história super agitada e interessante.



Trainspotting (1996)


Bom, o enredo corre com esse grupo super maneiro de jovens, cada um com seus problemas e nuances diferentes, mas que seguem juntos sempre na linearidade da narrativa principal do filme e na temática própria de sua forte amizade, o que preserva a individualidade deles. Sacada genial, inclusive! Respondem pelos seus apelidos: Spud (Ewen Bremner), Sick Boy (Jonny Lee Miller), Begbie (Robert Carlyle) e Swanney (Peter Mullan).

Tudo é muito bem marcado pela juventude desvairada e que não se preocupa com o amanhã (ah... O velho e bom carpe diem...), expressando realmente a história social daquela região numa ficção criada com maestria. A questão de crítica contra o capitalismo, à vida adulta que apresenta comportamento estereotipado, o boom das drogas que ressalta a heroína – mas não glorifica o vício de uma forma muito digna e respeitável.

Renton tenta conciliar sua vida entre os amigos, a família de curtição, o vício em heroína e a pessoal, permanecendo em constante conflito: quer abandonar o vício, tentar voltar a estudar/trabalhar e, claro, tentar ao máximo não desapontar seus pais. Mas a trama, engraçadíssima inclusive, é frenética e tudo acontece ao mesmo tempo, ajudando a entrelaçar as histórias e oscilando nos limbos da tristeza e nas alegrias da sobriedade ou nos efeitos das drogas junto dos amigos. Seja chorando por uma derrota na vida, seja fugindo da polícia por tentativa de roubo a um carro.

Aí a gente pensa: por que esses jovens são tão rebeldes e imaturos?

Cara, isso tudo é ficção mas com certeza existiram muitas coisas parecidas nos anos 1970 por todo o mundo e que a história mal dá ou jamais deu muita atenção aos seus relatos. Trainspotting, na minha concepção, é também uma grande crítica à humanidade que menospreza e que só pisa nos jovens. Muitos de nós vivenciamos isso hoje, aliás, e podemos falar a respeito.

As colagens e contraposições das cenas são de outro mundo! Quem nunca viu pode até estranhar, mas já vou dizendo que são das coisas mais geniais que vi em todos os filmes que já vi na vida! Esses elementos só enaltecem mais a crítica cada vez mais ácida e agressiva dos personagens que perdem o respeito dos mais velhos, mas compensam e ganham muito mais em razão...

Sério, são toneladas de razão e verdade que a gente engole e que, quando cai a ficha, acontece aquele estalo que é seu cérebro implodindo e explodindo lentamente, processo mais conhecido como absorção do conhecimento e/ou apreensão da realidade nua e crua, fazendo nossos horizontes se abrirem.


Os grandes Ewan, Ewen e Robert olhando bem no fundo de seus olhos e dizendo para largar o controle remoto, parar de gastar a vida no seu emprego mesquinho e sair correndo pra curtir cada instante da sua reles existência

Uma coisa que acho muito nobre no cinema: aproximar as pessoas e fazê-las usar de suas próprias lembranças para interagir e se emocionar com filmes...

Trainspotting usa e abusa dessa artimanha que me chama a atenção porque é extremamente humano! Com certeza um pedaço de sua personalidade (ou até do seu passado), ao menos, você encontrará em algum personagem dele. Isso conecta os personagens a quem assiste ao filme. Por isso, inclusive, há um clima de imersão muito fácil às cenas. Além disso, há valores super lindos, como a valorização da amizade mais fiel e pura.

Vale cada segundo, cada frame de cada cena! Dificilmente (ou impossivelmente) alguém se arrepende de assistir. O filme é dos mais inteligentes e contra cultura que já tive a oportunidade de ver.
Trainspotting foi baseado no livro do ácido e sensacional Irvine Welsh e dirigido pelo ilustre Danny Boyle! Claro e óbvio que saiu trampo de excelente qualidade.

TÁ DISPONÍVEL ONDE?!?! Acervo FESPSP/Netflix


Comentários

  1. Parabéns Ana Beatriz e Renato! Tô adorando essa nova sessão do blog de monitoria! Sessão de cinema hahahaha! Primeiro, quero deixar registrada a minha revolta ao descobrir que nós do 3º semestre fomos enganados: como assim o 5º semestre é o pior de todos? Estamos tentando sobreviver ao 3º porque nos disseram que esse é o pior de todos! >:-( Então temos "O pior de todos Parte I e Parte II?!?! Humm....Amo Mark Ruffalo, vejo tudo dele e essa trilha sonora é ótima! Confesso que já vi várias vezes... E foi quando descobri a música Lost Stars e todas as suas versões no Deezer...(não, eu não sabia quem era Maroon 5...). E Trainspotting, bem, vi no cinema quando lançaram aqui... Quero rever para então assistir o 2º. Ótima a coluna de vocês. Abraços!

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    Respostas
    1. Oi, Rô!! Primeiramente, agradecemos muito pelo seu comentário e elogios. Somos muito felizes quando encontramos essa apreciação toda dos nossos leitores. Obrigado de coração! :)
      Segundamente, sim! Estou começando a acreditar que existem duas partes desse intensivão chamado faculdade de BCI. Só resta a gente trabalhar duro e morrer aos poucos até o diploma. Que os mais fortes sobrevivam (ou não)! Compartilhamos do seu cansaço.
      Sim, o Mark Ruffalo é demais! Sempre achei que ele trabalha muito bem, principalmente em comédias. E essa música e o Marron 5 são o que dão cor, uma energia muito linda pro filme, né? Muito legal e emocionante! Filmão pra vida toda. Olha, queria ter a oportunidade de ver o primeiro Trainspotting nos cinemas também... Deve ter sido incrível pra você. Agora o T2 eu amei! Tem tudo que o primeiro tem e mais um pouco (apesar das críticas da história não serem tão fortes quanto as do primeiro).
      Abração!

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    2. T1 é o terceiro semestre
      T2 é o quinto.
      Transpotting é pesado e as historias vão tr vicerando e questionando a sua humanidade, o bem, o mal e o sistema; assim como o integrado, a cdd e o lancaster, que deixa a gente questionando se escolheu seriamente a area certa.
      Rosangela, quanfo tiver a oportunidade de ver T2 se pergunte ao fim por que o comparei com o 5 semestre.
      Obrigada pelo carinho.

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